quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Fiquei perdido em um episódio de Arquivo X

Aos poucos vou tomando conta do meu dia a dia. Eu sabia que o retorno seria mais fácil do que a ida. E está sendo. Gosto de estar por aqui. Gosto de estar perto de mim mesmo. 
A sensação é a de que saí de mim por um tempo e a de que fiquei perdido em algum lugar, talvez num episódio de Arquivo X, sei lá. Esses primeiros dias estão sendo usados ainda para colocar em ordem a minha casa e a minha vida pessoal e profissional: quase tudo ficou suspenso.
Estranho ter que reaprender coisas mínimas. Nem vou contar aqui porque beira o ridículo. Não encontro alguns objetos e outros me deixam surpresos ao encontrá-los.
Os alunos estão dispersos demais. Não os vejo. Os amigos estão mais presentes. Isso é bom. Gosto dessa rotina meio atrapalhada de (re)início. 
Encontro pessoas que não sabiam que eu estava fora, mas que sentiram a minha ausência. Como isso é estranho! Sumi e pronto. Voltei e pronto tb. 

sábado, 13 de setembro de 2014

Dá Série Contos Mínimos

dos poços. Qualquer visitante que chegasse, enxergaria somente poços ...De repente, a gente acorda dentro de um poço. E fica por um tempo tentando descobri como/quando foi parar ali. Aquele buraco tão fundo, úmido, escuro, escorregadio e sem ninguém por perto. 
Não é que não se saibam os motivos, todo mundo sabe deles. Mas é que se vai empurrando com a barriga, fingindo que consegue dar conta dele, pensando que é fácil sair dali sem arranhões. 

domingo, 7 de setembro de 2014

Ácaros gigantes

A minha casa é uma ilha rodeado por ácaros gigantes, feios e assustadores. Tão assustadores que não consigo respirar, dormir, ficar em casa sem achar que estou me esvaindo em espirros.
A casa deveria ter sido limpa, pelo menos, uma vez por mês, mas pelo visto a limpeza se deu apenas alguns dias antes de eu chegar. 
Estou mergulhado nesse mar de poeira e infectado por esse cheiro de coisas guardadas.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Criancinha mimada e emburrada depois dos 45 é ridículo

Voltar está sendo muito bom, mas a volta significa tb retornar ao trabalho o que nem sempre é divertido, sobretudo, porque a gente precisa lidar com o ego dos amigos: e uns são muito sensíveis, a ponto de se comportarem como criancinhas mimadas. 
Ou vc faz exatamente o que ele quer ou ele se ofende, fica de cara feia e te manda recadinhos malcriados. Haja saco para aturar gente velha se comportando como menininha que não ganhou da mãe o brinquedo que queria na ida ao supermercado.
Faz pirraça: se joga no chão, como se isso fizesse mesmo algum sentido para um adulto, profissional. Tô cansado disso. Muito cansado mesmo e não tenho mais paciência para ficar concorrendo com ninguém. 
Não participo de concursos de miss. Não tenho jeito para isso. Quase aos 50 se vc não aprende o mínimo devia pedir licença para cagar e dar um tempo de pelo menos 3 anos para reaparecer.
Ou se conversa para resolver a questão como os adultos devem fazer ou não tem outra alternativa. O que não dá é para ficar emburrado achando que o mundo está contra vc e que se vc se sacrificou pelo outro como pode ele não reconhecer a minha dedicação (?).
Bem, escrever não resolve, mas pelo menos, a gente vai organizando um pouco a nossa impressão.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

Ela gostava muito de dinheiro e fazia qualquer coisa para consegui-lo. Não importava se era preciso vender a mãe ou rifar o pai. Nada disso era importante diante do vil metal. A "saudosa" mãe que se salvasse sozinha se a impedisse de ganhar um pouco mais de grana. Na verdade, nada mudaria sua vida, porque era pobre de espírito, mas contentava-se com migalhas como todos os miseráveis espirituais o fazem.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Da Série Contos Mínimos

Tudo estava e-xa-ta-men-te no mesmo lugar, apenas o meu olhar tinha se deslocado. Fiquei impressionado como tudo havia ficado congelado. Parado. Sem som. Sem vida. Tudo esperava. O CD da Jussara Silveira ainda estava no aparelho pronto para ser ouvido, mas não o fiz, porque eu precisava arejar o ambiente.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...