quarta-feira, 10 de junho de 2009

Corridinho* (Poesia)

O amor quer abraçar e não pode.

A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,

desembarca do trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

é descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.

(Está postado no Blog http://nanferreira.blog.uol.com.br/ e aí gostei tanto que resolvi fazer uma cópia)

Um comentário:

  1. que lindo....olha ai, eu vi você fazer uma promessa de colocar mais poesia em sua vida e tô gostando de ver...adequadíssimo...

    abraços

    ResponderExcluir

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...