Não sei como é pra vc, mas pra mim, começar a escrever sempre é muito difícil. Sempre fico meio atordoado em meio ao turbilhão de palavras que me rondam constantemente. Parece que sou coagido por elas para que eu as use, para que eu as coloque na ordem do meu discurso. É impressionando como isso acontece sempre que preciso/quero escrever.
Não sei nunca por onde começar, por qual caminho ir. As vezes pego um atalho, como estou fazendo agora, e aí fica mais complicado voltar para a ideia inicial, aquela que me fez deixar de fazer outra coisa para me sentar diante do computador, abrir meu blog, clicar em nova postagem e escrever.
Não era isso! Não era sobre isso este texto! Era sobre lembrança! Escrevi o título antes de tudo (coisa rara!) porque era sobre lembrança que eu ia escrever. Sempre errado por linhas certas!
Bem, quem sabe não é dessa vez. Vou tentar mais uma vez.
Estava hoje pensando que a cada dia fica mais complicado encontrar quem eu possa fazer a pergunta: Você se lembra? A sensação é a de que os amigos, esses que dividiram comigo a maior parte da minha vida, foram ficando em alguma parte dela, lá atrás em algum compartimento. Longe, cada vez mais longe...
Tenho três grandes amigos que eu sei que posso perguntar: Você se lembra? E vamos rir ou chorar juntos porque dividimos os bons e os maus momentos. Os novos amigos, esses que a gente vai somando depois da maturidade são importantes, mas não sabem de nós. Ele têm pistas do que fomos, por onde andamos, mas faltou o dia a dia. Faltou memória.
Encontrar o Robson, a Vera e a Nanci é me encontrar um pouco. É me reencontrar, pra ser sincero. Cada um deles sabe porque esteve junto, estava próximo, foi consultado, participou, acompanhou de longe, comemorou, sentiu muito.
Minha formatura no ensino médio. Minha formatura na faculdade. Meus amores perdidos. Os amores encontrados. As doenças. As alegrias. As minhas perdas. Os meus achados. As minhas viagens. As minhas chegadas. Minhas partidas. Os meus altos e as minhas baixas.
Sei que daqui pra frente essa pergunta vai ficando mais rara: quero dizer, ela precisa ser tornar mais recente pra produzir alguma resposta: riso ou choro. Cada vez a resposta é mais atual e menos memória.