domingo, 2 de novembro de 2014

POEMA DE FINADOS - MANUEL BANDEIRA


Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.



MANUEL BANDEIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que falta não é testosterona — é coragem de olhar para si mesmo com honestidade.

É recorrente escutar de alguns homens (hétero, homo e enrustido) que a traição seria algo quase inevitável , justificada por um suposto exce...