A violência nos é familiar. Deparo-me com ela todos os dias. Basta entrar na internet, ler o jornal ou ouvir o noticiário da manhã. Portanto, ela não surpreende. Ela nos chega pelos quatro cantos com muita naturalidade.
No entanto, quando a violência aproxima-se muito de nós é que nos percebemos expostos, frágeis e sem saber exatamente (se é que isso seria possível) como se defender.
Acabei de receber a notícia da morte de um amigo. Ex aluno, 28 anos. Um cara divertido, inteligente, amigo e tudo aquilo que a gente acha dos próximos. Foi assassinado nessa madrugada em Marechal Cândido Rondon, oeste do Paraná. Não se sabe ao certo o que motivou o crime. Fala-se demais nesses momentos.
É claro que a motivação não é importante (se isso ou aquilo não faz diferença porque o fato é fato), mas sempre é difícil compreender (não que uma explicação bastasse), acreditar, fazer sentido, quando não há um motivo aparente. Fala-se em assalto, mas não levaram o carro.
Estou aqui desde quando me chegou a notícia sem saber direito no que pensar, entrando e saíndo da internet tentando compreender o incompreensível. Atônito, absorto, arrebatado.
A violência já esta tão entranhada em nós, que por muitas vezes quando ela passar todos nós calamos, a sensação que me dá é que o medo nos calou de tal forma que sucumbimos a ela ao primeiro sinal, não há mais luta nem resistência.
ResponderExcluirPassei por isto dois meses atrás. Perdi um grande amigo em Curitiba.[por que as pessoas boas morrem logo?]. Faz quase quatro anos que trabalho com a violência, mas, parece que a "ficha" ainda não tinha caído. Agente se adapata a tudo. Só depois de perder um amigo - irmão - percebi o nível tão complexo que o que chamamos "violência" está imerso. Infelizmente, muitas pessoas ainda irão lamentar.
ResponderExcluirA violência faz parte no nosso cotidiano já faz algum tempo. No entanto, temos muito dificuldade de aceitá-la, posto que ela contraria a racionalidade. Lamento pelo ocorrido e faço votos para que supere esse momento doloroso.
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