sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mulheres e frutas (texto)

É claro que não sou nenhum bastião da moralidade. Longe de mim (longe mesmo) parecer que ando querendo organizar a maneira como as pessoas (neste caso particular, as mulheres) se mostram ou devem se comportar, mas tenho achando deprimente essa onda de mulher-fruta: melão, melancia, moranguinho, jaca e maçã. Não consigo achar nenhuma graça nisso. Na verdade nem tentei. É que, nessas horas e em outras tb, me lembro da Rita Lee e da Zelia Duncan quando, na letra da música Pagu, escrevem que "Nem toda brasileira é bunda" efetivando um outro sentido para as mulheres, bem longe dos estereótipos de mulher-objeto e porque não mulher-fruta.
Mas o que eleva o "ibope" nem sempre é o menos degradante. Depois a gente reclama do país do carnaval, da maneira como somos levados à sério, da sexualidade precoce. Quanto moralismo!!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cia. de Ballet de Niterói (texto)

A Companhia de Ballet de Niterói apresentou hoje em Cascavel um espetáculo chamado Valsas e Chorinhos com músicas de Pixinguinha.
O Cenário composto apenas por 5 persianas produziu um grande efeito na elaboração do balé: ora funcionavam como limitadoras de espaço entre o palco e a coxia, ora como janelas e permitiam que os bailarinos olhassem o que estava acontecendo no palco e tb fossem observados pela plateia.
A Dança Moderna exige do bailarino um controle muito grande do seu corpo. Os passos às vezes não parecem próprios da dança. Por milésimos de segundos temos a impressão de que ali não cabe aquele movimento, mas ele está em completa harmonia com o todo da apresentação.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pagando bem que mal tem? (filme)

Acabei de sair da sessão do filme "Pagando bem que mal tem?" (2009), cujo elenco é formado por Seth Rogen, Elizabeth Banks, Jason Mewes, Katie Morgan, Craig Robinson, Traci Lords, Brandon Routh e Justin Long, ou seja, nenhuma carinha conhecida por aqui. A direção é de Kevin Smith. E o filme gira em torno da vida que não anda nada fácil para Zack (Seth Rogen) e Miri (Elizabeth Banks), amigos de longa data que dividem um apartamento e uma montanha de dívidas. Depois de terem a água e a luz cortadas, eles têm a ideia de fazer um filme pornô caseiro para ganhar dinheiro rápido. Mas, quando as gravações começam, o que era um negócio entre amigos se torna algo muito maior.
Rita Lee escreveu que "Amor é bossa nova, sexo é carnaval" (Amor e sexo) e foi exatamente essa impressão que fiquei ao longo do filme, porque tudo vai muito bem até que o amor acontece e a história que era divertida perde o senso de humor. O verso da Rita bem que podia ser "Amor é mal-humor e sexo é diversão". Não estou com isso querendo dizer que o filme é ruim. Não é ruim. É um bom filme, mas ele perde aquele tom de comédia rasgada e filme criativo porque vira uma comédia romântica e tem um final, digamos (in)feliz para o meu gosto. Que pena!

Jogo entre ladrões (filme)

Gosto muito de Morgan Freeman, mas não gosto do Antonio Banderas, por isso não fui muito satisfeito assistir ao filme Jogo entre ladrões (título original: The Code, 2008 - Direção: Mimi Leder; Roteiro: Ted Humphrey).
Estava achando tudo muito clichê, mas como sei que a minha má vontade devia estar influenciando a minha impaciência com o filme, insisti. Não adiantou: clichê do clichê. Certa altura eu já sabia todo o enredo, tudo o que iria acontecer, todas as reviravoltas (im)possíveis da trama. Até que nos últimos 15 minutos de filme houve surpresas. Não tantas, porque na altura do campeonato, o estádio já estava vazio tal o desânimo com a partida.
Não gostei, não volto e não indico.
Filmes policiais são bons (na minha opinião) se a trama te surpreende: quando o roteiro é inteligente e te pega acreditando numa possibilidade, mas o improvável (sem ser absurdo ou sobrenatural) constrói a teia na trama.
Meu parâmetro é Plano Perfeito, dirigido por Spike Lee, surpreendentemente sensacional!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Susan Boyle - "Sou feia mas estou na moda" (texto)

Quase sempre as pessoas que não estão dentro dos padrões de beleza estabelecidos (em todos os sentidos: idade, cor, peso, altura) são subjugadas. O valor do outro está na sua aparência e, como somos cruéis, usamos do cinismo para delimitar a distância que existe entre nós e o outro.
Susan Boyle é uma escocesa gorda, feia, de 47 anos e ousou participar de um desses programas de talentos da TV que lançam cantores, em geral, jovens, bonitos e talentosos ao redor do mundo.
Ao chegar e dizer que seu sonho era ser como Ellen Page (famosa cantora britânica) recebeu, da plateia e dos "artistas" de plantão, apenas deboche em forma de riso. Mas bastou abrir a boca e soltar a voz em "I Dreamed A Dream" para o público perceber que quem riu por último riu melhor (bem melhor). Deu um show de interpretação e tem uma voz linda.
Nem sempre ser feio é sinônimo de incompetência.
http://www.youtube.com/watch?v=j15caPf1FRk (youtube.com)

Plumas & Paetês (texto)

A começar pelo título, Caras & Bocas bem que podia ser Transas & Caretas. Total falta de imaginação! Se não bastasse, a historia é medíocre. E, como se não fosse suficiente, tem uma mocinha rica (Flávia Alessandra tá muito ruim, mas é bonita - bem melhor quando interpreta uma femme fatale) e um mocinho pobre (que história!) que não sabe que tem uma filha.
O que é preciso para ser autor de novela?!.
Até o chimpanzé-pintor-ator faria melhor. Tenho quase certeza.
Não tenho mais o que escrever sobre a "nova" novela das dezenove horas.
Ah, tenho sim, Íngridi Guimaraes. Por Deus! Tire essa moça da trama! Faça com que um quadro daqueles bem pesados ou uma escultura despenque sobre a sua cabeça e ela desapareça! (É a mesma pesonagem de "Sob nova direção"?!)
Ia publicando o post, mas me lembrei da família da namorada do mocinho pobre. O núcleo cômico da novela. É o que salva o capítulo!

domingo, 19 de abril de 2009

Todo dia era dia de índio (texto)

Andei procurando hoje (19 de abril) nos jornais matérias (fotografias ou ilustrações) sobre o Dia do Índio para ler de que maneira esses meios de comunicação estão pensando/construindo/mostrando a imagem dos primeiros habitantes das terras brasileiras. Encontrei, não para minha surpresa, bem poucos textos sobre o assunto. Fotografias? Apenas duas.
Na Folha de São Paulo, por exemplo, tem um anúncio pago pela Caixa Econômica (na página A9) , ocupando meia página e é uma "Homenagem da Caixa aos seus 500 empregados de origem indígena e a todos os índios do Brasil", fora isso, apenas a coluna do José Simão faz referência ao dia do Índio: "Índio agora não quer mais apito. Índio quer iPod, mochila e tênis! Para fazer a dança da chuva com iPod!"
O anúncio da Caixa tb traz um pequeno texto ("Somos filhos da terra cor de urucum. Dos sons do igarapé e da força do jatobá. Das águas do Araguaia, do Tapajós, do Iguaçu. Somos filhos do sol de Kuaray, da lua de Jaci...") e dois indiozinhos, o maior deles abraça o menor (como se o protegesse). São duas crianças e talvez essa escolha produza um efeito de que a nação indígena não esteja se extinguindo, mas crescendo, inclusive (e talvez, principalmente) com o apoio do Governo Federal.
Os comentários/brincadeiras do José Simão além da frase pronta de que "Índio quer apito", (parafraseada a exaustão e presente no imaginário em torno da cultura indígena, reforçando a ideia de que eles querem música e dança, apenas) escreve tb que "Tem mais índio no Sambódromo que na selva amazônica." É bem verdade, que índio virou, e não é novidade, fantasia de carnaval de tão caricata e exótica a forma como são mostrados.
No Rio de Janeiro ou em São Paulo, são quase lendas.
A Gazeta do Paraná traz, em sua primeira página, uma foto colorida (única em cores) de alguns índios, sendo que um deles usa um celular (como não consegui copiar a tal fotografia, fotografei-a). E a manchete: "Índios: culturas que resistem à realidade dos tempos modernos". Forma tb bastante comum, nos meios de comunicação, dos índios serem representados. Ela pode produzir efeito de que a sua cultura está sendo contaminada pela cultura do "homem-branco" e, por isso, eles estão deixando de ser índio.
Sem falar que essa representação muitas vezes é usada para comprovar que se já não são mais índios, devem ser tratados de outra maneira (principalmente no que diz respeito aos direitos de terras etc.)
Na página 7, sob o título "Comemoração pela 'lembrança' de uma cultura" eles são tratados como vítimas. E mesmo quando a voz do índio surge, (re)produz esse sentido. Em vários momentos da matéria são repetidas as ideias de que "sem ter o que comer e onde morar, índios ficam como 'moradores de rua'".
Nos últimos meses e anos, tenho percebido que as imagens produzem ora que são violentos (e são fotografados com armas em punho) ora vítimas do abandono (e perambulam pelas cidades) ou ainda que estão perdendo para cultura do branco (e usam computadores, celulares etc.).
Na maior parte das vezes são silenciados porque sua cultura primitiva não "merece" a nossa atenção, a dos civilizados. Se falam, falam-se do lugar do discurso oficial para (re)produzir os sentidos "hegemônicos"(desses meios de comunicação) sobre si.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...