
Hoje, 28 de junho, é comemorado o Dia Internacional do Orgulho Gay.     E o que temos para comemorar neste último ano em relação às conquistas da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) no Brasil e no mundo?
Para     começar, vamos explicar a origem desta comemoração. Há 40 anos, houve a primeira     ação de resistência dos homossexuais. Em 28 de junho de 1969, a polícia mais uma vez     queria fazer uma batida e usar de violência contra os LGBT no bar nova-iorquino Stonewall.     Qual não foi a sua surpresa quando sentiu a reação, inédita, dos homossexuais     presentes, que resolveram passar de vítimas a atacantes, jogando garrafas nos policiais e     mostrando que a situação iria mudar dali por diante.
De lá para cá, várias conquistas     foram conseguidas e a cada ano se repetem as comemorações do Dia do Orgulho Gay em todo     o mundo. E do ano passado para cá, o que mudou?      Consultamos então o News Center     do GLS Planet para pesquisar o que aconteceu da     última comemoração para cá. Em termos de direitos no mundo, a situação progrediu nos     países avançados, ou de Primeiro Mundo (nos desenvolvidos), e ficou praticamente estacionária nos     subdesenvolvidos, ou de Terceiro Mundo (nos em desenvolvimento).  
O casamento foi instituído na Holanda,     inclusive com o direito de adoção de crianças por homossexuais. Na Alemanha, o casamento gay já foi aprovado. A Bélgica também já deu seus primeiros passos em     direção ao casamento gay. Em Londres, o registro de parcerias  está valendo e em     mais uma dúzia de países, a união civil entre pessoas do mesmo sexo foi estabelecida.     No Canadá, a primeira união civil registrada aconteceu e os     primeiros a registrar sua união no país foram Ross Boutilier e seu namorado Brian     Mombourquette. E o     primeiro casamento religioso do país e América em geral tb já aconteceu, em     Toronto, unindo  dois casais: Kevin Bourassa e Joe Varnell; e Elaine     Vautour com Anne Vautour. 
Nos outros países desenvolvidos, mesmo onde ainda     não há leis específicas, cresce o apoio da população à iniciativa, como na Espanha,     onde 75% das pessoas apóiam a união LGBT. Na Noruega, onde casais de mesmo sexo podem     requerer o registro de sua parceria com todos os direitos e deveres do casamento legal,     está em estudo lei que permite a adoção gay. Genebra, na Suíça, insituiu em fevereiro     deste ano uma lei que equipara os direitos de casais homossexuais aos de casais     heterossexuais legalmente casados.      Nos     Estados Unidos, ambiguidade: Vermont foi o primeiro estado americano a permitir o     casamento de homossexuais, que não é reconhecido por nenhum outro estado. A Califórnia     proibiu a possibilidade de casamento gay, através da lei Proposition 22, mas o     estado, que tem lei de parceria civil, aprovou no início deste mês uma medida de autoria     da deputada lésbica assumida Carole Migden, pela qual os casais de mesmo sexo     passam a ter mais direitos do que na lei atual. É no trabalho que os EUA se destacam: a     maioria das empresas Fortune 500 tem política antidiscriminação de seus     funcionários e dão benefícios aos parceiros de mesmo sexo de seus empregados, coisa que     nem as filiais da Europa seguem, quanto mais as do Brasil.   
Surgiram os primeiros prefeitos     assumidamente gays: o de Paris, Bertrand Delanöe, e o de Berlim, que     acaba de ser empossado, Klaus Wowereit. Outro passo importante na     política aconteceu na Itália, onde a ativista lésbica Titti De Simone     foi eleita deputada, ovelha negra em um governo francamente conservador. 
No Terceiro Mundo, a situação é bem     diferente: os países muçulmanos continuam condenando e criminalizando a     homossexualidade. Na Índia, duas mulheres pra lá de corajosas, Jaya Verma e Tanuja     Chauhan resolveram desafiar as leis e costumes indianos e se casaram em     cerimônia privada, realizada por um padre hindu, na pequena cidade de Ambikapur, em maio     passado. O continete africano também continua disputa a liderança dos preconceitos, em     países como Zimbabwe e Namíbia. 
No Brasil, é verdade que agora existe o     reconhecimento de parceria homossexual, como julgado em caso do INSS no Rio Grande do Sul     e em decisão da 7a Câmara do TJ, que garantiu o direito de um companheiro de gay     a receber 50% dos bens do casal, o que equivale à condição de meeiro nos moldes     tradicionais. Em compensação, a lei de parceria civil (PCR) parece fadada a sumir do     mapa. A maior conquista e progresso ficou por conta do crescimento das paradas gays,     principalmente a de São Paulo, que já tem lugar entre as paradas mais disputadas do     mundo e o reconhecimento oficial da Prefeitura da cidade. Mas os casos de assassinatos     homofóbicos continuam em ascensão e não há políticos gays assumidos ou com uma agenda     centrada e consistente de defesa dos direitos LGBT. 
A AIDS ressurge como grande problema em     todo o mundo, mas desta vez não só de homens gays, mas da população em geral. Já     assuntos como religião e gays na vida militar continuam como sempre: verdadeiros tabus,     sem mudanças realmente expressivas no último ano. Mas e na sua vida, quais foram as     conquistas desde o último dia 28 de junho de 2000 até hoje?