sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Sessão de terapia

Minhas sessões de análises acontecem às sextas-feiras, à tarde. Fazer análise nunca é fácil, mas a longo prazo sempre é bom. Semana passada, dia 11 de outubro de 2024, a sessão foi bem barra pesada porque me deparei com questões que, em geral, não são fáceis de encarar. São questões que doem de alguma forma. Fiquei com ressaca daquela sessão por uns bons dias. Faz parte. E isso não é nenhuma novidade: é assim que funciona ou funciona assim.

Segunda passada, no Cartel (grupo de estudos de psicanálise - estamos lendo Psicopatologia da vida cotidiana, Freud, 1901) do qual faço parte, às segundas à noite, conversei com uma companheira desse cartel e fiz algumas perguntas para entender a ressaca da sexta-feira anterior. Não disse nada a ela sobre isso. Não era preciso. Ela me explicou o que eu queria entender. Disse-lhe que tinha passado o fim de semana lendo Freud, mas que sozinho esbarrava em muitas dificuldades para compreender o psicanalista.

Daí em diante, a semana foi mais tranquila.




Hoje, 18 de outubro de 2024, outra vez me deparei com uma questão importante sobre a qual eu talvez não quisesse pensar sobre (veja: isso é comum!). Essa outra questão é na verdade um desdobramento da questão da sessão anterior. Fiquei rodeando aquilo que era central. Sempre há pontos cegos que dificultam enxergar, dizer, compreender quem somos e o que queremos da/na terapia.

Hoje falei muito sobre a minha relação com a minha mãe, falei também sobre a mudança que se deu na minha vida ao vir para o Paraná, falei bastante sobre o meu trabalho e sobre a minha relação com os colegas na instituição. É impressionante como falar de tantos temas é falar de alguma coisa que vai se instalando nessas relações.

Bem não vou contar aqui sobre o que falei, mas vou posso dizer que ando encontrando uma brecha nesses pontos cegos. Uma fresta, talvez. É bem provável que essa fresta me leve a algum outro lugar. Onde certamente haverá outro ponto cego.

Investir na análise é investir na gente. É caro porque o preço que se paga (não é financeiro) é alto. 

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