A imposição do Big Brother Brasil (BBB) na programação da TV aberta, especialmente na Rede Globo (mas não apenas, porque outras emissoras tb se alimentam desse programa), levanta questões sobre a falta de alternativas para quem não tem acesso à TV por assinatura ou plataformas de streaming. Com uma antena interna, a Globo muitas vezes é a única opção de entretenimento para milhões de brasileiros, consolidando o BBB como o centro das discussões televisivas e sociais durante sua exibição. Isso cria um cenário em que aqueles que não apreciam o programa se veem sem alternativas atraentes, tornando-se reféns de uma grade de programação limitada e massificada.
Essa hegemonia do BBB não se limita à exibição do programa em si, mas se estende ao jornalismo e às outras atrações da emissora, que frequentemente incorporam pautas e debates relacionados ao reality show. Sem falar (e já falando) das inserções durante a programação. A narrativa dominante transforma o programa em um fenômeno inevitável, forçando sua relevância e moldando as conversas públicas. Para quem não se interessa pelo formato ou pelo conteúdo apresentado, essa insistência pode ser percebida como um excesso, uma vez que se restringe o acesso a outras formas de entretenimento ou informação na televisão aberta.
A questão central, portanto, é como equilibrar o poder de atração de um programa de sucesso com a responsabilidade de oferecer uma programação mais diversa e inclusiva para os telespectadores. Enquanto o BBB conquista grande audiência e engajamento, a ausência de opções alternativas reforça a sensação de que o espectador sem acesso a outros meios está preso a um modelo de consumo único e monopolizador. Esse cenário reflete não apenas uma limitação na pluralidade da oferta televisiva, mas também um desafio maior para a democratização da mídia e do entretenimento no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário