Ficava ali parada sem reconhecer ninguém. Calada num mundo que era feito, sobretudo, de silêncio.
ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Biutiful e o que a gente tem com tudo isso?
Uma amiga postou no Facebook um pequeno comentário sobre o filme Biltiful de Alejandro González Iñárritu (o mesmo diretor de Babel, Amores brutos), segundo ela, o filme era um chute no estômago.
Eu me prometi não fazer mais nenhum comentário sobre filmes, porque, como eu já disse e digo sempre quando não cumpro a promessa, tem sites especializados aos montes para isso aqui na net.
Biltiful não é só um chute bem dado no boca do estômago (como ela escreveu), é muito mais do que isso (apesar de que uma pancada bem dada nessa região nos deixa mesmo sem ar, com muita dor, mas passa). Biutiful é uma dor que não passa, porque somos golpeados durante 147 min, sem dó.
Saímos do cinema (Sil, Nanci e eu) meio atordoados e, claro em uníssono, pensando em como essa nossa vidinha classe média-burguesinha-consumista é fútil.
Não que não soubéssemos disso: preocupação com o número de fios do lençol de algodão egípcio ou a viagenzinha à Europa nas férias de final de ano.
O filme não trata da futilidade das nossas vidas, por outro lado, mostra o quanto é insuportável (o adjetivo ainda não é esse) a vida de muitas outras pessoas enquanto outras tantas não estão nem aí. Não se dão conta, na melhor das hipóteses.
Javier Bardem incrível, mas Blanca Portillo deu um show de interpretação. Não deixou nada a desejar em se tratando de atuação. Interpretações cruas, no melhor dos sentidos.
Vale à pena rever o filme e quando os cinemas aqui em Cascavel deixarem de passar apenas o mesmo, o já visto, corro para uma das salas.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
A cura do envelhecimento (texto)
Acabei de passar por um banca de revistas e de ler essa texto da capa, aí ao lado, da Revista Galileu.
Fiquei pensando aqui com os meus botões*: desde quando envelhecimento é uma doença que precisa ser curada?
Quando eu era criança a velhice ainda não era uma doença. Não se falava em vida eterna (digo, com a conotação de beleza for ever) e nem mesmo em ser jovem aos 60 e poucos anos.
Não havia, pelo menos que eu me lembre, essa ditadura da juventude. A minha avó já era uma senhora com comportamento, vida e pele de uma senhora, sem que isso fosse infelicidade, desgraça, coisa ruim.
Todo mundo precisa estar inteiro, não por saúde, mas porque é necessário, porque o mercado exige, porque a gente se exige e sofre quando não consegue, e não se consegue, naturalmente, atingir o padrão de beleza e juventude estampados em todas os lugares.
Basta ser jovem para ser feliz! Compramos essa ideia e acho que é tarde para envelhecer, naturalmente.
*pensar com os botões não é nada jovem.
*pensar com os botões não é nada jovem.
domingo, 30 de janeiro de 2011
Não faz parte do meu show (comentário)

No entanto, ontem à tarde uma amiga comprou o livro Faz parte do meu show, psicografado pelo médium Robson Pinheiro Santos e aí antes de dormir peguei emprestado o tal livro e o li.
Primeiro por curiosidade, depois para saber até onde ia o mal gosto do autor do romance. Fiquei impressionado com a falta de seriedade (desculpem-me os que gostaram ou os que acreditam que seja mesmo a vida-após-a-morte do cantor Cazuza descrita naquelas páginas) com a qual é tratada uma questão tão cara para o Kardecismo: a vida após a morte.
De cara, o que mais me impressionou negativamente foi a forma como os artistas (as pessoas públicas) são apresentados pelo autor depois de mortos. Continuam sendo tratados como celebridades independentemente da vida que levaram por aqui.
Não estou de forma nenhuma produzindo juízo de valor sobre a vida de quem quer que seja, mas, sejamos honestos, o fato de alguém ser ator, poeta, apresentador, cantor, ex-BBB, modelo ou manequim não seria suficiente para ser tratado de forma diferenciada no plano espiritual, acho que isso iria de encontro com a doutrina espírita. E mais, seria um desrespeito com os demais desencarnados.
Além disso, no decorrer do livro o cantor encontra-se com várias figuras conhecidas, como se elas continuassem sendo exatamente o que foram aqui entre nós.
O encontro com Chacrinha realmente me fez prosseguir com a leitura. Este continuava, além de usar o bordão Teresinha, apresentando um programa de música com a participação de Elis Regina, Clara Nunes etc. E a explicação dada pelo autor seria a importância dessas "pessoas" no acolhimento de espíritos desencarnados com alguma dificuldade para compreender essa nova etapa de sua vida.
A primeira figura pública com a qual o cantor esbarra é o poeta Drummond e o diálogo entre eles, e na sequência, a forma com o este poeta descreve o seu encontro com um mentor espiritual é de péssimo gosto literário.
Sem falar no vocabulário usado pelo cantor durante toda a obra. Para ressaltar que Cazuza fora um rebelde ou para reforçar essa imagem o autor o tempo todo faz uso de palavras de uma juventude fora do tempo. Seria como se o tipo assim fosse o bordão do Fiuk desencarnado.
Não vou dizer que perdi meu tempo, porque a explicação sobre desejos sexuais de encarnados e desencarnados foi interessante. Ponto.
Não recomendo. Mas gostaria muito de ler aqui outros comentários a respeito do livro, sobretudo positivos para que eu não ficasse com tamanha má impressão.
A primeira figura pública com a qual o cantor esbarra é o poeta Drummond e o diálogo entre eles, e na sequência, a forma com o este poeta descreve o seu encontro com um mentor espiritual é de péssimo gosto literário.
Sem falar no vocabulário usado pelo cantor durante toda a obra. Para ressaltar que Cazuza fora um rebelde ou para reforçar essa imagem o autor o tempo todo faz uso de palavras de uma juventude fora do tempo. Seria como se o tipo assim fosse o bordão do Fiuk desencarnado.
Não vou dizer que perdi meu tempo, porque a explicação sobre desejos sexuais de encarnados e desencarnados foi interessante. Ponto.
Não recomendo. Mas gostaria muito de ler aqui outros comentários a respeito do livro, sobretudo positivos para que eu não ficasse com tamanha má impressão.
Da Série Contos Mínimos
Ela devia ter aproximadamente 3 anos. Eu conhecia apenas a sua voz que invadia o meu quarto nos finais de semana. Brincava quase todo o tempo. Cantava, contava histórias. Teimava com a mãe que lhe ameaça bater. Pedia doces, quebrava seus brinquedos. Corria. Sua vida era (para mim) uma diversão.
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