terça-feira, 25 de outubro de 2016

A lista da Odebrecht e o meu amigo Lula

A lista da Odebrecht era longa, todos se lembram? Ela, segundo os maiores jornais do Brasil, ia mexer com as estruturas políticas. Não ia sobrar poeira de norte a sul do país. Lembro-me, inclusive, da imagem abaixo, “Os Pássaros” de Hitchcock, que viralizou instantaneamente porque representava aquele momento de terror pelo qual muitos prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, senadores, ministros e até presidentes estavam passando. Aquela correria sem direção e os pássaros, muito provavelmente, os policiais da PF, prendendo todo mundo, sem distinção.
A Lista acabou caindo no esquecimento, primeiro (estou partindo da minha lembrança seletiva e não de uma hierarquia do que é mais ou menos grave) porque com muitos nomes bastante conhecidos (foi assim que eu entendi) não interessava à Operação Vaza Jato. Esta nada seletiva. Depois, porque uma lista longa demais não permitia, por exemplo, a Rede Globo (muito ética) citar todos os nomes e “se não podia citar cada um dos nomes, melhor não citar nenhum.” Lula e Dilma não aparecerem nesta relação nominal, mas se tivessem aparecido...
Dentre os políticos citados nominalmente apareciam os nomes de Aécio Neves até Yeda Crusius, passando por Sérgio Cabral Filho, só pra gente ter uma pequena ideia: de A a Y. Mas, pelo visto, esta lista nominal não era nada importante, o que realmente importa (importava) eram os codinomes, os políticos cifrados, estes sim precisavam ser desmascarados!
Por que? Porque certamente Lula e Dilma (o seu impedimento era central) apareceriam de alguma forma nessa relação. O impedimento da presidenta era para “estancar a sangria” da corrupção no país.
Eis que a PF com toda a sua experiência na resolução de casos escabrosos (menos o caso da cocaína no helicóptero dos Perrelas) chega à conclusão de que o codinome “Amigo” só pode ser o Lula porque “as datas de viagem do ex-presidente coincidem com a distribuição de dinheiro doado ao tal amigo.”
Não sei, e certamente, não é este o caso, que a convicção sem provas outra vez toma as páginas dos grandes meios de comunicação. Não é, e este é o caso, que eu esteja duvidando da cúpula da PF de que o “Amigo” seja realmente o Lulinha Paz e Amor. Vamos acompanhando pra ver aonde isso chega.

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