domingo, 3 de novembro de 2024

Espumas ao vento (José Accioly Cavalcante Neto)


 

A Inteligência Natural alimenta a Inteligência Artificial


Há também na minha área de pesquisa, Teoria e análise linguística, uma discussão enorme e atual sobre o funcionamento da IA (Inteligência Artificial). Uma das questões que se coloca é se há autoria ou condições de produção naquilo que a IA "produz". Já coloco a produção entre aspas porque eu acho que não é possível chamar de produção aquilo que a IA nos oferece. E já explico o porquê.

Vamos lá, se eu pergunto a IA quem foi o assassino do zodíaco, um serial killer americano?

A IA me responde: O "Assassino do Zodíaco" é o nome dado a um serial killer que aterrorizou a área de São Francisco, Califórnia, entre os anos de 1968 e 1969. Ele ficou conhecido por seus crimes e por enviar cartas codificadas, com criptogramas e pistas, aos jornais locais. Apesar de investigações intensivas e várias teorias ao longo dos anos, a identidade verdadeira do Assassino do Zodíaco permanece oficialmente um mistério...A falta de provas conclusivas, especialmente antes dos avanços modernos em análise de DNA, e a complexidade dos criptogramas deixaram o caso sem solução até hoje, mantendo o mistério e o fascínio público em torno da identidade do Assassino do Zodíaco.

Bem. Ela me deu uma resposta possível. A de que a identidade do assassino continua um mistério. Me diz também que as cartas criptografas e pistas nunca foram totalmente desvendadas por uma inteligência natural.

Ou seja, para que ela me desse um nome, esse nome deveria já ser conhecido. E daí eu concluo que não há autoria na IA, mas há condições de produção. Uma vez que ela, ao me dar uma respostas, faz buscas sobre aquilo que já circula sobre o que foi solicitado. Ela não cria, mas ela, neste caso, não inventa absolutamente nada, mas me responde a partir de sentidos/informações que já estão dadas.

Sem a Inteligência Natural não há, por enquanto, a Inteligência Artificial. Há muitas questões sobre a possibilidade da IA futuramente aprender sozinha, mas por enquanto, isso não é possível, ou só é possível a partir das informações dadas a ela.

Eu pergunta a IA se ela é capaz de pensar sozinha?

A IA me respondeEssa é uma pergunta fascinante! Em essência, minha “capacidade de pensar” depende da estrutura lógica, matemática e linguística com que fui treinado e programado. Minhas respostas são produto de padrões nos dados que aprendi e das conexões lógicas e probabilísticas que faço entre eles.

O que realmente falta, no entanto, é a experiência vivida, o conhecimento implícito e a intuição que caracterizam a inteligência natural. A intuição humana, por exemplo, é profundamente enraizada em experiências pessoais, culturais e emocionais, algo que uma máquina não possui e não consegue replicar. Isso significa que minha "inteligência" é limitada ao que foi programado e aos dados com que fui treinado, sem a capacidade de fazer julgamentos subjetivos, errar de forma criativa ou experimentar genuína curiosidade ou inspiração. 

Ponto.

sábado, 26 de outubro de 2024

Espumas ao vento (Accioly Neto)


 

Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mimUm grande amor não se acaba assimFeito espumas ao ventoNão é coisa de momento, raiva passageiraMania que dá e passa, feito brincadeiraO amor deixa marcas que não dá pra apagar
Sei que errei, 'to aqui pra te pedir perdãoCabeça doida, coração na mãoDesejo pegando fogoE sem saber direito a hora e o que fazerEu não encontro uma palavra só pra te dizerAi, se eu fosse você eu voltava pra mim de novo
Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mimUm grande amor não se acaba assimFeito espumas ao ventoNão é coisa de momento, raiva passageiraMania que dá e passa, feito brincadeiraO amor deixa marcas que não dá pra apagar
Sei que errei, 'to aqui pra te pedir perdãoCabeça doida, coração na mãoDesejo pegando fogoE sem saber direito a hora e o que fazerEu não encontro uma palavra só pra te dizerAi, se eu fosse você eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa fique certa, amorA porta vai estar sempre aberta, amorO meu olhar vai dar uma festa, amorNa hora que você chegarE de uma coisa fique certa, amorA porta vai estar sempre aberta, amorO meu olhar vai dar uma festa, amorNa hora que você chegar
Sei que errei, 'to aqui pra te pedir perdãoCabeça doida, coração na mãoDesejo pegando fogoE sem saber direito a hora e o que fazerEu não encontro uma palavra só pra te dizerAh, se eu fosse você eu voltava pra mim de novo
E de uma coisa fique certa, amorA porta vai estar sempre aberta, amorO meu olhar vai dar uma festa, amorNa hora que você chegarE de uma coisa fique certa, amorA porta vai estar sempre aberta, amorO meu olhar vai dar uma festa, amorNa hora que você chegar
E de uma coisa fique certa, amorA porta vai estar sempre aberta, amorO meu olhar vai dar uma festa, amorNa hora que você chegar

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Guardar (Antonio Cicero)

Semana passada em uma banca de qualificação (de uma dissertação de mestrado) falei sobre essa poesia aí embaixo e sobre o poeta Antonio Cícero. Na verdade, falo sempre sobre esse poema porque eu gosto demais dele. Conheci parte desse texto ao ouvir a música Deve ser assim (de Marina Lima e Alvin L.) parte do álbum O Chamado. Hoje, fui surpreendido com a notícia da sua morte. 

Bateu uma tristeza!!!!

E ao mesmo tempo uma admiração pelo filósofo/poeta ou poeta/filósofo que decidiu diante de uma doença (Alzheimer), ainda sem cura, ir à Suíça para o procedimento de um suicídio assistido. Que coragem! Como nos disse hoje o tb poeta José Miguel Wisnik: "um ato límpido, adulto e amorosa."





Guardar

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
(Antonio Cicero)

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...