sábado, 4 de junho de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Resultado de imagem para o homem invisivelAos poucos fui aprendendo a arte de ser invisível. Passando pelas ruas sem que ninguém me visse. Entrando ou saindo dos lugares públicos sem ser notado. Falando sozinho. Perguntando pra ninguém. Incolor, inodoro, absolutamente vivendo a minha ausência.

Chutando o balde

Sei muito pouco sobre política, sei nada sobre economia, sou completamente ignorante para compreender como são realizadas as articulações entre os poderes, mas se eu fosse a Dilma e o PT (isso mesmo, os dois juntos ao mesmo tempo) eu chutava o balde completamente.
Um bico por dia até o balde não poder ser reconhecido como tal. Primeiro, insistia na tese de um plebiscito popular sobre as eleições diretas este ano para presidente da república. Depois, deixava bem claro que se esse plebiscito fosse validado pela população haveria um compromisso dela, sobretudo (porque é uma mulher de palavra), em levá-lo até as últimas consequências.
Não há outra forma de, no Senado, a presidenta obter os votos necessários para voltar ao Planalto se não se opuser veementemente contra esse lixo de política que está sendo feito também pelo próprio PT.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Não gosto de contar com o ovo no cu da galinha

O preço que pagaremos por nossa ingenuidade (ou burrice) não vai ser pequeno. Acreditar em que os grampos envolvendo os políticos do PMDB e de outros partidos podem fazer com que a presidenta Dilma permaneça no Planalto vai enterrar a possibilidade de eleições diretas. Talvez essa possibilidade de eleição seja a única alternativa dos partidos de esquerda nas atuais condições.
Não dá para levar a sério o fato de que um ou dois senadores estão querendo rever os seus votos. Isso me parece muito mais um golpe midiático do que qualquer outra coisa. Além disso, contar com essa pequena possibilidade já é perceber que as escutas não produziram absolutamente nada em termos do reconhecimento de que o Golpe é um Golpe.
Se as tais escutas pudessem alterar a percepção desse plano a ponto de deslocá-lo de forma que muitos senadores (e não apenas dois) estivessem balançados, teríamos sim a esperança de que esse quadro pudesse se reverter. Mas não é isso que está acontecendo. Vamos mais uma vez ser massacrados pelos senadores com o aval do Supremo Tribunal Federal (que estará no comando do processo) legitimando esses votos de forma a nos impossibilitar de questionar o leite derramado.
Os partidos de Esquerda precisam se organizar em torno de um plebiscito popular sobre as eleições diretas para presidente da república (ainda este ano) se se quiser de verdade adiar a tomada definitiva do governo por esses vampiros que se instalaram.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

terça-feira, 31 de maio de 2016

Da Série: Contos Mínimos

Nem vírgula nem ponto final. Tampouco dois pontos ou exclamações. Fomos para o outro reticências. E ontem, ao primeiro acorde de uma velha música, te encontro mais uma vez. 

domingo, 29 de maio de 2016

A equação nem sempre funciona

Hoje recebi um solicitação de "amizade" via rede social. Isso não é novidade pra ninguém! Se vc está nessas redes, vira e mexe aparece um pedido desse. 
Bem, olhei para a fotografia e ainda que me parecesse alguém familiar eu não me recordava do nome e muito menos do nome relacionado à cidade em que o solicitante morava. Mas como a cidade era Curitiba, logo o associei a algum amigo de lá. Acontece que os amigos em comuns eram de Cascavel. Aí achei que fosse algum ex-aluno que tivesse se mudado.
Mas eu me lembraria dos ex-alunos. Poderia até não me lembrar do nome, mas, certamente, do rosto não me esqueceria. E nada. Nada de saber quem era. Odeio esses esquecimentos. E principalmente porque se ele se lembrava de mim, eu deveria me lembrar dele também. Só que essa equação não funciona sempre assim.
Aceitei o pedido e o solicitante me perguntou, de cara, se eu me lembrava dele. Disse que sim, mas não saberia dizer de onde. Aí ele me contou toda a história e estou escrevendo isso porque até agora não estou acreditando nesse reencontro. Se é que a gente pode chamar assim.
Vamos às condições de produção: eu estava de volta a Marechal Cândido Rondon, em 2006, depois de passar quatro anos no Rio de Janeiro para cursar o doutorado. Sempre que eu me entediava por lá (isso era muito comum), vinha passar um final de semana em Cascavel para ir ao cinema, para me divertir um pouco.
Eu costumava entrar em sala de bate-papo (de Cascavel) e conheci um cara. Trocamos msn (era um canal de conversa online) e conversamos muito durante muito tempo. Aí, um certo fim de semana, marcamos de nos encontrar aqui. Eu estava hospedado num hotel e ele passou por lá para bater-papo pessoalmente, acontece que ele precisava ir em seguida para Foz do Iguaçu e assim o fez. Conversamos muito pouco, nos vimos apenas aquela vez e nunca mais nos falamos. Sabe-se lá o motivo. Se houve, nem eu nem ele nos lembramos.
Faz dez anos isso. Eu provavelmente não mudei tanto. Claro que fiquei mais velho, barba branca, mas as feições não mudam tanto de 40 para 50 anos, mas ele, certamente mudou. De um pós-adolecente para um homem: isso faz diferença.
Bem, não é nada extraordinário, mas curioso, justamente por ter sido apenas um encontro rápido e único e ainda assim ele ter me reconhecido. Ah, ele me disse que me procurou muito nas redes sociais, mas na falta de um sobrenome era praticamente impossível esse reencontro.
Disse-me também que ao encontra uma conta de email perdida e conseguir recuperar a senha, encontrou por lá, numa troca de mensagem, o meu sobrenome. É isso. A gente pode ficar feliz também com esses encontros. Eu estou.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

O buraco sempre é mais embaixo

Uns dizem que chegamos no fundo do poço. Eu acho, porque sou pessimista, que o buraco ainda é mais embaixo. 
Depois da divulgação tardia dos grampos de  Sérgio Machado, pela Folha de São Paulo, em relação à articulação dos políticos do PMDB sobre o impedimento da presidenta Dilma, muito pouco ou quase nada tem sido falado sobre o papel do STF nesse processo.
As escutas trazem informações sobre o envolvimento de ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos da oposição nessa articulação, mas, quando esses mesmos ministros são ouvidos, eles falam tão somente sobre a Operação Vaza Jato que não sofreu interferência alguma.
Bem, é verdade que tudo continua funcionando como sempre esteve. É aí que mora o perigo ... porque se continua funcionando como sempre funcionou significa dizer que a forma de apuração vai continuar sendo feita sobre uns em detrimento de outros. Que aquelas tão esperadas respostas sobre o envolvimento de políticos de outros partidos (além do PT), alguns citados em quase todas as delações, continuará sobre o forte impacto do silêncio.
E o Jucá? Basta que ele saia do ministério? Nada mais vai acontecer? E o Senado diante disso? E o Renan? E o Sarney? As máscaras caíram, e...? Tudo certo agora? A Folha divulga e pronto, ela fez o seu papel, volta ao patamar de ser um jornal que fala sobre e ponto final?
Acho de verdade que se não formos para a rua mostrar a nossa indignação com tudo isso, nada vai mudar. Acho também que não vai adiantar nada ficar em casa esperando um milagre porque ele não vai acontecer. 

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...