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É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER.
FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
Não ando muito bem: um pouco desanimado com muita coisa. Sabe
aquela vontade de preencher um vazio que vc não sabe muito bem o que é? Onde fica? O que fazer? Para onde ir? É assim que ando me sentido.
Há épocas em que isso fica mais evidente: esta, por exemplo. E aí um monte de coisas ruins vão acontecendo ao mesmo tempo e vai minando o humor, a resistência, a alegria. Às vezes a gente não vê luz no fim do túnel. Às vezes essa luz não existe mesmo a curto prazo.
Não sei muito o que fazer para sair desse lugar. Vou vivendo para ver o que acontece. Não perco a esperança de, apesar de tudo, conseguir estar bem.
“Há um pássaro azul no meu coração que quer sair mas eu sou demasiado duro para ele, e digo, fica aí dentro, não vou deixar ninguém ver-te. há um pássaro azul no meu coração que quer sair mas eu despejo whisky para cima dele e inalo fumo de cigarros e as putas e os empregados de bar e os funcionários da mercearia nunca saberão que ele se encontra lá dentro. há um pássaro azul no meu coração que quer sair mas eu sou demasiado duro para ele, e digo, fica escondido, queres arruinar-me? queres foder-me o meu trabalho? queres arruinar as minhas vendas de livros na Europa? há um pássaro azul no meu coração que quer sair mas eu sou demasiado esperto, só o deixo sair à noite por vezes quando todos estão a dormir. digo-lhe, eu sei que estás aí, por isso não estejas triste. depois, coloco-o de volta, mas ele canta um pouco lá dentro, não o deixei morrer de todo e dormimos juntos assim com o nosso pacto secreto e é bom o suficiente para fazer um homem chorar, mas eu não choro, e tu?”
Saí com um amigo, hoje à tarde, para tomar um café e bater um papo. Era para ser rápido.
Encontramos, no tal Café, uma amiga dele. Depois de abraços, apertos de mãos, apresentações, fomos para uma mesa no segundo andar.
Lá, muita gente falando alto ao mesmo tempo. Não consegui ficar. Ao voltarmos, encontramos a tal amiga que agora sozinha já se dirigia à nossa mesa para bater um papo com o meu amigo.
Dividimos então uma mesa. Essa menina perguntava e respondia. Sabia de tudo e um pouco mais. Opinava sobre tudo e qualquer coisa. Falava sem parar. Não respirava, não fazia um intervalo entre as palavras. Ia juntando um assunto no outro.
Fazia muito tempo que eu não esbarrava com alguém cuja afinidade (em muitos aspectos) fosse tão grande. Fiquei pensando que dessa vez seria o tiro certo. Não foi. A afinidade não era recíproca. Não se deve buscar a felicidade onde se encontra tristeza.
Fazia algum tempo que eu não me interessava por alguém e muito mais tempo que eu não me desinteressava tão rápido pela mesma pessoa: acho que dessa vez li as pistas que me foram dadas e assim evitei danos desnecessários.