sábado, 16 de outubro de 2010

Produzindo notícias (texto)

Nem o tom de voz de José Serra na campanha da TV me convence. Além disso, forma como as revistas Veja e Época, e a Rede Globo produziram notícias sobre o Governo e a Dilma, sobretudo, nesses últimos meses, silenciando quaisquer informações sobre irregularidades na campanha do candidato do PSDB (como se tudo fosse tamanha honestidade) , acabaram de vez com a minha capacidade de ouvir/ler/discutir propostas em torno da campanha do PSDB.
Hoje, aqui em Curitiba, militantes do PSDB estão distribuindo panfletos sobre o candidato, pego apenas por educação e jogo na primeira lixeira que encontro. Não estou disposto mais a ouvir argumentos. Se é que eles existem.
Essa campanha me lembra o movimento dos meios de comunicação em torno da campanha de Fernando Collor de Mello em 1989 à presidência da república (não estou comparando Serra a Fernando Collor, mas o comportamento da imprensa). A imperdoável edição do debate entre Fernando Collor e Lula feita pela Rede Globo na véspera do dia da eleição não sai da minha cabeça nesses dias diante das bancas de revistas. Que nojo!!!!
Se havia alguma dúvida sobre a campanha suja de uma parte da imprensa de circulação nacional, ela acabou de vez. E conseguiu fazer com que eu não suportasse mais esses dias que antecedem ás eleições. Queria muito dormir e acordar no dia 31 de outubro às 18h (de preferência) para não me contaminar mais com essa forma de fazer notícia.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Carta aberta da ABGLT as candidaturas presidenciais de Dilma Roussef e José Serra

Prezada Dilma e Prezado Serra,

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, é uma entidade que congrega 237 organizações da sociedade civil em todos Estados do Brasil. Tem como missão a promoção da cidadania e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.
Assim sendo, nos dirigimos a ambas as candidaturas à Presidência da República para pedir respeito: respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa.
Respeito aos direitos humanos e, principalmente, respeito à laicidade do Estado, à separação entre religião e esfera pública, e à garantia da divisão dos Poderes, de tal modo que o Executivo não interfira no Legislativo ou Judiciário, e vice-versa, conforme estabelece o artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
Nos últimos dias, temos assistido, perplexos, à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral.
Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.
O Estado brasileiro é laico. O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia. Também tem nos permitido realizar a promoção da autonomia das mulheres e combater o machismo, entre os demais avanços alcançados. O progresso não pode parar.
Por isso, causa extrema preocupação constatar a tentativa de utilização da fé de milhões de brasileiros e brasileiras para influir no resultado das eleições presidenciais que vivenciamos. Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos. Não podemos aceitar esta tentativa de utilização do medo como orientador de nossos processos políticos. Não podemos aceitar que nosso processo eleitoral seja confundido com uma escolha de posicionamentos religiosos de candidatos e eleitores. Não podemos aceitar que estimulem o ódio entre nosso povo.
O que o movimento LGBT e o movimento de mulheres defendem é apenas e tão somente o respeito à democracia, aos direitos civis, à autonomia individual. Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos. Nossa pauta passa, portanto, entre outras questões, pelo imediato reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da discriminação e da violência homofóbica.

Cara Dilma e Caro Serra
Por favor, voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos.
Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.
Candidato Serra: o senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.
Candidata Dilma: a senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.
Portanto, candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo.
A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade.
É hora de retomar o debate de propostas para políticas de governo e de Estado, que possam contribuir para o avanço da nação brasileira, incluindo a segurança pública, a educação, a saúde, a cultura, o emprego, a distribuição de renda, a economia, o acesso a políticas públicas para todos e todas!
Eleições 2010, segundo turno, em 15 de outubro de 2010.
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Uma pausa na política partidário para uma nota sobre o 15 de outubro (texto)

Hoje é o dia dos professores, se minha mãe estivesse aqui ainda, ela teria me ligado por volta das 10h da manhã (mesmo que eu tivesse, faz algum tempo, passado a acordar às 7h) para me parabenizar por esse dia. Foram assim todos esses últimos anos longe de casa.
E como ela tb fora professora, eu aproveitava essa ligação para dizer a ela o quanto me orgulhava de, tb por sua influência, ter escolhido a profissão.
Gosto demais de estar em sala de aula (não quero assim glamourizar a profissão: como todas têm seus altos e baixos, dificuldades, embates etc.) por muito motivos: principalmente porque cada dia com a mesma turma é diferente. Sempre é diferente. E isso não é comum para todo profissional. Na verdade, isso não é nada comum. E para quem não gosta muito de rotina (quase sempre, meu caso), é um prato cheio.
Ser professor é quase sinônimo de estudar. Não há possibilidade de não se ler. Não tem como haver uma aula pronta e acabou. Sempre há um texto para ser lido, uma conceito para ser (re)pensado, uma teoria para ser compreendida.
Ultimamente, tenho ficado até tarde da noite lendo os textos para a aula do dia seguinte. É cansativo dormir às 2h e acordar às 7h, mas não é um peso, porque a cada texto lido existem descobertas. E professor gosta de descobrir.
Lembro-me do meu primeiro dia de aula: Colégio Analice, em Campo Grande, no Rio de Janeiro, uma turma de supletivo. Se meu coração ainda dispara ainda hoje, depois de 20 anos, nos primeiros dias de aula, imaginem no primeiro primeiro dia de aula? Eles ali curiosos me avaliando e eu, apavorado, medindo cada um deles. Detalhe, eu era o terceiro professor de português naquele ano (os demais não aguentaram a turma). Fomos até o final juntos (não foi fácil). Nunca é fácil!
Tenho saudades dos meus professores. Não de todos, é claro, mas alguns me são muito presentes: Terezinha, Aidê, Conceição, Márcia, Elder, Regina, Delnavi, Gustavo, Laplana, Marli, Rosa Herman, Maria Lúcia (a preferida), apenas alguns dos ensinos fundamental e médio que não me escaparam da memória - neste instante. E ainda, Rosa Gens, Cecília, Aparecida Lino (na graduação); Odete Menon, Lígia, Sandmann (mestrado); Bethania e Jussara (doutorado), entre tantos outros nomes esquecidos, mas que presentes na minha formação.
Além desses, alguns colegas nos quais percebo amor pelo que fazem: Rosana, Cida, Ruth, Valdeci, Rita, Bea, Bia, Jaci, Gustavo, Márcia, Vanda, Sandra, Maria Lúcia, Luis, Antônio, Isabel, Clarice, Ciro, Stéphano, Roselene, João, Luciane, Tere, Sani, Ester, Robson, Teresa e tantos outros em tantos lugares pelos quais passei.
É um dia para se comemorar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Um Estado mínimo não me interessa (texto)

Ando tão irritado com essa porcaria de eleição que não tenho conseguido postar nada que não seja em torno dela. Hoje conversei com muitas pessoas (durante e depois do almoço) sobre a Dilma e o Serra e ouvi motivos mil sobre a escolha de um de outro. Todas eles coerentes com a forma de pensar de cada um.
É muito bom poder escolher, mesmo que alguns digam que entre os candidatos que se apresentaram e nada é a mesma coisa.
Eu continuo acreditando que é melhor ter escolha do que não ter nenhuma, como já foi bastante comum durante muitos anos. E acredito tb que há sim uma escolha entre os dois candidatos que se apresentam. 
Acho que esses últimos anos (tb ouvi dizer nas conversas do almoço que as transformações são naturais, mas vejo a Venezuela, por exemplo, engatinhando na democracia) foram importantes para uma mudança de perspectiva da forma de pensar o país. Vejo que (é claro que falta muito) uma parcela da população conseguiu sair da miséria absoluta em que viviam. Outro aspecto importante foi a visibilidade de outra parcela da população que se encontrava soterrada ou à sombra do sul/sudeste do Brasil.
Sei tb que a educação passou por reformas importantes. Vivi num tempo em que concursos para a universidade eram raros. Sempre faltavam professores (não que eles não faltem, mas...).
Além disso, o que pra mim não é pouco, tem a valorização da cultura.
É claro que, como já disse, falta muito. E talvez falte quem esteja mesmo querendo essas mudanças (as vezes penso que diante da eleição de alguns deputados e senadores, nós eleitores não estamos nos importando muito com essas mudanças).
Eu não paro de acreditar. Eu não paro de querer um país melhor e parte disso tb é querer um presidente com um olhar mais humanista, menos privatista. O estado precisa/deve (no meu ponto de vista) estar presente sim na saúde, educação, moradia, segurança, empregos etc. E a política de um Estado mínimo não me interessa.

MANIFESTO DE REITORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS À NAÇÃO BRASILEIRA (texto)

EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO

Da pré-escola ao pós-doutoramento – ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional – consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.
Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.
Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.
Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.
Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero – Universidade Federal do Tocantins (UFT)
José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Aloisio Teixeira – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Josivan Barbosa Menezes – Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)
Amaro Henrique Pessoa Lins – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Ana Dayse Rezende Dórea – Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
Antonio César Gonçalves Borges – Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Maria Lúcia Cavalli Neder – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
Carlos Alexandre Netto – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)
Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)
Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)
Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Natalino Salgado Filho – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
Damião Duque de Farias – Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Felipe Martins Müller – Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).
Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)
Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)
Roberto de Souza Salles – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Romulo Soares Polari – Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Jesualdo Pereira Farias – Universidade Federal do Ceará – UFC
Sueo Numazawa – Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
João Carlos Brahm Cousin – Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)
Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)
José Carlos Tavares Carvalho – Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
Thompson F. Mariz – Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
José Geraldo de Sousa Júnior – Universidade Federal de Brasília (UNB)
Valmar C. de Andrade – Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)
Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Walter Manna Albertoni – Universidade Federal de São Paulo  (UNIFESP)

domingo, 10 de outubro de 2010

Primeiro debate entre os dois candidatos à presidência da República (texto)

Neste momento inicia, na Bandeirantes, o debate entre os presidenciáveis Dilma Rousself e José Serra. Estou acompanhando com a maior atenção. Serra Inicia o tema: Educação. Fala sobre as suas propostas para a educação brasileira. 2 minutos depois, Dilma inicia a sua fala tb sobre a educação pública. Em seguida um candidato faz pergunta ao outro.
A Dilma pergunta a Serra sobre as calúnias sobre ela na mídia. Sobretudo em relação ao aborto. E lembra a Serra que ele assinou uma lei legalizando o acesso ao aborto no Sistema Único de Saúde.
O debate, neste momento, entra em questões pessoais: deus, religião etc. no momento da réplica do Serra. Em seguida Serra pergunta sobre segurança pública. Dilma está respondendo agora e toca na questão da polícia de São Paulo. 
O debate me parece meio perdido, a pergunta não tem muita relação com a resposta, ou seja, cada um deles responde o que quer sobre o tema. Na réplica de Dilma, ela fala de um acessor de Serra que fugiu com dinheiro da campanha. E assim termina o primeiro bloco.
O segundo bloco, Serra pergunta sobre as Santas Casas de Saúde. Dilma resposde e pergunta sobre as mulheres que fazem aborto. Serra não responde. E fala sobre as Santas Casas. Dilma dá resposta sobre o tempo em que Serra foi Ministro da Saúde e nada fez em relação à dívida das Santas Casas. 
Dilma pergunta a Serra sobre as ações da Petrobrás. Serra diz que tem cabeça própria e que nã foi pinçado por ninguém. Diz que na sua vida pública ele não tem nada a esconder, a vida dele é pública.
Dilma pergunta sobre as declarações de Fernando Henrique Cardoso (FHC) sobre as práticas de privatizações atribuídas a Serra. Serra responde: diz que o PT na prática faz outra coisa. Diz que o PT privatizou dois bancos.
Segundo o Serra o Brasil do PT seria o Brasil do Orelhão. Dilma replica, o meu Brasil não é o do orelhão, mas o da Banda Larga. Ela fala sobre os recursos do Pré-Sal e diz que o candidato está desinformado sobre os recursos dessa riqueza que, segundo ela, é a maior riqueza do país.
José Serra faz a próxima pergunta e retorna ao tema Segurança Pública. Dilma responde que o problema da segurança é a longo prazo e não imediata. Dilma diz em sua téplica que Serra está manipulando os dados. Dilma fala sobre a parceria entre as polícias e diz tb que é importante o policiamento de fronteira. Agora fala sobre os usuários de droga em SP.
Final do segundo bloco. 
Inicia o terceiro bloco.
Os candidatos voltam a se perguntar. pergunta de um minuto e resposta de dois minutos. Boechat abre o terceiro bloco. Dilma pergunta: Serra vc foi ministro do planejamento na época áurea das privatizações, quantas empresas vc privatizou nesse processo? Serra fala da telefonia e não responde objetivamente a pergunta. Ele fala sobre os leitos para usuários de drogas. Dilma diz que o candidato não respondeu: lembra da Nossa Caixa e a Cesp. Serra diz mais uma vez o debate voltou ao mesmo ponto. E responde sobre a venda do Nossa Caixa.
Serra pergunta: volta ao assunto da Saúde. Implantação dos genéricos. Segundo a Dilma a produção de genéricos aumentou.
Serra ri debochadamente ao inciar a sua réplica. E diz que é natural que a produção dos genérios aumentou porque não é feita pelo governo. Dilma em sua tréplica diz que Serra é réu em processo de calúnia.
Termina o terceiro bloco. 
Início do quarto e penúltimo bloco. 
Serra pergunta a Dilma: a respeito de infraestrutura portos e aeroportos. Dilma responde que durante o governo do FHC nada foi feito em relação aos investimentos de portos. Segundo a Dilma houve democracia em relação ao uso de avião no país e por isso os problemas de infraestrutura. Dilma, na sequência, pergunta: Se Serra vai dar continuidade aos programas do Lula. Diz que vai continuar tudo o que deve ser continuado. Em sua tréplica continua com os risinhos e diz que não falou mal de nenhum dos programas, mas que o governo não entregou as moradias que prometeu.
Termina o quarto bloco.
Intervalo.
Inicia o quinto e último bloco em 30 segundos. 
Dilma começa os seus 3 minutos para fechar o debate. Fala sobre as calúnias e diz que sempre respeitou os adversários. Diz que lamenta muito os momentos que a campanha baixou o nível. Diz que quer construir o futuro, lembra da educação básica às universidades. Acesso à saúde, aos exames, ao fim das filas nos hospitais. 
Serra inicia os seus três minutos. Pede votos e pede que cada um de seus eleitores consiga mais um voto. Diz que vai trabalhar para construir no Brasil uma economia forte. Serra diz que vai manter e ampliar os programas socias.

Acredito que o debate deu, de certa forma, para comprender, pelo menos, as propostas de cada um dos candidatos, o passado de cada um deles e o que esperam para o país. É claro que muito no não dito tb nos pode esclarecer sobre as intenções de cada um dele. O silêncio disse muito mais do que as palavras.
Foi um encontro tenso do início ao fim, mas a tensão tb nos ajuda a entender um pouco as personalidades de cada um dos candidatos.
Eu n ão votei no primeiro turno, mas voto no segundo. Sei o que passei na universidade pública durante os anos de FHC e não gostaria de repetir a dose. Sei tb que as privatizações proposta e executadas pelo PSDB não foram as melhores coisas desse governo, sobretudo porque eram empresas que produziam e geravam empregos e capital pata o país.
Por outro lado, não posso me esquecer do controle da inflação durante os oito anos de Fernando Henrique Cardoso, mas tenho certeza de que o país melhorou muito nos oitos anos de Luís Inácio Lula da Silva. Principalmente em relação aos investimentos no norte e nordeste do país, regiões sempre esquecidas pelos presidentes. E tb as mudanças em relação ao pode aquisitivo de uma parcela da população do Brasil.
Ainda que se critique muito os programas sociais, ele retirou da miséria muitos brasileiros.

Dilma e a fé cristã - Frei Betto

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".
Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.
Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.
Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.
É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.
Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.
Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.
A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.
Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...