terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Primeiro usa o Haiti, depois U.S.A. for Haiti

É claro que não me refiro aos artistas envolvidos com a questão haitina (a regravação de We Are The World - USA for África como forma de ajudar a reconstrução do país). Toda a ajuda sempre é bem-vinda, indamais depois da tragédia do dia 12 de janeiro (um sismo de intensidade 7 que destruiu parte do país), mas não posso esquecer a forma como o governo dos E.U.A. se comportou em relação ao presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, ex-padre católico, ligado à teologia da libertação.
Ele foi presidente do Haiti em três períodos: em 1991, de 1994 a 1996 e novamente de 2001 a 2004. Foi afastado, primeiramente, por um golpe militar (setembro de 1991) e novamente em 2004, numa situação até hoje mal explicada. Foi retirado do país por militares norte-americanos em um momento em que era iminente um confronto entre integrantes de um levante armado (composto por ex-militares haitianos e tontons macoutes e apoiadores de então presidente na capital Porto Príncipe).
Depois dessa segunda deposição, Aristide refugiou-se na África do Sul. De lá, afirmou que ainda era o legítimo presidente do Haiti, pois não havia renunciado, e que forças dos Estados Unidos o tinham sequestrado para tirá-lo do poder.
Ele foi eleito democraticamente presidente do país depois (não no sentido temporal, ou seja, imediatamente) de dois ditadores, François Duvalier, mais conhecido como Papa Doc (eleito presidente em 1957, onde instaurou um governo terrorista promovido pelos tontons macoutes, que significa Bichos-papões, em português, que pertenciam à sua guarda pessoal; e também na exploração do Vodu). Ao morrer (1971) foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, responsáveis, em grande parte, pela miséria que assola até hoje o povo haitiano.

Um comentário:

  1. Pois é Alê,
    se todo mundo soubesse um pouquinho mais de história a gente não lia tanta bobagem por ai.
    Bjs.

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