O Big Brother, além de ser um programa de entretenimento raso que promove conflitos, conversas superficiais e uma competição artificial, se tornou também uma imposição cultural por parte da Rede Globo. A emissora, com sua abrangência nacional, praticamente obriga o público a estar ciente do que acontece no programa, mesmo aqueles que não têm interesse. Durante os intervalos de novelas, programas jornalísticos e outros conteúdos, a Globo insere chamadas constantes sobre o reality, colocando-o no centro de sua programação e dificultando que os espectadores escapem dessa narrativa.
Esse excesso de exposição do Big Brother reforça a sensação de que ele é onipresente na vida cotidiana, direcionando o foco para um conteúdo que pouco contribui para a formação crítica ou cultural do público. A estratégia da emissora, voltada para maximizar audiência e engajamento nas redes sociais, cria um ciclo no qual o reality show domina as conversas e os espaços midiáticos, sufocando outros conteúdos que poderiam ser mais relevantes ou enriquecedores. Para aqueles que buscam informação ou entretenimento de qualidade, a constante presença do programa nos intervalos e até nos noticiários é um incômodo que desvaloriza o restante da programação.
Essa insistência em promover o Big Brother reflete um desrespeito ao público que não deseja consumir esse tipo de conteúdo. A Globo, ao integrar o reality em diversos horários e formatos, contribui para a superficialização do debate cultural e limita as opções de quem busca diversidade na TV aberta. Em vez de estimular reflexões ou oferecer alternativas que promovam o pensamento crítico, a emissora se prende a um formato que prioriza brigas, fofocas e superficialidades, reforçando um padrão que, na prática, pouco acrescenta ao desenvolvimento cultural ou intelectual da sociedade.
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