ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
E a vida continua, sempre (texto)
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Todas as Cartas de Amor são Ridículas (poesia)
Antes dessa só mesmo a minha mãe me mandava cartas. Pelo menos uma por semana. As vezes eram 3. Todas elas transbordando de saudade. Era um momento especial, recebê-las cheias de notícias. Sinto saudades dessas correspondências. Não sei aonde foram parar. Um tesouro perdido, talvez, pra sempre.
Cartas de amor, nem se fale! Não me lembro de nenhuma. Acho que as cartas de amor na minha adolescência já eram ridículas. Lembro-me de tê-las escrito algum dia, mas não me lembro o remetente. Devia ter guardado alguma delas para agora poder reler, mas não guardamos cópias de cartas enviadas...que pena!!
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje as minhas memórias
Dessas cartas de amor é que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
Álvaro de Campos
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Relações sem relação (texto)
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Nomeado por Ato Secreto afirma que o Senado deveria se orgulhar de tê-lo como funcionário (texto)
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Se nos E.U.A negros continuam sendo tratados como suspeitos , imagine aqui? (texto)
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Mãe (música)
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses não
Imensa solidão
Eu sou um rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão Que dor no coração
Cidades, mares, povo rio
Ninguém me tem amor
Cigarras, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor
Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais, nem vou
Meninos, ondas, becos, mãe
E, só porque não estais
És para mim e nada mais
Na boca das manhãs
Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti
"Sempre pode piorar" ou "Se mexer, fede". (texto)
terça-feira, 21 de julho de 2009
Confesso - Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro (música)
sei que o amor é uma coisa séria
mas não tem mestre nessa matéria
eu mesmo já fiz miséria por amor
confesso
dei muito murro em ponta de faca
já fui fiel, já virei casaca
mil criaturas já fiz chorar de dor que loucura
já fui deixado na rua da amargura
quando a paixão se desfez
isso mais de uma vez
já fui barão, já cantei de galo
mas já sofri, também fui vassalo
bebi cachaça em gargalo por amor
confesso
já fui o outro em romance alheio
mas lembro bem, também já fiz feio
pois não há presa que escape dessa dor
que tristeza
já fiquei cego, já andei virando a mesa
o que o ciúme me fez, eu nem conto a vocês
foi tanta briga, foi tanta cena
tantos presentes de flor
mas tudo valeu a pena
e eu até virei compositor
eu posso nem ser tão feliz
mas digo uma coisa ao senhor que na vida o que eu fiz foi por amor
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Cinha (texto)
O Uirapuru canta prá mim
E eu sou feliz
Só por poder ser
Só por ser de manhã, manhã, manhã
Manhã, manhã
Nessa clareira o Sol
Se despe feito brincadeira
Envolve quente a todo ser vivente
Taperebá
Canela, tapinhoã, nã nã nã nã
Não faço nada
Que perturbe a doida a louca passarada
Ou iniba qualquer planta dormideira
Ou assuste as guaribas na aroeira
Em contra-ponto com pardais urbanos
Tão felizes soltos dentro dos meus planos
Mais boquiabertos que os meus vinte anos
Indóceis e livres como eu.
Faz muito tempo, muito mesmo que não a vejo, que não tenho notícias...tomara esteja ainda cantando. Fiquei pensando o porquê desse sonho tão distante...e não consegui fazer nenhuma relação...acho que consegui agora, mas é melhor não escrever...
Não há poesia no Estruturalismo! (texto)
Percebo muitas vezes que falo sozinho, em sala de aula (que fique claro!). Fora da sala, não percebo ou se percebo não conto. Vejo tb caretas quando, por uma distração, me viro sem avisar e encaro alguns deles. É engraçado...
Uns dormem, outros bocejam e uns até prestam atenção e fazem perguntas...i-na-cre-di-tá-vel, diriam outros. A turma é boa, uma das melhores...mas falta poesia...talvez falte humor...
O Homem; As Viagens
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.
Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto — é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
SOM & FÚRIA (texto)
A Trama: Dante (Felipe Camargo), Oliveira (Pedro Paulo Rangel) e Elen (Andréa Beltrão) são amigos que formam uma trupe de teatro e que têm suas vidas impactadas quando, durante uma apresentação de “Hamlet”, em que Dante (Felipe Camargo) fazia o protagonista da obra, ele tem um colapso e foge, desaparecendo. Sete anos depois, Dante (Felipe Camargo) torna-se o diretor de uma companhia de teatro falida e Oliveira (Pedro Paulo Rangel) é o diretor de outro grupo bem sucedido, que dirige Elen (Andréa Beltrão). Mas eles estão frustrados e desmotivados com o trabalho. Fora isso tudo, ainda existe uma paixão mal resolvida entre Dante (Felipe Camargo) e Elen (Andréa Beltrão).
Estou encantado com a minissérie. O roteiro, o ritmo, o tom de comédia. Andréia Beltrão é, para mim, uma grande atriz. Capaz de nos emocionar de maneiras diversas. Não vi todos os capítulos, até porque a minha memória é tão confusa que me lembro quando o horário já passou, mas o que vi foi suficiente para gostar demais!
Peixes Pássaros Pessoas (CD)
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Homossexualidade tem cura?! (texto)
Por essa prática ela corre o risco de ser cassada no próximo dia 31 pelo Conselho Federal de Psicologia que entende que a homossexualidade não pode ser curada já que não se trata de doença.
Abaixo na íntegra o texto publicado pela Folha de São Paulo. Acho que vale à pena ler, apesar de longo, para compreender os argumentos da psicóloga em relação à homossexualidade.
"Homossexualidade é uma doença", afirma psicóloca à Folha de São Paulo
O Conselho Federal de Psicologia vai decidir se cassa o registro profissional de Rozângela Alves Justino, que encara a homossexualidade como doença e oferece terapia para que gays e lésbicas ‘sejam curados’.
Diversas resoluções na área da saúde proíbem essa abordagem.
Veja mais informações na matéria da Folha de S.Paulo. ’
Psicóloga que diz "curar" gay vai a julgamento em conselho’
Conselho Federal de Psicologia decide no dia 31 se cassa licença de Rozângela Alves Justino.
Resolução veta tratar questão como doença e recrimina indicação de tratamento; se o registro for perdido, será a 1ª condenação do tipo no país .
O Conselho Federal de Psicologia julga, no fim deste mês, a cassação do registro profissional de Rozângela Alves Justino por oferecer terapia para que gays e lésbicas deixem a homossexualidade. Se perder a licença, será a primeira condenação desse tipo no Brasil. Resolução do próprio conselho proíbe há dez anos os psicólogos de lidarem a homossexualidade como doença e recrimina a indicação de qualquer tipo de "tratamento" ou "cura".
Rozângela, que afirma ter "atendido e curado centenas" de pacientes gays em 21 anos, diz ver a homossexualidade como "doença" e que algumas pessoas têm atração pelo mesmo sexo "porque foram abusadas na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso".
Numa consulta em que a reportagem, incógnita, se passava por paciente, Rozângela, que se diz evangélica, recomenda orientação religiosa na igreja.
"Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais", afirma.
A cassação de Rozângela, que atende no centro do Rio, foi pedida por associações gays e endossado por 71 psicólogos de diferentes conselhos regionais. Segundo Rozângela, que já foi condenada a censura pública no conselho regional do Rio no final de 2007, "o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país". "É por isso que o conselho de psicologia, numa aliança, porque tem muito ativista gay dentro do conselho de psicologia, criou uma resolução para perseguir profissionais", afirma.
No Rio, Rozângela participa do Movimento Pela Sexualidade Sadia, conhecido como Moses, ligado a igrejas evangélicas. A almoxarife Cláudia Machado, 34, diz que recebeu de Rozângela a apostila "Saindo da homossexualidade para a heterossexualidade", que prega meios para a mudança de orientação sexual. "Hoje vivo a minha homossexualidade tranquila, essa história de cura não existe, o que houve foi um condicionamento. Reprimi meus desejos. Não sentia prazer", diz.
Já a pedagoga Fernanda, que pede para não ter o sobrenome divulgado, diz ter sido lésbica por dez anos e que, depois da terapia que faz com Rozângela há quatro anos, passou a ter relações heterossexuais. "Realmente há possibilidade de sair da homossexualidade. É um processo longo. De lá para cá busco a feminilidade."
"A ciência já mostrou que não existe tratamento para fazer com que alguém deixe de ter desejo homossexual nem heterossexual. Quando se promete algo assim, é enganoso", diz o terapeuta sexual Ronaldo Pamplona, da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Segundo ele, a Sociedade Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade do diagnóstico de doenças em 1974, seguida, uma década depois, pela Organização Mundial da Saúde.
"Se absolvê-la, o Conselho Federal de Psicologia vai referendar a tese de que é possível "curar" gays", diz Toni Reis, presidente da ABGLT, a associação brasileira de homossexuais. "Isso traz prejuízo aos gays e contribui para fortalecer o estigma", afirma Cláudio Nascimento, superintendente da Secretaria de Direitos Humanos do Rio e do grupo Arco-Íris.
"Vejo [o pedido de cassação] como uma injustiça", diz Rozângela, que, se cassada, pensa em recorrer à Justiça comum. De um lado, cem entidades gays de todo o país vão levar um manifesto e manifestantes no dia do julgamento de cassação de registro de Rozângela, no próximo dia 31, em Brasília. Do outro, ela diz que vai reunir alguns ex-gays e psicólogos amordaçados para protestar contra a censura que diz sofrer. "É a Inquisição para héteros", diz terapeuta.
A psicóloga Rozângela Alves Justino diz que homossexualidade é uma "doença" e que "a maioria dos gays foi abusado sexualmente na infância e sentiu prazer nisso".
FOLHA - Como a sra. vê o homossexualismo?
ROZÂNGELA ALVES JUSTINO - É uma doença. E uma doença que estão querendo implantar em toda sociedade. Há um grupo com finalidades políticas e econômicas que quer estabelecer a liberação sexual, inclusive o abuso sexual contra criança. Esse é o movimento que me persegue e que tem feito alianças com conselhos de psicologia para implantar a ditadura gay.
FOLHA - O que é ditadura gay?
JUSTINO - Há vários projetos no Congresso para cercear o direito de expressão, de pensamento e científico. Eles foram queimados na Santa Inquisição e agora querem criar a Santa Inquisição para heterossexuais.
FOLHA - A que a sra. atribui o comportamento gay?
JUSTINO - À expectativa dos pais, que querem que o filho nasça menino ou menina. Projetam na criança todos os anseios. E daí começam a conduzir a sua criação como se você fosse uma menina. Outra causa mais grave é o abuso sexual na infância e na adolescência. Normalmente o autor do abuso o comete com carinho. Então a criança pode experimentar prazer e acabar se fixando.
FOLHA - Mas nem todos os homossexuais foram abusados na infância.
JUSTINO - A maioria foi.
FOLHA - Como é o seu tratamento?
JUSTINO - É um tratamento normal, psicoterápico. Todas as linhas psicológicas consagradas e vários teóricos declaram que a homossexualidade é um transtorno. A psicanálise a considera como uma perversão a ser tratada. À medida em que a pessoa vai se submetendo às técnicas psicoterápicas, vai compreendendo porque ficou presa àquele tipo de comportamento e vai conseguindo sair. Não há nada de tão misterioso e original na minha prática. Sou uma profissional comum.
Como paciente, repórter paga R$ 100 a sessão Numa sala onde mal cabem dois sofás cobertos com capas meio encardidas e uma cadeira de palha, a psicóloga Rozângela Alves Justino promete "curar" gays em terapia que pode durar de dois a cinco anos. A mulher de fala mansa e fleumática diz já ter "revertido" uns 200 pacientes da homossexualidade -que vê como doença- em 21 anos de profissão.
Sem se identificar como jornalista, a reportagem se passou por paciente e pagou por uma consulta - R$ 200, regateados sem resistência para R$ 100. Para uma primeira sessão, ela mais fala do que ouve. Tampouco anota dados ou declarações do consulente. Explica que faz "militância política para defender o direito daquelas pessoas que querem voluntariamente deixar a homossexualidade". "É um transtorno porque traz sofrimento", diz a psicóloga, formada nos anos 1980 no Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio. Rozângela diz adotar a "linha existencialista" e que 50% de chance do sucesso da "cura" vem da vontade do homossexual de sair "dessa vida" e outros 50% decorrem do trabalho psicoterápico.
"É preciso entender o que está por trás da homossexualidade. E a mudança vai acontecendo naturalmente. Vamos tentar entender o que aconteceu para que você tenha desenvolvido a homossexualidade. Na medida em que você for entendendo a sua história, vai ficar mais fácil sair", diz.
Rozângela mostra plena convicção no que defende. "Com certeza há possibilidade de saída. Nesses 20 anos já vi várias pessoas que deixaram a homossexualidade. Existe um grupo que deixou o comportamento HOMOSSEXUAL. Existem pessoas que, além do comportamento, deixaram a atração homossexual. E outras até desenvolveram a heterossexualidade e têm filhos."
No final da consulta, a recomendação: "A igreja pode ser um espaço terapêutico também" -embora não faça pregação.
Vinícius Queiroz Galvão Enviado Especial ao Rio
terça-feira, 14 de julho de 2009
Atos secretos (texto)
A pergunta da vez: Pra quê mesmo uma medida sem nenhuma medida?
Possíveis respostas: a) Narciso acha feio tudo o que não é espelho. b) O Anima Mundi está bombando no Rio de Janeiro. c) Parreira cai após 4 meses no Fluminense.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Super Sarney (texto)
Um parêntese: o Senado não toma nenhuma decisão antes de recomendaçoes do MPF e das comissões de sindicância. Não seria de esperar que o Senado já tivesse, por decisão do presidente da Casa, anulado todos esses atos em nome da ética?
Essa demora toda só nos coloca (eu e eu mesmo) mais desconfiados de estratégias políticas rondando essa nova medida.
A medida, adotada por meio do ato 294, ainda delega à Diretoria Geral do Senado a missão de apresentar, num prazo de 30 dias, um relatório "contendo as providências adotadas" com o objetivo de anular os atos secretos. As verbas que porventura foram gastas por meio de atos secretos também deverão ser devolvidas aos cofres do Senado.
Segundo a assessoria do presidente do Senado, funcionários que tenham sido nomeados por atos não publicados e que não tenham como comprovar o exercício da função (como assim?) terão de devolver os recursos recebidos a título de salário.
A decisão ocorre uma semana após o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), ter denunciado o presidente do Senado ao Conselho de Ética da Casa, por suposta quebra de decoro. O PSOL tb apresentou representação para apurar a responsabilidade de Sarney sobre a edição de atos secretos.
Na semana passada, outro ato secreto, que autorizava um reajuste para os chefes de gabinete de 40 secretarias [que antes eram classificadas como "diretorias"] da Casa, também foi anulado. Os funcionários que se beneficiaram por esse ato secreto recebiam uma gratificação de R$ 412,80 por mês.
A investigação realizada por uma comissão de sindicância da Casa apurou a suposta responsabilidade do ex-diretor-geral Agaciel e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi pela edição dos atos. Os dois respondem a processo administrativo no Senado ao lado de mais cinco servidores.
Ana Maria Braga - Menos Você (texto)
O discurso da classe média brasileira emerge através da voz da apresentadora Ana Maria Braga no programa Mais você, exibido todas as manhãs pela Rede Globo. Hoje, dia 13 de julho, numa matéria sobre os roubos de computadores pessoais (e as dicas para evitá-los) a apresentadora afirma que o ideal seria que as pessoas pudessem sair com seus carros, com seus computadores sem que corressem o risco de serem roubadas, incomodadas, mas que em todas as cidades brasileiras essa situação é praticamente impossível, tendo em vista a violência que se instalou no país.
Fiquei pensando: quem seriam essas pessoas que deveriam poder andar com seus carros e seus computadores pessoais sem que fossem incomodadas por essa outra sociedade? Para quem Ana Maria fala? Com quem ela troca essas ideias?
Além dessa pérola ela contou em seguida uma história sobre um rei que matava os ladrões, mas, é claro, se justificou dizendo que não estava dizendo que os ladrões devessem ser mortos. Não fiquei para ouvir.
domingo, 12 de julho de 2009
A homossexualidade na imprensa (texto)
O antigo toucador* (texto)
Fanatismo sempre gera violência (texto)
Drogas legais à distância de um mouse (texto)
sábado, 11 de julho de 2009
COM QUEM PODEMOS CONTAR? (texto)
Interessante como laços de sangue definem apenas laços de sangue e mais nada! Os verdadeiros laços, aqueles com os quais estamos amarrados, não têm necessariamente nenhuma relação sanguínea.
Estamos aqui passando por momentos delicados: doenças, dores, sofrimentos, carências etc. (de diversos tipos) e as presenças são todas dessas amizades construídas, dessa família que se agregou durante os últimos anos.
São beijos, abraços, carinhos virtuais, ajudas presenciais. Orações infinitas, pensamentos e desejos de melhora que nos alegram verdadeiramente a cada dia, a cada ligação, a cada e-mail ou comentário deixados tb por aqui.
Obrigado demais pelo carinho!!!!
O lixo (texto)
Em nota divulgada na quinta-feira (9), Sarney havia negado qualquer responsabilidade sobre a fundação, dizendo que é somente “presidente de honra” da entidade.
Segundo o “Estado”, que se baseia no estatuto da entidade, o senador preside as reuniões do conselho curador e tem poder de veto sobre qualquer decisão tomada nas reuniões.
Fazem parte deste conselho, segundo “O Estado de S. Paulo”, um filho de Sarney (Fernando), um irmão (Ronald), o marido da governadora do Maranhão Roseana Sarney (Jorge Murad), o ex-ministro da Justiça de Sarney, Saulo Ramos, e o empresário Miguel Ethel, presidente da Caixa Econômica Federal durante o período em que o senador ocupou a Presidência da República.
O estatuto da Fundação José Sarney, de acordo com o jornal, está registrado em um cartório de São Luís e figura entre os documentos entregues ao Ministério da Cultura para a liberação do projeto patrocinado pela Petrobras. Segundo a reportagem, o nome do presidente do Senado aparece 12 vezes no estatuto.
Não sei
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa
Verdadeira, pura...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
HARRIET
Chamava-se Harriet mas não era loura. As pessoas sempre esperavam dela coisas como longas tranças, olhos azuis e voz mansa. Espantavam-se com os ombros largos, a cabeleira meio áspera, o rosto marcado e duro, os olhos escurecidos. Harriet não brincava com os outros quando a gente era criança. Harriet ficava sozinha o tempo todo. Mesmo assim as pessoas gostavam dela. Quase todo mundo foi na estação quando eles foram embora para a capital. Ela estava debruçada na janela, com os cabelos ásperos em torno das maças salientes. Eu fiquei olhando para Harriet sem conseguir imaginá-la no meio dos edifícios e automóveis. Acho que senti pena - e acho que ela sentiu que eu sentia pena dela porque de repente fez uma coisa completamente inesperada. Harriet desceu do trem e me deu um beijo no rosto. Um beijo duro e seco. Qualquer coisa como uma vergonha de gostar. Essa foi a primeira vez que eu vi os pés dela. Estavam descalços e um pouco sujos. Os pés dela eram os pés que a gente esperava de uma Harriet. Pequenos e brancos, de unhas azuladas como de criança. Eu queria muito ficar olhando para seus pés porque achei que só tinha descoberto Harriet na hora dela ir embora. Mas o trem se foi e ela não olhou pela janela. Um tempo depois a gente viu a fotografia dela numa revista com um vestido de baile. Harriet era manequim na capital. Todo mundo falou e comprou a revista. Quase todos os dias a gente via suas fotos em jornais. Harriet era famosa. A cidade adorava ela mas ela nunca escreveu uma carta para ninguém. Muito tempo depois eu a vi outra vez. Eu estava trabalhando num jornal e tinha que fazer uma entrevista com ela. Harriet estava sozinha e não ficou feliz em me ver. Continuava grande e consumida e tinha nos olhos uma coisa cheia de dor. Fumava. Falei da cidade, das pessoas, das ruas, mas ela pareceu não lembrar. Contou-me de seus filmes, seus desfiles, suas viagens - contou tudo com uma voz lenta e rouca. Depois, sem que eu soubesse por que, mostrou-me uma coisa que ela tinha escrito. Uma coisa triste parecida com uma carta. Tinha um pedaço que nunca mais consegui esquecer e que falava assim:
sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meus deus como você me doía de vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando.
Quando eu terminei de ler eu tinha vontade de chorar e fiquei uma porção de tempo olhando para os pés dela. E pensei que ela parecia ter ecrito aquilo com os pés de criança e não com as mãos ossudas. Eu disse para Harriet que era lindo mas ela me olhou com aquela cara dura que a gente não esperava de uma Harriet e disse que não adiantava ser lindo. Tive vontade de fazer alguma coisa por ela. Mas eu só tinha uma vaga numa pensão ordinária e um número de telefone sempre estragado. Eu não podia fazer nada. E se pudesse ela também não deixaria. Fui embora com a impressão que ela queria dizer alguma coisa. Três dias depois a gente soube que ela tinha tomado um monte de comprimidos para dormir, cortou os pulsos e enfiou a cabeça no forno do fogão a gás. Foi muita gente no enterro e ficaram inventando estórias sujas e tristes. Mas ninguém soube. Ninguém soube nunca dos pés de Harriet. Só eu. Um desses invernos eu vou encontrar com ela no meio duma praça cinzenta e vou ficar uma porção de tempo sem dizer nada só olhando e pensando: que pena - que pena, Harriet, você não ter sido loura. De vez em quando, pelo menos.
“O HOMEM E A MORTE” (poesia)
Dentro da noite sem cor.
Ia adormecendo, e nisto
À porta um golpe soou.
Não era pancada forte.
Contudo, ele se assustou,
Pois nela uma qualquer coisa
De pressago adivinhou.
Levantou-se e junto à porta
- Quem bate? Ele perguntou.
- Sou eu, alguém lhe responde.
- Eu quem? Torna. – A Morte sou.
Um vulto que bem sabia
Pela mente lhe passou:
Esqueleto armado de foice
Que a mãe lhe um dia levou.
Guardou-se de abrir a porta,
Antes ao leito voltou,
E nele os membros gelados
Cobriu, hirto de pavor.
Mas a porta, manso, manso,
Se foi abrindo e deixou
Ver – uma mulher ou anjo?
Figura toda banhada
De suave luz interior.
A luz de quem nesta vida
Tudo viu, tudo perdoou.
Olhar inefável como
De quem ao peito o criou.
Sorriso igual ao da amada
Que amara com mais amor.
- Tu és a Morte? Pergunta.
E o Anjo torna: - A Morte sou!
Venho trazer-te descanso
Do viver que te humilhou.
-Imaginava-te feia,
Pensava em ti com terror...
És mesmo a Morte? Ele insiste.
- Sim, torna o Anjo, a Morte sou,
Mestra que jamais engana,
A tua amiga melhor.
E o Anjo foi-se aproximando,
A fronte do homem tocou,
Com infinita doçura
As magras mãos lhe cerrou...
Era o carinho inefável
De quem ao peito o criou.
Era a doçura da amada
Que amara com mais amor.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
O buraco é mais fundo e mais lamacento (texto)
Do total de R$ 1,3 milhão repassado pela estatal, pelo menos R$ 500 mil foram parar em contas de empresas prestadoras de serviço com endereços fictícios em São Luís (MA) e até em uma conta paralela que nada tem a ver com o projeto.
Uma parcela do dinheiro, R$ 30 mil, foi para a TV Mirante e duas emissoras de rádio, a Mirante AM e a Mirante FM, de propriedade da família Sarney, a título de veiculação de comerciais sobre o projeto fictício. A verba foi transferida em 2005 após ato solene com a participação de Sarney e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
A estatal repassou o dinheiro à Fundação Sarney pela Lei Rouanet, que garante incentivos fiscais às empresas que aceitam investir em projetos culturais. Mas esse caso foi uma exceção. Apenas 20% dos projetos aprovados conseguem captar recursos.
O projeto de Sarney foi aprovado pelo Ministério da Cultura em 2005 e está em fase de prestação de contas na pasta. Antes da aprovação, o próprio Sarney chegou a enviar um bilhete ao então secretário executivo e hoje ministro da pasta, Juca Ferreira, pedindo para apressar a tramitação.
Em 14 de dezembro, o ministério comunicou que o projeto estava aprovado e, no dia seguinte, a Petrobras anunciou a liberação do dinheiro.
Petrobras:
Procurada, a estatal informou que a fundação foi incluída no programa de patrocínio como “convidada” e por isso não teve de passar pelo processo de seleção.
O objetivo do patrocínio, que a fundação recebeu sem participar de concorrência pública - que a estatal faz para selecionar projetos -, era digitalizar os documentos do museu.
“Processamento técnico e automação do acervo bibliográfico”, como diz um relatório de contas. Pela proposta original, que previa o cumprimento das metas até abril de 2007, computadores seriam instalados nos corredores do museu, sediado num convento centenário no centro histórico de São Luís, para que os visitantes pudessem consultar online documentos como despachos assinados por Sarney na época em que ocupava o Palácio do Planalto. Até ontem, não havia um único computador à disposição dos visitantes.
Prestação de contas:
A Fundação José Sarney informou que foram cumpridas “todas as metas privilegiadas no contrato de patrocínio da Petrobras”. Argumentou ainda que as empresas de comunicação da família Sarney receberam recursos em razão da “média de audiência comprovada” no Maranhão. A resposta enviada ao jornal "Estado de São Paulo" é assinada pelo presidente da entidade, José Carlos Sousa e Silva.
Ele confirma que R$ 100 mil foram repassados a uma “conta administrativa” da fundação. Alegou que o recurso foi usado para “pagamento de projetos”. Informa ainda que os outros R$ 45 mil transferidos a essa conta paralela foi um “remanejamento”.
O montante, explicou, foi devolvido logo depois à conta criada para o projeto. A Fundação José Sarney enviou ainda cópia do termo de recebimento de prestação de contas enviado à Petrobras.
Vai ou não vai? (texto)
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Paris (filme)
O filme mostra algumas faces da cidade: a xenofobia da dona da padaria, a ilusão do romance entre um professor e sua aluna, o desejo de imigrantes de uma vida melhor, tudo isso ligado por uma linha tênue como a vida, que pode se extinguir a qualquer instante.
A música é delicada e envolvente. O filme é divertido e triste.
E já que somos movidos pelo amor, pelo desejo, Paris é o melhor lugar para se estar.
Balangandãs - Ná Ozzetti (CD)
Eu destacaria, "O Samba e o Tango", "Camisa Listrada" (com arranjo e interpretação fantásticos), "Touradas em Madri", "Na Batucada da Vida", "Tic Tac do Meu Coração" e "Adeus Batucada", entre tantas outras. São 15 músicas bem cantadas. Comprei na sexta, dia 03 de julho, e não parei de ouvir.
Ná iniciou sua carreira musical com o grupo Rumo, com o qual fez muitos espetáculos e gravou 7 LPs. Seu primeiro álbum solo em 1988, intitulado simplesmente Ná Ozzetti. No segundo CD, Ná, passou também a compor, tendo ganho com esse disco o prêmio Sharp de melhor disco e arranjos no segmento pop-rock. Em 1996 lançou o CD Love Lee Rita, em homenagem à conterrânea Rita Lee. Seguiram-se os CDs Estopim e Show, este com clássicos da MPB. O CD Piano e Voz é lançado em 2005 em parceria com André Mehmari, reunindo canções nacionais de várias épocas e também internacionais. Tenho TODOS, com muito orgulho!
Eu recomendo!
domingo, 5 de julho de 2009
De repente, Califórnia (filme)
Embora filmes gays sejam um segmento forte em grandes cidades americanas como Nova York e São Francisco, no Brasil, onde mais de 3 milhões de pessoas se reúnem em paradas de afirmação da sexualidade, eles ainda são pouco explorados. O panorama pode começar a mudar com o romance De Repente, Califórnia, primeiro lançamento do selo Filmes do Mix, que deve agradar (e muito) à plateia. Com atores talentosos, bonitos e sarados, além de um roteiro plausível e reflexivo, a trama mostra os dilemas de Zach (Trevor Wright). Esse jovem californiano tem uma namoradinha, trabalha em uma lanchonete e adora pegar ondas. Mas ocupa a maior parte de seu tempo livre cuidando do sobrinho pequeno (Jackson Wurth), praticamente renegado por sua irmã (Tina Holmes). Quando Zach reencontra Shaun (Brad Rowe), o irmão mais velho de seu melhor amigo, rolam altos papos, afinidades e... a amizade vira atração.
sábado, 4 de julho de 2009
Gostoso como chuchu (texto)
Só me resta escrever...e é isso que estou fazendo. Tem uns adolescente aqui ao meu lado que tb estão reclamando da falta do que fazer. Eles, pelo menos, estão em bando e podem falar e rir das besteiras que os amigos falam. Eu tb posso rir dessas besteiras, mas não é muito educado ficar rindo do assunto dos outros.
Por enquanto, é o que tenho para fazer: olhar quem passa por mim e insistir aqui neste texto.
Solidão na velhice...
A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...
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Enquanto a formiga Carrega comida Para o formigueiro, A cigarra canta, Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho. A cigarra é só c...
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Ontem, último capítulo da novela Caras & Bocas (já postei alguns comentários sobre ela), bastantante satisfatório! Como sempre , casame...
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(para Helena Quintana) As coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo. Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora d...