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domingo, 4 de março de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Queimando ou agredindo moradores de rua (texto)
No último sábado, dia 25, dois moradores de rua foram queimados em Santa Maria, cidade satélite de Brasília. Um deles está internado com 30% do corpo queimado, o outro não resistou à violência e morreu no domingo, dia 26.
Por que isso acontece com certa frequência? Minha hipótese é a certeza da impunidade. Ou será que estou enganado? Veja reportagem abaixo sobre os jovens de classe média que queimaram vivo o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos.
Assassinos do índio Galdino estão em liberdade
Dez anos depois de assassinarem o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, em Brasília (DF), os cinco jovens condenados pelo crime, incluindo um menor de idade na época, estão soltos. Na ocasião, os jovens de classe média colocaram fogo no índio enquanto ele dormia em um ponto de ônibus. Em 2001, foram condenados a 14 anos de prisão, mas desde 2004 estão em liberdade. Eles teriam que cumprir cerca de nove anos de reclusão sob regime fechado, porém, com medidas judiciais, conseguiram ficar em regime semi-aberto ? em que o detento só vai dormir na prisão.
A promotora Maria José Miranda, uma das responsáveis pela denúncia contra os jovens, conta os privilégios que eles tiveram desde o início do processo.
Durante o curso do processo, eles teriam que ficar presos preventivamente. Então para não ficar em cela comum foi desocupada uma biblioteca para eles. Eles tinham a chave, tinha cortinas nas janelas, banho quente, vaso sanitário. Ou seja, tinham tudo o que os outros prisioneiros não tinham?.
Em regime semi-aberto foram flagrados diversas vezes em festas e bares da cidade. Para a promotora, esta impunidade pode aumentar a criminalidade no país.
Eu sei que outras pessoas comuns não conseguem estes benefícios. É a mesma justiça interpretando diferentemente a mesma lei. Entre todos os fatores de criminalidade, não resta dúvida que a impunidade é o maior incentivo, maior estímulo ao crime. Muito mais grave é que no caso de pessoas abastadas ou pessoas importantes ela é 100% garantida?.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denuncia que desde a morte de Galdino em 1997 mais de 250 indígenas foram assassinados em todo o país.
De Brasília, da Radioagência NP, Gisele Barbieri
Dez anos depois de assassinarem o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, em Brasília (DF), os cinco jovens condenados pelo crime, incluindo um menor de idade na época, estão soltos. Na ocasião, os jovens de classe média colocaram fogo no índio enquanto ele dormia em um ponto de ônibus. Em 2001, foram condenados a 14 anos de prisão, mas desde 2004 estão em liberdade. Eles teriam que cumprir cerca de nove anos de reclusão sob regime fechado, porém, com medidas judiciais, conseguiram ficar em regime semi-aberto ? em que o detento só vai dormir na prisão.
A promotora Maria José Miranda, uma das responsáveis pela denúncia contra os jovens, conta os privilégios que eles tiveram desde o início do processo.
Durante o curso do processo, eles teriam que ficar presos preventivamente. Então para não ficar em cela comum foi desocupada uma biblioteca para eles. Eles tinham a chave, tinha cortinas nas janelas, banho quente, vaso sanitário. Ou seja, tinham tudo o que os outros prisioneiros não tinham?.
Em regime semi-aberto foram flagrados diversas vezes em festas e bares da cidade. Para a promotora, esta impunidade pode aumentar a criminalidade no país.
Eu sei que outras pessoas comuns não conseguem estes benefícios. É a mesma justiça interpretando diferentemente a mesma lei. Entre todos os fatores de criminalidade, não resta dúvida que a impunidade é o maior incentivo, maior estímulo ao crime. Muito mais grave é que no caso de pessoas abastadas ou pessoas importantes ela é 100% garantida?.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denuncia que desde a morte de Galdino em 1997 mais de 250 indígenas foram assassinados em todo o país.
De Brasília, da Radioagência NP, Gisele Barbieri
domingo, 26 de fevereiro de 2012
O espírito da folia carioca (Ruth de Aquino)
O espírito da folia carioca
Eu fiquei de pagar depois. Não nos conhecíamos. Eu me divertia, ele
trabalhava, num canto da orla carioca de onde avistamos o Morro Dois
Irmãos e a Pedra da Gávea ao fim da curva de mar, areia e barracas
coloridas.
Pensei. Em Paris, Londres ou Nova York, essa cena de cordialidade não
existiria. Os vendedores de lá cobram com rigor cada “centime”, cada
“penny”, cada “cent”, jamais arredondam um preço para baixo – e não há a
menor chance de que eles retribuam com um sorriso generoso uma falta de
dinheiro imprevista.
“Princesa, que horas são?”, pergunta o banhista de sunga. Não tem
“bonjour” nem “merci”, não tem “hi” e “thanks”, é uma consulta direta,
sem um pingo de cortesia formal, mas sedutora na medida da carioquice.
Pode ser o sol, os blocos de rua, a determinação de ser feliz em
fevereiro. O carioca anda mais extrovertido e simpático do que já é.
Não importa o resto. Ele parou de acompanhar o julgamento do
Lindemberg, a ficha suja dos políticos, o careca do mensalão, a greve
que se desmilinguiu em confete, os bueiros explosivos, a gasolina mais
cara, os fantasmas do Senado e os taxistas falsos que desonram a
fantasia de pirata nos aeroportos. Por um tempo, só importa se vai dar
praia, se o banho de mar está liberado, se a cerveja está gelada e se
cabem mais seis no boteco lotado, mesmo em pé do lado de fora.
Esse Rio pré-carnavalesco atrai, hoje, 800 mil turistas. Deles, 250 mil
são estrangeiros, os mais apaixonados pela beleza da cidade. Não há
como andar sem ouvir francês, inglês, italiano, espanhol e outros
idiomas egressos da neve. Dos turistas de outros Estados, paulistas e
mineiros são os campeões. O mais curioso é que passou a ter muito
carioca no Carnaval do Rio. Porque os blocos de rua foram ressuscitados.
Em vez de ir pular no Nordeste, o folião carioca agora fica nas
quebradas de sua cidade.
Cenas de cordialidade como as que existem no Rio de Janeiro não se veem em Paris, Londres ou Nova York
São 425 blocos, de janeiro até o domingo depois do Carnaval, quando o
Monobloco arrasta 400 mil na Avenida Rio Branco. Os nomes são poéticos,
como o Simpatia é Quase Amor. Irreverentes, como o Suvaco do Cristo,
Spanta Neném, Desliga da Justiça. Picantes, como Vem ni Mim que Sou
Facinha, Fogo na Cueca e Só o Cume Interessa. No som, há uma mistura até
blasfema, de tão democrática. Tem brega, rock, sertanejo e MPB. Sempre
em ritmo de samba. Preta Gil levou 250 mil foliões para o centro do Rio e
fez a multidão rezar um padre-nosso pelas vítimas dos desabamentos
recentes.
Por um bom (ou mau) tempo, o Carnaval carioca se resumiu ao desfile das
escolas de samba, a rua tinha dançado. “Quando eu era jovem, ou alguém
me arrumava um ingresso para a Sapucaí ou eu ia para Salvador, Angra,
Petrópolis”, diz o prefeito Eduardo Paes, de 48 anos. “Em vez de
ignorar, resolvemos abraçar os blocos, organizar, dialogar. E estamos
evoluindo ano a ano.” O que não vai ter nunca, diz Paes, é cordinha,
camarote ou corredor para os blocos. Têm de se concentrar nos bairros de
origem e ser ampliados nos subúrbios.
Claro que o trânsito complica. Mas a comunicação e o esquema
funcionaram melhor, e os engarrafamentos foram menores. No último fim de
semana, 700 mil pessoas desfilaram em paz em 111 blocos no Rio, com
muita azaração e criatividade. E menos lixo, menos vândalos e menos
mijões que nos anos anteriores. Há mais banheiros disponíveis. Canteiros
foram protegidos por redes na orla da Zona Sul para não ser pisoteados.
Em Santa Teresa, bairro ferido de morte pelos desastres com bondinhos, o
primeiro destaque do sábado de carnaval será o Céu na Terra. O
homenageado será o bondinho. O Cordão da Bola Preta irá da Candelária à
Cinelândia. A Banda de Ipanema obrigará os ipanemenses a deixar o carro
em casa. No Bloco do Barbas, em Botafogo, o carro-pipa deve refrescar os
foliões. O Empolga às 9 sairá em Copacabana, na Avenida Atlântica. De
bônus, temos as musas dos blocos, essas moças de gingado carioca sem
anabolizante.
Alienação? Transtorno? Pode ser, se você torce o nariz para esse
delírio popular. Para quem festeja a volta da folia de rua após tantos
anos de Carnaval exportação, é hora de curtir, não no Facebook ou na
televisão, mas na vida real. Ao ar livre, com cantoria, suor e beijos.
Deixe o samba correr.
Amanhã tudo volta ao normal (fotos)
Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr.
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr.
(Noite dos Mascarados - Chico Buarque)
Amanhã tudo volta ao normal. Foram 4 dias de festa, me surpreendendo com a criatividade dos foliões. Hoje, em frente ao meu prédio, a concentração do Bloco das Quengas, muita diversão e fantasia. Mas como tudo tem um fim, o carnaval acabou. Fica a sensação de muita alegria e a vontade de voltar no próximo ano.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Arte pra quem, arte pra quê?
![]() |
O Museu é de Arte Moderna, a exposição da Nan Goldin, mas a cabeça da atendente/caixa era da Idade Média.
Fomos,
três amigos e eu, hoje ao MAM
assistir a exposição da fotógrafa americana Nan Goldin. Na chegada, compraríamos 3 ingressos inteiros e uma
meia entrada para estudante; um dos meus amigos faz mestrado em letras na Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, campus
de Cascavel.
Ele
portava a carteira de estudante (sem data de validade) e a declaração de
matrícula do ano passado (consta nessa declaração “1º semestre de 2011”). Ela nos
barrou dizendo que deveríamos apresentar uma declaração deste ano. Explicamos
que o tal curso é anual e que ele ainda estava em férias. Explicamos também que
a matrícula do mestrado apenas aconteceria a partir do dia 17 de março de 2012
e que, por isso, não poderíamos apresentar uma declaração deste ano, mas a
funcionária foi categórica: argumentou que a Lei estava ali para quem quisesse
ler e que ela era bem clara. Contra-argurmentei que uma Lei não pode ser
interpretada apenas de uma maneira já que a situação não poderia ser generalizada,
haja vista que a instituição na qual o meu amigo estuda funciona de outra
maneira. Mas ela não entendeu que não se pode colocar no mesmo quadrado todas as
situações, ainda que “trabalhe” com arte moderna.
Pedimos
para falar com o gerente. Depois de algum tempo, veio um funcionário se dizendo
gerente (e mais tarde se desdizendo porque este estaria em férias...), reforçando
que estava bem claro o que se dizia
na Lei.
Tornamos
a lhe explicar todos os detalhes, em vão. Além desses dois funcionários, uma terceira,
que trabalha no balcão, nos disse ser aluna de uma universidade federal cuja
matrícula já havia ocorrido em sua instituição. Eu lhe disse que ele, o que era
e deixou de ser gerente, estava duvidando do que estávamos falando, mas ele nos
disse que eu estava colocando palavras em sua boca, já que em momento algum,
segundo ele, havia dito que era mentira o fato de meu amigo estar matriculado
num curso que não havia ainda realizado a matrícula de 2012. Enfim, acabamos tendo
de pagar a entrada inteira.
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