Minha mãe era do fã clube da cantora Marlene, na época em que ela rivalizava com a Emilinha o posto de cantora mais popular do Brasil. Essas histórias eram recontadas em casa sempre que uma ou outro apareciam na TV. Eu nasci numa época em que elas pouco apareciam em público e não existia mais aquela briga entre os fã-clubes (Marlene vs. Emilinha), acho que nem existia mais essa história de fã clube ou, pelo menos, isso era considerado um pouco cafona.
Mas, e não podia ser diferente, acho, tb pela admiração que eu sentia pela minha mãe e por seu gosto musical, ficou, pra mim, como herança, a simpatia por Marlene. Tenho, no Rio, o último CD gravado pela cantora (não me lembro a data) e na Ópera do Malandro, de Chico Buarque, a minha música predileta Viver de Amor, interpretado por ela, ou Canção Desnaturada dividida com o Chico.
A última vez que vi Marlene foi num Carnaval de Rua na Cinelândia, Rio de Janeiro, entre 2002 e 2006, ela não estava muito bem fisicamente, cantou Lata d'água na Cabeça e eu ali feliz por saber que a música ainda movia a Grande cantora.
Acho que a morte de Marlene finaliza uma época para todos nós: a das grandes marchinhas de carnaval e tb a das grandes cantoras divas brasileiras e
...É por isso que se há de entender
que o amor não é um ócio
e compreender
que o amor não é um vício
o amor é sacrifício
o amor é sacerdócio
Amar
É iluminar a dor
- como um missionário.
(Chico Buarque - Viver de Amor)