Recebi da Rosana e não me contive: "Milhões de pessoas que sonham com a imortalidade não sabem sequer o que fazer numa tarde chuvosa de domingo" Susan Ert.
ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
domingo, 30 de maio de 2010
Comendo líquido (texto)
Domingo. Frio. Chuva. Dizem que vai piorar na terça-feira. É esperar pra ver. Hoje, tem Processo Seletivo aqui na universidade. Isso mesmo, "aqui": estamos desde às 8h de plantão. Ainda bem que até agora nenhum problema para ser resolvido senão os de praxe (candidato que não sabe o número do seu CPF, RG etc.). Aproveito para preparar a aula de terça e a prova de quarta-feira.
Sinceramente, queria estar dormido. E estaria se não tivesse por aqui. O sono, é claro, já passou desde o banho, às 7h. No entanto, fico pensando na minha cama. Ah, estou com fome e para comer apenas um chá (comendo líquido).
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Ainda bem que tudo tem um por outro lado (texto)
Por outro lado, ainda bem que tudo tem um por outro lado, o meu dia foi incrível. Fomos, Maria Lúcia, Sandra e eu a um orfanato aqui em Cascavel levar uns cobertores e toalhas para as crianças. Aproveitamos que estávamos lá para brincar um pouco com elas (esse orfanato recebe crianças de 0 a 5 anos). E brincamos muitos. Essas crianças são especiais, aliás, todas elas são.
Essas se viram sozinhas, às vezes. Mas são muito carentes. Querem colo o tempo todo. E ficam brava se depois de um tempo a colocamos outra vez no chão.
Hoje, fiquei rodeado por umas cinco. Sentado no chão com um no colo, outra na carcunda, outra em pé no meu joelho, dois tentando pegar meus óculos escuros. É sempre triste ir embora, porque sabemos que a nossa vida continua e a delas tb, nunca do mesmo jeito, mas continua apesar do nosso encontro.
Novas estratégias para velhos interesses (texto)
Talvez o grande problema do meu trabalho seja o meu trabalho, isto é, a forma como ele funciona. E a forma como ele funciona, não é senão, o meu trabalho. Posso parecer redundante, mas o que estou querendo dizer é que, se não estou satisfeito (e faz é tempo) como o que anda acontecendo eu tenha que ou mudar de trabalho ou me mudar.
Esta, para variar, não foi das melhores semanas. No entanto, ela tem produzindo em mim uma certeza de que não nasci para conviver com certas práticas que julgo pequenas, mesquinhas, burras, até. E mais, tem produzido tb a certeza de que o copo já transbordou e eu aqui tentando conter essa água que não para, essa água que não vai parar nunca de escapar desse copo.
A Emília, de Monteiro Lobato, tentou certa vez reformar a natureza: ela criou o passarinho-ninho; o livro comestível; o porco magro; o sei-lá-que-animal-é-esse; o bule que apita; colocaram as abóboras na jabuticabeira e as jaboticabas no pé de abóbora; o pernilongo cantor; a gaiola de cabelo; as pulgas moles e paradas no meio do ar; moscas sem asas; a reforma na vaca mocha; reforma na personalidade das borboletas azuis ... mas percebeu que, ainda que as coisas possam parecer estar em lugar errado, não se muda a netureza das coisas.
Não estou certo, é lógico, ainda que a minha natureza diga que sim. Sou eu quem está no lugar errado. Aqui, as pessoas já se acostumaram com esse funcionamento e ele não vai mudar, nunca.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
As diversas caras do incompetente (texto)
A incompetência tem diversas caras: às vezes ela se mostra como inocente, noutras como desentendida, às vezes se traveste de seriedade, mas um bom observador não se engana.
O serviço público está cheinho de incompetência, em todos os escalões: desde aquele que faz corpo mole até aquele que usa do próprio poder para não fazer o que deve. É incompetente tb aquele que compactua com a incompetência do outro, fingindo que não vê ou tirando algum proveito do desserviço. Prefiro a morte, a me calar diante dessa senvergonhice.
Não se muda o mundo, mas de incompetências.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Está tudo bem?
Quem não chora não mama, diz o ditado popular, mas não é sobre ditados populares que quero/vou escrever. Reclamei esta semana sobre a falta de interesse dos amigos em saber como anda a nossa vida etc. & tal. Reclamei tb, até para não perder o costume, da quantidade de trabalho que temos, a cada novo dia, que dar conta. Sempre mais, sempre mais! E aí recebi um e-mail da Cris sobre como (não) andam as relações interpessoais.
Neste e-mail ela me escreve, entre outras coisas, se o fato de se perguntar ao outro se tudo está bem, não é apenas um ritual ligado no piloto automático que espera como resposta sempre um "tudo bem!"? Diz a Cris:: "Se bem que até o "tudo bem" mudou com o passar dos anos ... hoje em dia, quando a gente não está bem, fica pensando quando nos perguntam "tudo bem?" se a pessoa aguentaria ouvir a verdade das coisas que vão na cabeça e no coração ... e a gente enterra um supercial ... "tudo bem" ... conformista e frouxo só pra evitar ter que entrar em detalhes, com quem na verdade, perguntou sem ter tempo para ouvir, não é verdade?"
E continuou: "Assim, andorinhas apagando incêndio a gente vai semeando coisas boas pelo mundo um pouquinho de cada vez, e quando se olha, o tempo ajuda, e a gente vai passando ... passa-se por essa, e por aquela, e vamos sempre passando ..."
Só não sei se, algum dia, tudo isso foi de outra maneira, sei apenas que, carente dos amigos, fico querendo sempre mais: atenção, abraço, carinho, e-mails, ligações que não sejam apenas sobre trabalho e cobrança.
E, além disso, somando aqui nessa calculadora dos anos a quantidade de "essas e outras" pelas quais vamos passando, vamos passando, vamos passando até quando a pilha, a bateria, a energia não mais funcionar.
Casal gay é condenado a 14 anos de prisão no Malauí (texto)
Decisão da Justiça provocou revolta entre ativistas e pode levar a retaliações diplomáticas.
Um casal de homens homossexuais foi condenado a 14 anos de prisão no Malauí. Ambos tinham sido considerados culpado por sodomia e atentado grave ao pudor.
Steven Monjeza, de 26 anos, and Tiwonge Chimbalanga, de 20 anos, estavam presos desde dezembro, quando celebraram uma cerimônia tradicional de noivado - pela primeira vez no conservador país do sul da África.
A condenação do casal, no início desta semana, já tinha causado revolta na comunidade internacional. A sentença foi anunciada nesta quinta-feira.
Ao proferir a sentença, o juiz, Nyakwawa Usiwa-Usiwa, disse: "Darei uma sentença rigorosa para que o público esteja protegido de gente como vocês, para que não sejamos tentados a copiar esse exemplo horrendo".
Segundo o correspondente da BBC Raphael Tenthani, Monjeza começou a chorar ao ouvir a sentença.
A correspondente da BBC na África do Sul Karen Allen, disse que, com a sentença, uma das mais severas já dadas para um casal gay, é possível que o Malauí seja alvo até de ameaças diplomáticas de países europeus.
Um casal de homens homossexuais foi condenado a 14 anos de prisão no Malauí. Ambos tinham sido considerados culpado por sodomia e atentado grave ao pudor.
Steven Monjeza, de 26 anos, and Tiwonge Chimbalanga, de 20 anos, estavam presos desde dezembro, quando celebraram uma cerimônia tradicional de noivado - pela primeira vez no conservador país do sul da África.
A condenação do casal, no início desta semana, já tinha causado revolta na comunidade internacional. A sentença foi anunciada nesta quinta-feira.
Ao proferir a sentença, o juiz, Nyakwawa Usiwa-Usiwa, disse: "Darei uma sentença rigorosa para que o público esteja protegido de gente como vocês, para que não sejamos tentados a copiar esse exemplo horrendo".
Segundo o correspondente da BBC Raphael Tenthani, Monjeza começou a chorar ao ouvir a sentença.
A correspondente da BBC na África do Sul Karen Allen, disse que, com a sentença, uma das mais severas já dadas para um casal gay, é possível que o Malauí seja alvo até de ameaças diplomáticas de países europeus.
'Prisoneiros de consciência'
A defesa do casal tentou argumentar, em vão, que ninguém foi prejudicado pelas ações dos jovens.
De acordo com Michelle Kagari, vice-diretora para África da Anistia Internacional, o casal pode ser considerado "prisioneiro de consciência".
"Estar em um relacionamento não deveria ser um crime. Os direitos humanos, os direitos à liberdade contra discriminação, à consciência, à expressão e à privacidade deles foram flagrantemente violados", disse Kagari.
A ativista classificou a condenação do casal de "passo atrás" para o Malauí.
De acordo com a Anistia, o casal teria sido espancado pela polícia e Chimbalanga teria sofrido exames anais forçados para verificar se o relacionamento foi "consumado".
Segundo Kagari, este tipo de exame, sem consentimento, "contraria a proibição absoluta de tortura e outras formas de tratamento desumanas, cruéis e degradantes".
A pressão diplomática pode surtir efeito no país, cujo orçamento para desenvolvimento depende em 40% de doações e ajuda humanitária.
Sem comentário de minha parte.
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