Em carta ao presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), o senador
Demóstenes Torres (GO) pediu nesta terça (27) afastamento da liderança
do partido no Senado.
Demóstenes retornou nesta terça ao Senado, depois de, na última sexta, o
jornal O Globo ter relatado ligações dele com o empresário do ramo de
jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro
por suposto envolvimento com jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.
"A fim de que eu possa acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos
últimos dias, comunico a Vossa Excelência o meu afastamento da liderança
do Democratas no Senado Federal", afirmou Demóstenes Torres no texto da
carta.
A reportagem de O Globo
afirma que gravações telefônicas em poder da PF mostram que o senador
pediu R$ 3 mil emprestados e vazou informações de reuniões oficiais.
Cachoeira foi preso pela PF no fim de fevereiro em
uma ação contra o jogo ilegal e está em uma prisão federal em Mossoró
(RN).
O presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), afirmou nesta terça que, se comprovadas as denúncias, o partido vai "se mover".
"Não é que se abra discussão sobre expulsão, mas qual a gravidade das
denúncias? Qual a qualidade das denúncias? O que existe? Se a
Procuradoria dispõe de elementos e se os elementos são contundentes, é
evidente que o partido irá se mover. O que é preciso é que a
Procuradoria apresente os fatos que tem para que o partido e a nação
avaliem a gravidade e a qualidade da denúncia", afirmou o líder antes de
participar da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do
Senado.
Relatório da PF
Nesta segunda, a Corregedoria Parlamentar do Senado pediu à Procuradoria-Geral da República acesso a um relatório da Polícia Federal que contém o teor de conversas entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira. A Justiça Federal negou revogar a preventiva de Cachoeira.
Nesta segunda, a Corregedoria Parlamentar do Senado pediu à Procuradoria-Geral da República acesso a um relatório da Polícia Federal que contém o teor de conversas entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira. A Justiça Federal negou revogar a preventiva de Cachoeira.
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, havia dito que outros
parlamentares de Goiás são mencionados nas investigações da PF. Ele
analisa pedido de esclarecimento sobre as denúncias contra Demóstenes.
O relatório da PF está na PGR desde 2009, mas ainda não foram
anunciadas investigações. O corregedor do Senado, Vital do Rêgo
(PMDB-PB), diz que só poderão ser tomadas providências na Casa depois
que os parlamentares tiverem acesso ao material.