2019 foi o ano da estupidez. Ano que ouvimos de pessoas próximas e de outras, nem tão próximas assim, absurdos que sequer pensávamos poder ouvir no séc. XXI. Melhor não repeti-los para preservarmos a nossa sanidade.
Retrocedemos. Não tenho dúvida! Retrocedemos na forma de olhar para o outro, voltamos para tempos obscuros em termos de humanidade, de solidariedade, de afetos.
Valorizaram a violência em todos os sentidos: o discurso da exclusão, do racismo, da homofobia, da intolerância religiosa estiveram presentes nesses tristes 360 e poucos dias deste ano.
Foi o ano da mentira institucionalizada. De mentiras tão sem propósitos que me senti num filme de ficção: mamadeira de piroca! socialismo! comunismo! meninos vestem azul e meninas rosa! o peixe é inteligente! balbúrdia nas universidades! E por aí vai...
Foi o ano da mentira institucionalizada. De mentiras tão sem propósitos que me senti num filme de ficção: mamadeira de piroca! socialismo! comunismo! meninos vestem azul e meninas rosa! o peixe é inteligente! balbúrdia nas universidades! E por aí vai...
2019 foi um ano marcado pela presença e destaque de imbecis na vida pública e na privada (de onde eles nunca deveriam ter saído). Pautaram o nosso pensamento e aquilo que circulou nas redes sociais e nos jornais diários.
Era tanta pequenez, tanta estultice, tanta falta de noção que uma montanha de estrume não seria suficiente para comparar com tudo aquilo que foi dito e escrito.
Era tanta pequenez, tanta estultice, tanta falta de noção que uma montanha de estrume não seria suficiente para comparar com tudo aquilo que foi dito e escrito.
O fundamentalismo religioso se meteu na educação e na saúde e, é claro, impediu que professores falassem sobre sexualidade, sobre violência, sobre equidade, sobre diversidade, sobre diferenças. Impediu também que crianças fossem vacinadas e que as doenças há muito controladas se fizessem outra vez presentes. A laicidade do Estado foi esquecida por parte da sociedade.
Não foi um ano fácil para quem pensa na inclusão com necessidade, na diferença como patrimônio, na raça como orgulho e como inscrição e marca da nossa história.
Como tudo, o ano de 2019 está acabando e vai passar.
Senti-me enfraquecido em muitos momentos, mas fui confortado (e confortei) pelos amigos, pelos companheiros de trabalho e não soltamos as mãos uns dos outros. Nos abraçamos e resistimos e sobrevivemos aos 2019.
A luta continuará. Não tenho dúvida! Vamos resistir a todo atraso que nos impuseram este ano. E quando o dia raiar, porque o dia vai raiar, nós vamos sair pelas ruas mais fortes.