quinta-feira, 19 de março de 2009

Saudades (texto)

É quase um passe de mágica. Num dia somos crianças e estamos ali protegidos pela mãe (de mãos dadas atravessando a rua, esperando que ela nos acorde para ir à escola, deitados em seu colo recebendo carinho, felizes da vida com a hora de sua chegada) e no outro estamos nos virando para sobreviver (preocupados com o final do mês, pensando na quantidade de trabalho para dar conta e nos compromissos que se acumulam para a semana seguinte).
Quando se é criança parece que todos os dias são domingo, mas não esses domingos vésperas de segundas-feiras, domingo véspera de sábado, véspera de domingo, véspera de sexta-feira. Domingo véspera de nada.
Hoje me deu uma saudade muito grande desse tempo com minha mãe. Um vontade de estar mais próximo para conversar. Temos tantos códigos que são (re)lembrados a cada encontro nosso. E como nos divertimos com isso!!! Nos encontramos menos a cada ano e nos acostumamos com essa falta. Ou pensamos que sim para que tudo seja mais fácil.
As vezes acho que os dias não têm sentido mesmo. Inventamos esse final do mês para não dar cabo desse vazio de todo esse tempo.

3 comentários:

  1. Alexandre,
    É tão admirável é sua maneira natural de falar de sentimentos... Lindo! Outra coisa: não só os dias não têm sentido como a própria vida. Dar-lhes sentido é obra nossa.
    Abraço,

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  2. lindo post, adorei, vou aproveitar mais minha mãe perto.

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  3. Olha Alexandre, estou muito feliz por ter encontrado o seu blog, muito bacana mesmo...fiquei enternecido com o que escreveu sobre a saudade...esses dias tenho tido muitas saudades, tenho revirado fotos antigas, tenho lembrado de pessoas e coisas.E cruzar com pessoas sensíveis e educadas em momentos que estamos fragilizados por sentimentos, é sempre agradável. Felicidas e grande abraço. André Vicente.

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