quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Superar-se (texto)

Histórias de superação sempre são emocionantes (pelo menos, pra mim), ontem, por exemplo, na academia, encontrei uma jovem senhora que após uma cirurgia na coluna  (essas quase nunca são simples) e depois em sua recuperação constatar que continuava com os movimentos nas pernas, resolveu investir numa vida mais saudável do que a que levava antes (quando nem pensava na cirurgia).
Aprendeu a correr. Mas não essas corridinhas que a gente dá até o supermercado, à farmácia, ao shopping para um presente de última hora. Aprendeu a correr grandes distâncias (meias e maratonas inteiras).
Numa conversa rápida com ela, já que cada um de nós não estava ali para conversar (ainda que eu fale sempre mais do que devia), percebi na sua fala o quanto essa valorização do natural  foi importante (ter as duas pernas, poder ouvir, enxergar etc. etc. etc.) nessa sua nova fase da vida.
Ela me contou que começou a viver intensamente depois de achar que poderia passar o resto da vida numa cama ou sabe-se lá aonde.
Sempre ouvi dizer que aprendemos pelo amor  e sobretudo pela dor e que não há outra forma de aprendizado. Não sei se é verdade para todos nós, em geral as generalizações são burras. Sei apenas que para muitos essas experiências extremas podem nos mudar bastante.
Tb não sei se a mudança sempre é positiva. Acredito que sim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MEC prepara kit anti-homofobia e provoca reação (Ana Cláudia Barros)

Ele nasceu a partir da constatação de que as escolas brasileiras são, em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais. Foi desenvolvido com a proposta de ajudar a contornar o problema, e recebeu o sugestivo nome de Kit contra a homofobia. A previsão é que sua distribuição ocorra inicialmente em 6 mil escolas públicas a partir do ano que vem. Mesmo sem ter sido lançado pelo Ministério da Educação (MEC), o material didático, contendo cartilha, cartazes, folders e cinco vídeos educativos, já provoca discussões inflamadas.
Terreno democrático por excelência, a internet se transformou em púlpito para os que apoiam e para os que repudiam o kit, que ganhou a pecha de "Kit Gay". O debate está mobilizando redes sociais, blogosfera e até virou tema de abaixo-assinados virtuais - contrários e favoráveis ao material. Catalisou a polêmica a declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) - o mesmo que sugeriu "couro" para corrigir filho "meio gayzinho" -, que, em sessão realizada no Plenário da Câmara, atacou a iniciativa. O parlamentar também fez um apelo aos colegas de Casa para que impedissem a circulação do kit.
O pronunciamento dele se espalhou pela rede e tem embasado o discurso dos que consideram o material "perigoso" por incentivar a homossexualidade entre os estudantes. O que fez Bolsonaro vociferar foram justamente os vídeos educativos, exibidos preliminarmente em seminário na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Um deles conta a história do personagem José Ricardo, um adolescente que gostaria de ser reconhecido como Bianca. "O vídeo fala de um travesti, um homem com identidade feminina, mostrando, inclusive, o sofrimento dele em viver em um lugar onde meninos jogam futebol e, quem não joga, é chamado de mulherzinha", explica Rosilea Wille, coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC, vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), responsável pelo projeto.
Na opinião dela, a forma negativa como o Kit contra a homofobia está sendo recebido é resultado do desconhecimento em relação ao conteúdo do material e dos rumores, amplamente propagados na web.
- Foi colocado que vamos passar informação sobre diversidade sexual e identidade de gênero para crianças de sete anos. Isso nunca foi a decisão do Ministério. O projeto está sendo pensado para o Ensino Médio. Não é um projeto que vai cair de paraquedas nas escolas. Vai ser vinculado à formação dos professores. Há todo um anteparo, uma sustentação pedagógica.
Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e um dos idealizadores do kit, Toni Reis, também rechaça as acusações de que os vídeos seriam um estímulo à homossexualidade.
- O que está sendo dito é totalmente distorcido. Não queremos incentivar a homossexualidade. Ela não precisa de incentivo algum. Queremos incentivar o respeito à cidadania, à não violência, à dignidade humana. Quem está falando isso são pessoas homofóbicas, fundamentalistas religiosos. Estes são os grandes incentivadores da violência e do desrespeito - afirma.
Ela ainda explica o caráter do projeto:
- Os vídeos são extremamente didáticos. Explicam a questão do travesti, do bissexual, da lésbica. São muito bacanas porque vão ajudar o adolescente a entender a situação. Muitas vezes, o preconceito vem da desinformação. Estamos super tranquilos com esse trabalho. Ele não vai ser censurado por pessoas homofóbicas.
A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Clara Goldman, que teve acesso ao material, também desconstrói a alegação de que o kit exerceria influência na orientação sexual dos adolescentes.
- O argumento esconde um princípio de que essa sexualidade é ruim e tem que ser combatida, evitada. Essa é a base do pensamento homofóbico. O kit não orienta, não estimula, mas problematiza. Coloca no seu devido lugar a discussão que deve ser feita. O objetivo é que as pessoas LGBT possam ser respeitadas e que caibam na nossa sociedade, nos nossos espaços coletivos, o respeito a essa diversidade.
De acordo com ela, o CFP apoia a iniciativa encampada pelo MEC.
- Acho que a ideia de se produzir um material específico, que possa orientar essa discussão, é muito bem-vinda. Nós apoiamos o kit, mas nosso apoio não se restringe a ele. É em relação à luta pela promoção dos direitos dessa população em todas as políticas públicas, não só na educação. Apoiamos como uma possibilidade a mais de que, na formação, essa questão possa ser discutida com mais qualidade, assentada em princípios que sejam realmente de direitos humanos.
Terra Magazine procurou a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas foi informada pela assessoria de comunicação que a entidade ainda não se posicionou sobre a questão.
Bullying
A Coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC conta que o ponto de partida para se pensar na elaboração de um material de combate à homofobia nas escolas foi uma pesquisa realizada em 2008 e publicada no ano seguinte, sobre preconceito, discriminação e bullying.
- Ela foi feita em 501 escolas de diferentes regiões, com quase 20 mil atores. Foi comprovado que o grau de homofobia é altíssimo. Pesquisamos vários aspectos: pessoas com deficiência, a questão de gênero, orientação sexual. Os homossexuais estão entre os mais discriminados. Em cima disso, a Secad entendeu que era preciso desenvolver ações para assegurar o direito à educação de todas as pessoas.
E acrescenta:
- Todo o material trabalha com a ideia de respeito à diversidade sexual, ajuda a entender que a a escola precisa respeitar os direitos humanos dos LGBT. O Ministério da Educação está preocupado exatamente com essa sociedade que vem cada vez mais batendo em homossexuais na rua, dando tiro, como aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma sociedade que precisa ser educada para respeitar os direitos humanos.
Toni Reis recorre a um levantamento feito pela Unesco para enfatizar a necessidade de se aplicar o material didático contra homofobia nas instituições de ensino. "A pesquisa mostra que 40% dos adolescentes masculinos não gostariam de ter um gay ou uma lésbica na sala de aula. A evasão escolar entre homossexuais é grande", justifica.
Rosilea frisa que a capacitação dos docentes, para que possam trabalhar com o material, será prioridade. Segundo ela, o kit ainda não foi finalizado e terá que ser submetido ao Comitê de Publicações do MEC, para ser depois impresso e enviado às escolas.

10, 9, 8, 7, 6...

Estou em contagem regressiva para entrar de férias. É claro que nem tudo são flores: meu telefone não para de tocar. Nada mais irritante do que aos 45 min. do segundo tempo pessoas procurando para reunião. Meu deus do céu!
Tento não dar muita bola. Ainda tenho trabalhos para corrigir e notas para entregar. E o telefone NÃO PARA!
Fora isso (o que não é pouco), nada mais.
Hoje já é dia 20 e eu tenho ainda que passar por duas cidades antes de chegar ao Rio (de Janeiro). A ansiedade é tanta que o sono demora a chegar e fico com aquela impressão de que estou me esquecendo de algumas coisas importantíssimas e que serão lembradas assim que eu embarcar para as férias. Acabei de me lembrar que ainda preciso encontrar um aluna amanhã...tudo bem, esse encontro é prazeroso.
Minha cabeça está no bacalhau, no tender, na salada de frutas, nos presentes, no almoço com os amigos, no reencontro depois de alguns meses com a cidade. Minha vontade está nas areias da praia, na cerveja gelada, no cinema à noite, no almoço e nas compras com a Lulu, na risada com a Vanise, no chope com o Robson e Vera, enfim, no encontro com os amigos.
No  réveillon em Copa com os amigos aqui do Paraná, na queima de fogos, nos abraços e desejos de um ano novo cheinho de amores, beijos, corações a mil, dinheiro no bolso, de dias melhores, de noites agradáveis, de descanso, de sombra e muita água de coco. Pra todos nós.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Apenas uma casa no campo e nada mais (texto)

 Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número
e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente para
Repassar o que realmente desejo a você.

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua FELICIDADE!!!
(Drummond - Cortar o tempo)

Tava por aqui pensando, pensando em como, mesmo que não sejamos religiosos, mesmo que não  tenhamos sido educados nas confraternizações natalinas, mesmo que não se tenha acreditado em papai noel, mesmo que, mesmo que, é praticamente impossível (pelo menos pra mim que me incluo naqueles detalhes) não pensar no natal como um momento, no mínimo, de reflexão.
Ainda que eu saiba que um ano não termina  quando ele acaba, ou que encerra no dia 31 de dezembro tudo o que foi feito ou não foi feito no decorrer do ano que se (es)vai.
Ainda que as promessas para o próximo ano sejam feitas e que comecem a valer apenas no e para o 1• de janeiro, aquele regime, aquela ida à academia, aquela vida nova, aquela alegria de viver, aquele cigarro que me faz mal, aquela depressão que me atrapalha ou promessas mais pontuais, tais como, preencher o diário para não acumular tarefas no fim de ano, consumir menos, me estressar menos no trabalho, ouvir mais do que falar, ter mais atenção no que faço etc. Nada disso é suficiente para pensar num ano independente do outro, mas, talvez, o bastante para querer pensar numa mudança (im)possível.
Estou aqui pensando no que quero para o próximo ano. Não quero muito. Quero uma casa no campo (como eu já moro no campo, fica mais fácil) onde eu possa compor muitos rocks rurais e tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais .... (e por aí vou). É bom pelo menos em pensamento acreditar numas boas mudanças.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Site divulga possível avanço na pesquisa contra o HIV (texto)

'Paciente de Berlim' recebeu tratamento com células-tronco em 2007. Médicos consideram que ele pode ter se livrado do vírus que causa a Aids.

O site "The Huffington Post" divulgou nesta terça-feira (14) que Timothy Ray Brown, conhecido como o "Paciente de Berlim", pode ser a primeira pessoa a ter se livrado do vírus HIV, causador da Aids, após tratamento com células-tronco. O caso de Brown, no entanto, é algo isolado, segundo os cientistas.
Médicos que monitoram o paciente afirmam que ele não possui mais o vírus, como resultado da aplicação de células-tronco em 2007, em meio a um tratamento contra leucemia.
O caso foi apresentado pela primeira vez em 2008, em uma conferência médica. Depois, foi publicado em 2009 em uma das principais revistas médicas do mundo, a "New England Journal of Medicine" (leia reportagem do G1 na época). Até então, no entanto, os médicos falavam apenas em um "desaparecimento" do HIV.

Agora, na revista científica Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, eles afirmam que Brown foi "curado". "Nossos resultados sugerem fortemente que a cura do HIV foi alcançada neste paciente", diz o estudo, publicado em dezembro deste ano. 
Entenda o caso
Timothy Ray Brown era HIV positivo, mas nunca chegou a desenvolver a Aids. Para evitar o surgimento da doença, ele tomava diariamente medicamentos antirretrovirais. Quando descobriu que tinha leucemia e precisaria passar por um transplante de médula óssea, Brown teve que parar com a medicação contra o HIV. Em todos os outros pacientes, a interrupção faz a doença aparecer em questão de semanas. Em Brown, isso não aconteceu.
Os cientistas acreditam que a doença não se desenvolveu porque, para o tratamento contra a leucemia, Brown recebeu um transplante de células-tronco com uma mutação -- elas não possuíam um receptor chamado CCR5, que é vital à multiplicação do vírus da Aids. Como consequência, o organismo dele conseguiu recompor as células de defesa que tinham sido atingidas pelo vírus.
O caso de Brown é um avanço na busca pela cura do HIV, com base na aplicação de células-tronco geneticamente alteradas. O vírus da Aids infecta 33 milhões de pessoas em todo o mundo.

Leitores denunciam homofobia em festa da Vivo na Liqüe em Curitiba (texto)


Na última sexta-feira, leitores e um fotógrafo freelancer da Lado A, Gregori, foram expulsos da festa Vivo Conectado na casa noturna Liqüe, em Curitiba, depois que dois rapazes trocaram beijo no local. Por volta das 3h da manhã, quando se encontravam no fumódromo, dois rapazes se beijaram e foram advertidos pelos seguranças da casa de que não era permitido dois homens se beijarem, segundo relato das vítimas. Um amigo dos rapazes sacou o celular para filmar a confusão e teve deu aparelho derrubado ao chão e foi expulso pelos seguranças.
 Já do lado de fora, a confusão recomeçou quando os outros rapazes foram conduzidos para fora da festa. Este momento rendeu um vídeo em que aparece um funcionário da casa ou da festa tentando tomar o celular da mão da pessoa que fazia as imagens. Os rapazes acabaram a noite com hematomas das chaves de braço e sossega leão que receberam. Convidados em redes sociais para o evento da operadora telefônica Vivo, os leitores agredidos querem processar a empresa que promoveu o evento e a casa noturna. 
Segundo relato, uma pessoa que se identificou como Rafael Mueller e “dono da festa” teria dito que a instrução seria sua e que gays teriam outros lugares para fazerem essas coisas, se referindo a beijos. O grupo ficou indignado pois afirmam que não estavam protagonizando cenas picantes e apenas trocaram um beijo. Outros leitores afirmaram que mesmo após a expulsão do grupo, outros casais gays foram impedidos de se beijar na festa. Algumas pessoas saíram junto com o grupo em solidariedade.
 Nesta segunda-feira, no Twitter, a Lique (@liqueclub) se defendeu acusando os rapazes de estar praticando indecências (chegaram a afirmar que um deles colocou a mão dentro das calças do outro) e afirmou que as imagens são da confusão que se deu por um dos rapazes fumar em local proibido. 
Na página no Twitter do evento (@ vivo_conectado), a organização atesta a declaração da casa e afirma que eles tiveram “um comportamento inadequado e contra a lei para um ambiente público”, que não houve violência, que foram convidados a se retirarem e que o uso de força aconteceu quando tentavam voltar para a festa.
Para a Lado A, Diogo, publicitário de 23 anos, que aparece no vídeo, afirma que os seguranças da casa usaram força exagerada e que não o arrastaram na pista da casa, sendo que saiu por sua vontade para não passar pelo vexame de ser arrastado pela pista. Ele afirma que quando aguardava a viatura da polícia do lado de fora acendeu um cigarro em local errado e ao ser informado seguiu para a rua, sem qualquer estresse. Quando seus amigos saíram que o vídeo foi feito, momento em que a confusão reacendeu. Na ocasião, os seguranças da casa agrediram Léo, que filmava a cena e correram atrás dele. Ele relata ainda que o policial que foi até o local inicialmente se negou a registrar a ocorrência, afirmou que gays tem local próprio para irem e que ele poderia depois procurar uma ong que defende os gays, em tom de ironia.
Nesta terça-feira, os rapazes estarão em companhia de uma das maiores advogadas do Brasil de direitos dos homossexuais para registrar queixa e farão a denúncia ao Ministério Público do Paraná. Até o momento, a Lado A ouviu 18 pessoas que presenciaram em diversos momentos os seguranças da Liqüe pedindo para gays não beijarem dentro da festa. 
Em 2008, um casal gay foi expulso da casa por acompanharem dois homens que se beijaram dentro da Liqüe. Na ocasião, a casa afirmou que não tem preconceito, discurso reproduzido novamente. Um grupo promete para esta quinta-feira um beijaço na frente do clube em protesto aos eventos acontecidos no evento da Vivo.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...