segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Sobre o amor e sobre outras coisas


O amor leve é como uma brisa fresca que atravessa a janela em um dia quente. Ele não pesa, não exige, mas transforma o espaço ao seu redor com suavidade. Esse amor sabe ouvir e respeitar, é uma presença que acolhe, não uma força que impõe. Ele flexibiliza porque entende que a vida é um movimento constante, um jogo de ajustes, onde ceder não é perder, mas encontrar o ritmo da dança compartilhada. Ele é limpo porque não carrega rancores nem enredos mal resolvidos; prefere a clareza de um coração que conversa em vez de um peito que sufoca.

No amor que constrói, há uma força que se revela na consistência das ações e na delicadeza das palavras. Ele se arrepende porque reconhece que não é perfeito, mas também perdoa porque enxerga que o outro tampouco é. Esse amor sabe que a grandeza está em aceitar a vulnerabilidade como parte da jornada. Não há espaço para muros altos ou portas fechadas; ele se expande porque entende que amor é espaço compartilhado, não confinamento. No amor verdadeiro, toda mágoa tem possibilidade de redenção, porque a conexão fala mais alto que o orgulho.

Amar, nesse sentido, é multiplicar, não reduzir. É oferecer ao outro a chance de crescer junto, de somar perspectivas e experiências. Ele facilita porque não se trata de criar obstáculos desnecessários, mas de construir pontes que tornam o trajeto mais simples. Se o outro não se senta para dialogar, se não há reciprocidade no movimento, o amor entende a hora de soltar a corda. Não por desistência, mas por sabedoria: insistir onde não há eco é um gesto de aprisionamento, e amar é, antes de tudo, liberdade.


Assim, se for preciso, o amor se levanta da cadeira, deixa para trás o peso da insistência e busca um lugar mais confortável. Esse movimento não é de abandono, mas de autocuidado e respeito. Porque o amor genuíno é uma escolha constante, mas não é uma prisão. Ele não se apega ao que não é fluido; ele sabe que para ser pleno é preciso leveza, entendimento e coragem para seguir adiante, mesmo que isso signifique caminhar em direção a novos horizontes.

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