Hoje acordei pensando nas crianças de Macau, Hong Kong e, quiçá, toda China, que não conhem lua, estrelas, sol... Como o céu sempre é tomado por uma camada espessa de poluição, nunca se veem os astros, os satélites, os corpos celestes.
É claro, acho, que em alguma parte do país o céu não deve ser todo tomado por esse cinza_constante. Mas a impressão que tenho é a de que só através da TV, fotografias, filmes, histórias se saiba que existem esses corpos no céu.
Canção do exílio não faria qualquer sentido por aqui porque ter mais estrelas não quer dizer absolutamente nada. Lua e estrela, de Caetano seria outra perda de tempo, já que pra fazer sentido, as palavras têm que já fazê-los.
Por outro lado, descobri o porque de toda a cidade está enfeitada com flores, bichos, lanternas: é a festa da lua. Pelo calendário lunar, na China assinala-se no mês de agosto o meio do outono. A lua cheia une as famílias e os amigos que se juntam à noite para comer bolos e olhar o céu. Dizem eles - é uma festa de união, um dos festivais tradicionais chineses que remonta à Dinastia Tang (唐朝).
É claro que não se vê lua alguma, mas pelo visto ninguém aqui é devoto de São Tomé.