domingo, 12 de maio de 2024

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo


Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um presente. Uma sorte Tê-la como mãe. Éramos bons amigos. Falávamos sempre por telefone: eu arrumava um motivo qualquer para ligar: - Mãe, como eu tempero peixe? - Mãe, e feijão? E vc respondia: - Garoto, já lhe expliquei mil vezes isso. Acho que vc tem algum problema.

Não sinto mais aquela tristeza ao pensar em vc. Sinto saudades. Tenho sonhado contigo nesses dias, mas não lembro do sonho além de saber da sua presença nele.

Não sei se acredito que vamos nos encontrar um dia: eu quero acreditar que sim. Queria ter sido um filho melhor. Sei que a senhora não se envergonharia do que sou hoje: levo comigo os seus princípios de respeitar todas as pessoas. Sou um cara honesto. Vivo a minha vida sem me preocupar com a de ninguém: se não posso ajudar, não atrapalho. Aprendi isso vendo. Mais importante do que qualquer teoria.

Nunca me senti tão sozinho quando vc se foi. Fiquei pensando: agora não tem mais ninguém. Pra quem vou ligar se estiver triste? Com quem vou compartilhar as minhas alegrias? A gente aprende a viver sem a mãe porque lá no fundo a gente ainda acredita que ela está nos protegendo, torcendo, nos guiando.

Feliz dias das mães, D. Heloisa.

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