segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pensando, pensando

Tava aqui pensando, pensando, antes de começar a escrever um artigo que precisa ser escrito, nesses meses todos aqui em Portugal (são 8 meses longe do Brasil).
Nunca havia pensando em ficar tanto tempo longe de casa (e casa aqui pode/deve ter o sentido de casa, propriamente dita, mas tb da cidade que escolhi para trabalhar e, consequentemente, para viver, Cascavel e o meu país).
Me sinto, hoje, um pouco mais tranquilo, não menos saudoso, mas mais calmo com a ideia de estar longe. Acho que muito da minha angústia nesses meses era por conta de não saber como seria a conclusão desse estágio de pós-doutorado. Continuo não sabendo, mas tb estou menos preocupado com isso: preciso fazer o que prometi e vou fazer porque é para isso que estou aqui.
Engraçado como me dei conta agora depois de escrever a palavra "estágio". Eu estou fazendo mesmo um estágio aqui em Portugal, um estágio na Universidade de Coimbra, já que o meu vínculo com ela passa pelo vínculo com a minha supervisora. É um estágio. Bem, vamos adiante.
Morar fora não é para todos. Eu tenho muitas dúvidas se eu deveria mesmo ter feito esta escolha. Há aí um narcisismo em conseguir um bolsa concorrida, há tb uma certa imagem de competência que se quer construir, há um respeito que se quer para si, há tantas coisas em torno dessa viagem que talvez eu não soubesse até chegar aqui. Há tb questões pessoais (não que as profissionais tb não sejam pessoais. São, certamente).
Não estou fazendo um balanço desses oito meses. Não mesmo, até porque escrevo para organizar melhor o que eu penso sobre isso, como estaria falando para me ouvir melhor tb a esse respeito (mas na impossibilidade de falar, eu escrevo).
A impressão que tenho é de que não faria isso outra vez. Não, pelo menos, para ficar um ano fora. Um ano é muito tempo. Tb não sei se menos seria suficiente para entender o que é estar longe de casa.
O que sinto mais falta por aqui é a de encontrar por aí meus amigos. Fui ficando menos sociável por aqui. Pouca coisa me interessa. Pouca gente me interessa.
Eu ando por Lisboa como se estivesse em Cascavel, há lugares por onde nunca passei (lá e cá), mas eu tenho uma certa noção de espaço e direção. Bastam algumas quadras para me encontrar novamente.
Eu estava muito enclausurado, ultimamente. Pouco saía de casa. Faltava vontade. De repente eu percebi que estava ficando triste demais com isso (eu estou numa fase de escrever, e para isso a gente precisa estar mais concentrado e não se concentra andando por aí). Mas, de qualquer forma, eu tenho tido outra vez vontade de sair pela cidade e conhecer os lugares ainda desconhecidos.
Não vou reler o que escrevi. Vou deixa exatamente como está para mais tarde ver o que ando pensando sobre esses dias.

domingo, 18 de maio de 2014

Da Série Contos Mínimos

Andava bastante cansado, ultimamente. Ainda que ele não me contasse nada, eu sabia que ele já acordava com a sensação de dia que não acaba. E ainda restava um longo período e as suas atribuições. 

domingo, 11 de maio de 2014

Da Série Contos Mínimos

Hoje não nos falamos. Não, pelo menos, do jeito que se fala quando se está longe: não fiz nenhuma ligação, não enviei uma mensagem para o seu celular. Nos conectamos de uma forma mais sofisticada e com menos ruídos e interferências. Nos encontramos por um canal direto: metades que se chamam saudades.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A campanha está no NOIR.

Bem, alguns estão discutindo, no Brasil, se pode ou não propaganda eleitoral antes de 19 de agosto de 2014. Não pode, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Haverá multa, subtração do tempo durante a campanha, além de outras punições previstas em lei.
No entanto, a campanha à presidência da república está no ar faz algum tempo. Basta abrir os jornais, as páginas dos jornais na internet, assistir aos telejornais brasileiros para ver explicitamente a campanha a todo vapor.
Não há um dia sequer que a página do G1 não traga alguma notícia, em destaque, sobre problemas no governo federal. Não há um dia sem referência à CPI da Petrobrás. Um dia sem que algum político do PT envolvido no #MensalãodoPT (isso virou marca registrada) não seja mencionado. Não há um dia sem que haja incursões explícitas às mazelas do Estado Petista, seja federal ou estadual, quando esse ocupa o governo.
Vi, dia desses, no JN uma mostra absurda de referência ao PT. William Bonner e Patrícia Poeta, apresentadores do jornal, fazendo questão de evidenciar a sigla PT quando se tratava de notícia negativa e PSDB quando positiva (isso é mesmo redundante, porque só é veiculado matérias negativas sobre a sigla PT e positivas em relação à sigla PSDB).
Bem, não estou querendo dizer que não haja problemas nos governos Federal e Estaduais. Há. Tenho muitas reclamações para fazer. E acho que eles devem ser apurados e tb socializados. O que estou querendo discutir é se há ou não campanha disfarçada de notícia, nos meios de comunicação.
Vou abrir agora, dia 07 de maio, às 17h25, horário em Portugal, o site do G1 e veja o que encontro: Em primeiro plano, a escalação dos jogadores da seleção brasileira (em verde); abaixo, em vermelho, as seguintes manchetes: 'Não está tudo bem', diz Dilma sobre a inflação. E ainda, IBGE: produção industrial recua 5% em março.
Abri a primeira matéria e não há qualquer fala da presidenta sobre esse 'Não está tudo bem' em relação à inflação. Acompanhe o trecho:

A economia brasileira dominou boa parte da conversa, e Dilma disse haver uma "má vontade tremenda" nas análises do país. Para a presidente, "a inflação está sob controle, mas não está tudo bem". Ela diz que a sensação de "mal estar" em relação aos preços se explica pela diferença de taxa de crescimento dos bens com a taxa de crescimento dos serviços. 
(http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/05/o-brasil-nao-vai-explodir-em-2015-vai-e-bombar-diz-dilma.html)

Ou seja, a manchete produz um efeito de reforço negativo, pela própria presidenta, sobre a economia do país quando, ao contrário, ela afirma que O Brasil vai Bombar em 2015Mas isso só pode ser percebido quando se entra na matéria. O 'Não está tudo bem" diz respeito à "Má vontade tremenda nas análises sobre o país" e não sobre à inflação.
Vou continua daqui acompanhando alguns dos meios de comunicação para depois escrever sobre isso. 
O que vocês acham?

Da Série Contos Mínimos



Este tipo não se dava conta do ridículo do que escrevia, e por inferência, de como pensava. Vivia reproduzindo comentários racistas, sexistas, homofóbicos e preconceitos sociais como se estivesse protegido pela verdade. Dia desses, se confrontou com a realidade: enquanto distraído postava pelo smartphone deu com a cara numa porta de vidro.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

É Fantástico!

Assisti hoje, pela internet, o novo Fantástico e, sinceramente, não vi, além da nova abertura (a Globo inovando com uma bailarina negra), do novo cenário e da publicização da reunião de pauta nada que pudesse dizer que o velho programa está de cara nova (porque cara nova num programa jornalístico não pode ser apenas o que gravita em torno no que seja jornalístico). 
Bem, vi que é possível, durante algumas matérias,  o público interagir com o programa enviando emoticons e que esses são reproduzidas durante a exibição da cobertura jornalística. Antes, o público podia telefonar para um 0800. Ponto. Eu poderia ficar por aqui, mas não consigo.
Primeiro queria saber por que/pra quê a reunião de pauta se tornou pública? A quem isso pode interessar além de estudantes de jornalismo? A mim, não interessa. Ah, há um convidado especial!! Qual é mesmo a função dele? Não sei se perdi alguma coisa, porque o programa exibido pela internet é editado.  De qualquer forma, achei isso #chatopracaramba.
Bem, não dá tb para parar por aí. Vamos às propagandas: Xmen, nova novela das 19h: Fiuk e Isabelle Drummond e umas perguntas totalmente sem graça porque a nova novela gira em torno desse tema. Quadros totalmente dispensáveis para um programa jornalístico! Ah, mas a publicidade tb faz parte do jogo. Tá certo, mas não me trate como um bobalhão.
Não estou seguindo ordem cronológica para comentar o programa, apenas escrevo sobre o que mais me incomodou.
Nem sei o que dizer da disputa familiar pela herança de Henry Maksoud. Gente o que é isso? Tanta coisa importante acontecendo no Brasil e no mundo e a cobertura jornalística contribuiria para compreender melhor os fatos e o Fantástico opta (será pra isso que serve a reunião de pauta e o convidado ilustre?) pela disputa famíliar? #pqp.
Daniel Alves e o racismo no futebol nacional/internacional. Aí alguém diz, na reunião de pauta, que achou o tema interessante até descobrir (sic) que se tratava de uma campanha publicitária. A matéria foi superficial. Daniel Alves continua cafona como sempre (quem ajuda essa cara a escolher o que veste?). 
Bem, a observação do jornalista sobre se tratar de campanha publicitária ficou apenas na observação. Nada foi dito (pra quê, né?) sobre os espertinhos de plantão que ganham muito dinheiro e prestígio. Ah, algumas celebridades que sabem tudo sobre racismo, quero dizer, sobre campanha publicitária, tiveram vez na matéria. E o pessoal do movimento de luta contra o racismo? É ou não um programa jornalístico? Se for para ouvir Luana Piovani falar sobre racismo, perdoem-me, melhor ficar com a Turma da Mônica.
Demi Lovato e One Directions? Estou, definitivamente, ultrapassado. Nunca tinha ouvido falar deles. E eles são conhecidos!!!! Olha, valeu pelo programa! A nova música internacional. #Menudo #Tremendo # Dominó #pqp
O que sobrou nessa edição?
A confusão na delegacia de SP; A tragédia no Everest; O câncer de mama. Um programa para não ver outra vez. Novidade zero!

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Enquanto escrevo...

Ando pensando seriamente em excluir a minha página do Facebook. São tantas as razões que nem vale muito ficar aqui explicando cada uma delas. 
Ando muito incomodado com as postagens de alguns amigos e de alguns conhecidos e sei que nem vale mais bater boca porque cada um sabe a sua dor e a sua delícia. Cada um goza por onde pode.
A minha resistência seria apenas pela perda do contato com pessoas que de outra forma eu sei que não vou esbarrar por aí. E os bons textos compartilhados, as boas músicas postadas, as fotos, as novidades do Brasil e do mundo. Fora isso, nada me prende às redes sociais. Talvez eu tenha alguns bons motivos para não me desligar do Face
Ontem excluí um conhecido porque achei que estava me incomodando muito o que ele andava postando e, infelizmente, não havia alternativa para não ter acesso aos seus compartilhamentos. Primeiro deixei de segui-lo, mas nem assim deixei de "acompanhar" a sua posição coxinha#direita#foraPT. Um saco!
Outra coisa é ser obrigado a acompanhar a rede que se transforma em diário depressivo ou culto religioso
De um lado são as indiretas que ninguém faz ideia para onde está apontada ou as reclamações da vida. #porcariaddia#porcariadnoite#ninguémeama#ninguémequer. Saco transbordando! 
Do outro, os católicos extremistas ou os protestantes fanáticos. Por que não se pode ser religioso sem querer converter o mundo? #fanatismo#cegueira#doença# Saco cheio!
Bem, enquanto escrevo vou (re)pensando melhor no que fazer. Sei que o meu saco anda cheio de tanta coisa que não acho necessário encontrar mais para pirar de vez. 

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...