segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dias em que a porca torce o rabo! (texto)

Período pós-vestibular não é dos melhores para muitos lados.  Mais trabalho  a cada 5min. Pelo menos agora encaro como parte do trabalho. Eles chegam e eles vão.

domingo, 28 de novembro de 2010

Cláudia Wonder (texto)

A primeira vez que ouvi falar de Cláudia Wonder foi em 1986 numa coluna do escritor Caio Fernando Abreu no Estadão. Ele publicou em sua coluna no jornal o artigo “Meu amigo Claudia”, no qual rendeu uma afetuosa homenagem àquela que no palco e na vida era bem assim: uma maravilha, um espanto.
Depois dessa coluna, sempre ouvi histórias sobre a Cláudia. Ela era irreverente acima de qualquer coisa. Não era óbvia, a começar pela escolha do nome. Ela era Marco Antonio Abrão, mas virou Wonder
Se esperavam dela o amor pelos musicais à Judy Garland, ela apresentava Lou Reed com sua banda Jardins das Delícias. Se a queriam fazendo lipsinck na boate, ela preferia integrar a trupe do lendário diretor de teatro Zé Celso na peça O Homem e o Cavalo. Se a queriam alienada e fútil, ela se mostrava politizada, a favor da democracia no fim da ditatura e ativista dos direitos civis para gays, lésbicas e trans.
Claudia começou sua carreira artística fazendo shows em boates e no teatro. Com participação em mais de dez montagens (algumas delas com o Teatro Oficina), 13 filmes – entre eles, Carandiru – um álbum solo FunkyDiscoFashion (2007), gravado com Edson Cordeiro, além do livro Olhares de Claudia Wonder – Crônicas e Outras Histórias (2008).
Marcou época no lendário clube paulistano Madame Satã, e toda sua irreverência ficou conhecida na noite underground paulistana da década de 80. Entre as concorridas performances apresentadas no “Satã”, não há como esquecer o banho de Claudia, numa banheira de groselha, de onde “espirravam” atitudes e protestos. Tanta ousadia conquistou não só Caio F., como Cazuza, Zé Celso e tantos outros amigos – famosos e não famosos – que se tornaram fãs da artista. “Ela tinha uma voz tênue, rouca, uma roqueira quase sem voz. Mas ela tem a voz e a voz da alma dela é fortíssima”, disse o diretor Zé Celso no documentário de Dácio Pinheiro.
Claudia deixa não só uma herança cultural formidável, mas, sobretudo exemplo de dignidade como bem registrou Caio Fernando Abreu. E esse tipo de herança não se perde. “Esbarraremos” com Claudia pelas esquinas de São Paulo – e em tantas outras por aí – cada vez que a arte prevalecer e a intolerância sucumbir. Disse Zé Celso: “Claudia Wonder não foi, Claudia Wonder é a história dessa cidade ainda”. Divas não morrem.

Amanhã é segunda-feira. Não acredito! (texto)

Cheguei no sábado às 12h45 em Foz do Iguaçu. Podre, depois de 8h de viagem e nada de sono. Meu voo saiu às 3h10 de Natal. Uma parada estratégica no Rio para uma conexão. 
Assim que cheguei em casa, depois de um banho e nada de poder dormir, fui à universidade. Detalhe, minha última refeição foi o jantar de sábado. 
Preparamos o campus para o vestibular. Trabalhamos até às 18h. Dormi até às 5h de domingo e voltei para o batente. Trabalhamos até às 14h. Pedi comida, finalmente, e desmaiei. Ainda estou cansado, as pernas doem.
E sem acreditar me lembro que amanhã é segunda e tudo recomeça sem trégua.
De qualquer forma, ainda que eu esteja cansado, a viagem foi muito boa. A-do-rei Natal. Gostei demais da comida. Das pessoas e do congresso.
A ABEH vai crescer muito, principalmente se depender da sua coordenação e dos associados. Há muito o que se pensar, escrever, publicar, discutir. O próximo encontro será em Salvador em dois anos. Estarei por lá, espero!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

De um verde impressionante (texto)

Como eu disse, estou em Natal, RN. Ontem fiz um tour pela cidade com um amigo. Natal é uma cidade linda! O Centro é muito parecido com Santa Teresa, bairro do Rio. Além de belas construções (as semelhanças acabam aqui), as ruas são amplas, limpas, as praias são de um verde impressionante. E é claro que isso não é tudo. Estou sendo muito bem tratado por aqui, já fiz amigos. E faria muito mais se estivesse, por exemplo, uns 3 anos na cidade (rs).
Tem alguma coisa no tempero ou no leite que os nordestinos tomam para que eles sejam tão agradáveis, educados, bem-humorados. Há uma simplicidade no trato que chama atenção de qualquer sulista (tô me considerendo um). É claro que quero morar em Natal! É o meu termômetro. Se quero morar na cidade é porque gostei muito dela. Este ano teria me mudado para BH, Florianópolis, Maringá, pelo menos.
A cidade é enorme. O céu sempre azul. Dizem que são 300 dias de sol no ano. Não duvido. O calor não é aquele insuportável do Rio de Janeiro. Venta o dia inteiro. Não vi nada parecido com Natal em outra cidade do Nordeste (Ne). Salvador, por exemplo, é uma metrópolis, aqui é mais rústico ainda que tb seja uma capital.
O trânsito não é caótico. Hoje fui à universidade de moto (aluguei uma). Quase não consigo voltar a Ponta Negra. Meu GPS nunca funciona, por outro lado aprendi que quem tem boca vai à lona.
Agora estou no terraço da pousado, de frente pro mar. É uma imensidão verde (agora quase escuro). Anoitece cedo por aqui. Amanhece tb cedo.
Bom demais poder estar por aqui e aproveitar a viagem.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Agridem e voltam pra casa como se nada tivessem feito (texto)

Cada vez que vejo novas imagens das agressões ocorridas em SP mais fico revoltado com todos esses fatos. Me pergunto como pode tanta covardia, como é que esses animais agressores (desculpe-me a ofensa aos irracionais que não tem nada com isso, mas é a palavra que encontro para tentar expressar a minha indignação) conseguem fazer isso, voltar pra casa, dormir, continuar a vida como se nada tivesse acontecido?
Não consigo entender definitivamente como nem os pais, nem alguma escola, nem ninguém tenha conseguido dar educação para esses criminosos. Como é que essa gente está solta pelas ruas de SP sem que nada seja feito. São bandidos e estão sendo protegidos pelo silêncio e pela (in)justiça brasileira.
Não se pode caminhar pela Avenida Paulista (ou em qualquer avenida do país) sem achar que se corre perigo (de vida). É vergonhoso como construímos adolescente dessa natureza!
Isso tb é o resultado do que se diz por aí sobre os homossexuais: igreja, ciência, medicina tem parcela de culpa nessas agressões. Já passa da hora da homofobia ser considerada crime passível de penalização. A Lei não acaba com o preconceito, mas pode fazer com que ocorrências como essas diminuam.

Já é Natal (texto)

Fazia tempo que eu não chegava em uma cidade pela primeira vez e era recebido por amigos. Na verdade, fazia tempo que amigos não me esperavam em aeroporto, rodoviária ou afins. Afins então, nem se fale (risos).  Um grande amigo, da época de M. Cândido Rondon estava me aguardando. Ainda bem que lugares e amigos são marcas de nossas passagens por aqui.
Pois estou em Natal, RN. Cheguei por aqui às 14h30 (mais ou menos), depois de uma viagem de 8h de avião. Sabe aquele voa um pouquinho, descansa um pouquinho, voa outro pouquinho e por aí vai? Dormi em Foz do Iguaçu e levantei às 4h30, meu voo era às 6h. E como fiquei preocupado com a hora, dormi bem mal.
O que a gente não faz por um congresso!? Estou inscrito na ABEH, Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, por sugestão de um amigo. E apresento o resultado de uma pesquisa na quinta-feira.
Estou em Ponta Negra, uma praia linda, mas cansado da viagem (depois do almoço dormi quase até agora) ainda não a aproveitei. Amanhã será outro dia!
Ah, detalhe, aqui não tem o famigerado horário de verão. O que quer dizer que cheguei às 14h30 (no horário local), a viagem, portanto, durou 9h.
Como você leitor pode perceber, estou meio tonto ainda e estou achando que este pequeno texto não faz nenhum sentido. Mas só amanhã eu para para reescrevê-lo. Por enquanto ficam essas pequenas impressões.


domingo, 21 de novembro de 2010

A cultura da irresponsabilidade, Freud explica (texto)

É claro que toda unanimidade é burra. Toda generalização absurda. E pior ainda quando se coloca todo mundo no mesmo saco! Mas sejamos razoáveis, a cultura do estudante aqui no país quase beira a irresponsabilidade. 
Acho que, é claro que isso é apenas uma impressão (tudo bem que dura quase 25 anos), estudar e os compromissos escolares são quase sempre deixados para depois. São assuntos de segunda ordem.
Difícil encontrar um aluno que chegue na hora da aula, mais difícil ainda aquele que leu o texto para se preparar para a discussão em sala, quase impossível esbarrar com aquele que além de ler o texto praparou alguma questão para fazer quando da sua discussão.
O segundo dia de vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), neste domingo (21), teve 40.041 abstenções. Segundo o reitor da universidade, Aloísio Teixeira, no total, 51.972 mil pessoas realizaram a prova em 12 municípios do Rio. Foram 92.013 inscritos. As provas foram aplicadas em 76 locais.
Ainda de acordo com o reitor, o gabarito será divulgado ainda neste domingo. As notas serão conhecidas no dia 21 de dezembro, o pedido de revisão será em 5 de janeiro e o resultado final sairá no dia 14 do mesmo mês.
“A segunda prova da UFRJ ocorreu sem problemas. Tivemos 7.000 faltosos a mais do que no primeiro dia (15 de novembro), mas a abstenção estava dentro do previsto”, afirmou o reitor. No primeiro dia, foram 32.812 abstenções.
O mais interessante são os motivos alegados para justificar o atraso: "o despertador não tocou"; "moro longe"; "a minha mãe não me acordou"; "o ponto de ônibus fica longe da minha casa"; "não sabia ao certo o local da prova"; "me informaram que eu faria a prova num colégio, mas a informação estava errada" etc. (melhor parar por aqui).
Não li uma justificativa de atraso que o próprio candidato se responsabilizasse pela desisformação, atraso ou coisa parecida ("coisa parecida", então, nem se fale). Toda a (ir)responsabilidade é de alguém que não do próprio. Toda a culpa (e sempre existe um culpado) está fora da minha alçada. Ou seja, criamos monstros que não sabem sequer assumir que estar no horário e local determinado não é tarefa de pais, tios, avós, vizinhos, motoristas etc & tal.
Se eu moro longe, eu tenho que acordar mais cedo para chegar na hora. Preciso conhecer o trajeto antes para saber exatamente como fazer. Tenho que ter certeza do local e sala aonde farei a prova e por aí vai. 
Tem um horário definido no edital de qualquer concurso para que os portões sejam fechados. Não posso arriscar.
Por que é tão complicado assim cumprir com os compromissos, sobretudo com aqueles que de alguma forma definem um pouco a minha vida? Sigmund Freud diria que é uma escolha.

sábado, 20 de novembro de 2010

Caçador de andróides - Blade Runner (filme)

Blade Runner é um filme de 1982. Assisti no cinema e saí impressionado com  seu o argumento. Nunca mais havia parado para revê-lo. Hoje, sei lá por qual motivo, comprei o filme e não resisti. 
O gênero é ficção científica, realizado por Ridley Scott, e se passa em uma futurística, chuvosa e escura Los Angeles de 2019.  
O filme descreve um futuro em que a humanidade inicia a colonização espacial, para tanto cria seres geneticamente alterados - replicantes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colônias. Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são fisicamente idênticos aos humanos, mas são mais fortes e ágeis. Devido a problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os replicantes são sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é limitado a quatro anos.
Após um motim, a presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial - blade runners — para os caçar e "retirar" (matar). O filme relata como um ex-blade runner - Deckard -  volta à ativa para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima.
Ao visitar Tyrell, o criador dos replicantes, Deckard conhece sua jovem assistente Rachael, que ignora o fato de que também ela é uma replicante. Rachael tem todas as memórias de uma sobrinha de Tyrell, e apoiada em suas memórias não consegue acreditar que é uma replicante. A cena em que ela é submetida a um teste Voight-Kampff e se convence desse fato é uma das mais comoventes do filme, e levanta questões filosóficas importantes. O policial Deckard se sente atraído por Rachael, sua fragilidade e sensibilidade,  a ponto de se envolver com ela. 
Elenco:
  • Harrison Ford.... Deckard/narrador
  • Rutger Hauer.... Roy Batty
  • Sean Young.... Rachael
  • Edward James Olmos.... Gaff
  • M. Emmet Walsh.... Capitão Bryant
  • Daryl Hannah.... Pris
  • William Sanderson.... J.F. Sebastian
  • Brion James.... Leon
  • Joe Turkell.... Tyrell
  • Joanna Cassidy.... Zhora
  • James Hong.... Hannibal Crew
  • Morgan Paull.... Holden

Desestigma - Edu Krieger (música)

nem tudo que se publica é fato
nem todo galã das oito é rico
nem todo camisa 10 é zico
nem todo cantor de rock é chato
nem todo baiano curte festa
nem todo forró vem do nordeste
nem todo malandro é cafajeste
nem toda riqueza é desonesta
nem todo delito é castigado
nem toda promessa é mentirosa
nem toda roseira é cor de rosa
nem todo carinho é delicado
nem todo patrão é arrogante
nem todo empregado é submisso
nem todo padrinho é padre ciço
nem todo alfaiate é elegante
nem toda modelo diz asneira
nem todo guru tem a resposta
nem toda jogada tem aposta
nem toda tristeza é passageira
nem todo maluco é sem juízo
nem todo grã-fino tem fineza
nem toda pintura tem beleza
nem toda beleza é paraíso
nem todo playboy é maconheiro
nem toda maconha dá larica
nem todo tesão que bate fica
nem todo mendigo quer dinheiro
nem toda mulher tem tpm
nem todo pm quer suborno
nem tudo que é frio já foi morno
nem todo animal que goza geme

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Saudades

Nem sempre se resolve a saudade com uma ligação.

Finalmente o Exército prende militar suspeito de balear estudante no Rio (texto)


Exército prende militar suspeito de balear estudante no Rio. 

Além dele, sargento que estava no local do crime também foi preso.
Vítima foi ferida na barriga após Parada Gay de Copacabana, no domingo.


O Exército prendeu nesta quinta-feira (18) dois militares suspeito de envolvimento no episódio em que um estudante de 19 anos foi ferido na barriga após a Parada Gay, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último domingo (14). A instituição confirmou as prisões em nota à imprensa.
"O militar que atirou no estudante admitiu o crime e contou os detalhes sobre sua ótica. Não há dúvidas quanto à atitude homofóbica dos militares", disse o delegado. Segundo Veloso, eles teriam dito que saíram do Forte à revelia dos seus superiores com o objetivo de fazer com que as pessoas que estavam no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, deixassem o local.
De acordo com o delegado Fernando Veloso, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado, o Exército realizou uma perícia nos militares que estavam em serviço naquela noite para saber se algum deles havia efetuado disparos com armas de fogo e os identificou. A instituição chegou a negar o envolvimento de militares, porque o responsável pelo tiro teria reposto a munição de sua arma, dificultando a perícia inicial.
Polícia vai levar vítima para fazer reconhecimento

Às 15h, o delegado pretende levar a vítima e as testemunhas do crime ao Forte de Copacabana para que eles façam o reconhecimento formal dos militares.
Na ocasião, os acusados, que já foram ouvidos no Inquérito Policial Militar, serão ouvidos oficialmente pela Polícia Civil.
Segundo Veloso, os militares vão responder na Justiça comum e na Militar. De acordo com o delegado, eles devem responder pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (sem dar chance a vítima).
Como foi
Na segunda-feira (15), a vítima contou que foi humilhado e agredido por um grupo de três homens no Parque Garota de Ipanema, momentos antes dos disparos.
Estou arrasada sinceramente com essa situação"
Viviane, mãe da vítima
“Começaram a ofender, xingar, dizendo que, se pudessem, eles mesmos matariam cada um de nós com as próprias mãos, porque é uma ‘raça desgraçada’ e tal... humilhar, bater entre outras coisas. Foi quando um deles me empurrou no chão e atirou. Eu caí sentado e ele atirou na minha barriga", disse.
Ele contou, ainda, que estava com amigos no parque. Segundo ele, o grupo foi abordado pelos homens que se identificaram como militares e usavam fardas camufladas. Um deles tinha uma pistola.
O rapaz prestou queixa logo após deixar o Hospital Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, onde estava internado. A bala não atingiu nenhum órgão vital do rapaz, que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
'É revoltante', diz mãe de vítima
A violência do episódio revoltou os pais do estudante: “Eu aceito meu filho como ele é. Para mim é péssimo, é revoltante. Estou arrasada sinceramente com essa situação”, declarou a mãe.
“É um sentimento muito ruim de desconforto, de falta de confiança em quem deveria estar protegendo a população. São soldados treinados que deveriam de certa forma dar uma segurança. Acho que é um preconceito muito grande", destacou o pai do jovem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (texto)

NOTA OFICIAL CONTRA A VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA
No último domingo (14/11/2010) foram noticiados em cadeia nacional dois casos separados de atos extremos de violência contra homossexuais.
Em São Paulo, em plena Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens perpetrou dois ataques diferentes que, segundo testemunhas, foram gratuitos e caracterizados como homofóbicos pelos xingamentos feitos pelos atacantes.
No Rio de Janeiro, após a 15ª Parada LGBT, um jovem gay foi baleado no estômago no Arpoador, também gratuitamente. Segundo a vítima, o agressor é um militar que trabalha nas redondezas, no Forte de Copacabana.
Felizmente, desta vez, nenhuma das vítimas morreu.
Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), estes casos, infelizmente, são apenas a ponta de um imenso iceberg, e ganharam visibilidade nacional inusitada, porém bem-vinda.
Diariamente, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) sofrem violência desta natureza em nosso país. E pior, a cada dois dias, em média, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.
Portanto, a ABGLT vem se manifestar, mais uma vez, pelo fim imediato de toda e qualquer violência homofóbica, e pela promoção de uma cultura de paz e respeito à diversidade, conclamando:
Ao Poder Executivo, em todos os níveis, que tome as medidas cabíveis e apure os fatos destes e de outros crimes de violência cometidos contra LGBT, identificando e punindo exemplarmente os culpados, sem deixar os crimes impunes. A impunidade gera mais violência.
Que o Governo Federal acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT.
Que os governos estaduais e municipais elaborem e também implantem seus planos de combate à homofobia.
Que promova a educação para o respeito à diversidade sexual, para que as novas gerações possam aprender a conviver com e respeitar as diferenças.
Que promova no âmbito estadual e municipal, eventos de sensibilização de agentes da segurança pública, como o II Seminário de Segurança Pública para LGBT, que na semana passada no Rio de Janeiro capacitou 150 policiais de todo o país em questões específicas à segurança da população LGBT.
Ao Congresso Nacional, que aprove legislação específica contra toda e qualquer forma de discriminação no Brasil, inclusive a discriminação homofóbica, e que certos parlamentares deixem de afirmar que a população LGBT não precisa de legislação que a proteja desta forma. Os fatos sobre a violência e a discriminação contra LGBT estão expostos, é hora de agir e cumprir o papel de legisladores eleitos para representar todos e todas os/as brasileiros/as, sem distinção. O Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006 está tramitando no Congresso Nacional desde 2001 (P/L 5003/2001). São nove anos de inércia e desrespeito à população LGBT, nove anos de incentivo à continuação da violência e discriminação contra LGBT, nove anos de endosso da impunidade.
Em parceria com diversas instituições, com o intuito de despertar para este cenário, nos dias 23 e 24 de novembro, a ABGLT estará apoiando a realização de três eventos consecutivos no Congresso Nacional: o Seminário Escola Sem Homofobia, a Audiência Pública Bullying Homofóbico nas Escolas, e o Seminário sobre os Assassinatos de LGBT.
Ao Judiciário, que continue julgando favoravelmente as demandas pela igualdade de direitos, condenando os casos de homofobia, punindo de forma rigorosa a violação dos direitos humanos de LGBT.
Que continue baseando suas decisões nos preceitos constitucionais da não-discriminação, da dignidade humana, da intimidade, da segurança e do direito à vida.
Aos Religiosos, que ajudem a semear a cultura da paz e do amor ao próximo. E que determinados religiosos fundamentalistas parem imediatamente de incitar a discriminação e o ódio contra as pessoas LGBT, ao nos categorizarem como “doentes” ou “anormais”.
Temos testemunhado que essa intolerância pregada por setores fundamentalistas cristãos tem sido transformada em violência extrema. A pregação religiosa que ataca os homossexuais acaba por legitimar atitudes de ódio.
Infelizmente, temos assistido a uma onde conservadora, que ganhou contornos fortes na campanha presidencial. Ela atinge mulheres, negros, nordestinos e LGBT.
É preciso dar um basta a todo e qualquer tipo de preconceito. Vivemos em um país democrático, onde a igualdade e a não-discriminação são preceitos fundamentais. Esta violência há de parar. A vida humana não pode ser banalizada desta e nem de qualquer outra forma.
Que a sociedade brasileira se conscientize da gravidade do problema da homofobia e da difusão de preconceitos. E que o Estado brasileiro aja para garantir direitos e reprimir exemplarmente atitudes de violência e discriminação.
Por uma cultura de paz e respeito à diversidade.
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ódio sexual (texto)

Um jovem de 19 anos que agrediu três rapazes na Avenida Paulista, na região dos Jardins, em São Paulo, neste domingo (14),  vai responder em liberdade pelos crimes de agressão corporal gravíssima e formação de quadrilha. 
A Justiça concedeu na tarde desta segunda-feira (15) um habeas corpus por considerar que ele é réu primário, tem residência fixa e trabalha em atividade lícita.
Ele deixou o 2º DP, no Bom Retiro, por volta das 16h20, sem falar com os jornalistas.
No início da tarde, os outros quatro adolescentes suspeitos das agressões foram liberados da Fundação Casa, no Brás, para onde tinham sido levados de madrugada. Os menores de idade deixaram o local por volta das 14h. O grupo também vai responder em liberdade por ato infracional à Vara da Infância e Juventude.
Um dia após o crime, parte dos envolvidos já não quer mais falar sobre o caso. A mãe de um dos adolescentes, que chegou a pedir punição para o filho e se dizer constrangida no domingo, afirmou nesta tarde, após a liberação dos jovens, que "o assunto está encerrado".
O fotógrafo que foi agredido também afirmou que "não tem mais o que falar sobre o assunto".
A primeira agressão foi contra dois rapazes que estavam perto da Estação Brigadeiro do Metrô no início da manhã de domingo. O fotógrafo de 20 anos conseguiu fugir, mas o amigo dele ficou tão machucado que precisou ser levado para o hospital Oswaldo Cruz. Ele já teve alta.
Um pouco mais adiante, ainda na Avenida Paulista, o estudante de jornalismo Luis Alberto, de 23 anos, que estava acompanhado por dois amigos, foi violentamente agredido no rosto por duas lâmpadas fluorescentes que um dos jovens levava nas mãos. “Ele deu um grito pra chamar a nossa atenção. Na hora que olhei, ele foi e lançou a lâmpada no meu rosto”, disse a vítima. O estudante disse que reagiu e, por isso, teria sido violentamente atingido pelos outros integrantes do grupo.
A Polícia Civil investiga se o motivo do crime foi homofobia, já que um dos jovens feridos disse ter ouvido frases homofóbicas. “Eu escutei alguma coisa referente a bicha, a gay, fizeram até outros comentários”, afirmou um dos jovens feridos.
A defesa dos agressores justifica a violência pautana na possibilidade das vítimas terem flertado com o grupo agressor. Testemunhas, dois seguranças que trabalhavam próximos ao local das agressões, e os próprios rapazes agredidos negam o fato.  Ainda que houvesse o flerte, justifica-se quebrar lâmpadas no rosto de um dos rapazes? Que tipo de flerte pode provocar em alguém tamanha agressividade?
Como é que a sexulidade de alguém pode provocar tanta intolerância? São perguntas que me provocam. Tenho algumas pistas, mas apenas pistas. Já pensou se homossexuais começam a agredir heterossexuais por conta de suas orientações? Estranho, né?!

domingo, 14 de novembro de 2010

Mundial de vôlei feminino (texto)

Acompanhei alguns jogos do Brasil neste campeonado mundial de vôlei feminino que acontece em Tóquio. O time brasileiro se manteve invicto durante a competição. Hoje, iniciou às 8h30, horário de Brasília, a final entre a Rússia e o Brasil. 
As brasileiras ganharam o primeiro set (25 x 21), mas a diferença poderia ter sido maior, já que, claramente, o Brasil jogou melhor. No entanto, no segundo set a Rússia está na frente, até o momento. 10 x 6 para Rússia.
O segundo set está bem tenso, pelo menos pra mim.
Um jogo bastante disputado ainda que o placar não mostre isso. Tô aqui torcendo bastante. O coração na boca.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Para Tânia

Este post é para a Tânia, uma amiga virtual que vai se submeter a uma cirurgia por esses dias. Ainda não sei como ela está, mas estou por aqui torcendo para que tudo dê certo. Não é fácil não estar bem de saúde, mas ela é tão pósitiva que ainda assim consegue ser doce, atenciosa.
Um abraço bem apertado em vc. E o meu desejo de muita saúde. O desejo de uma recuperação rápida. E o desejo da sua volta ao mundo virtual. Um beijão.

domingo, 7 de novembro de 2010

Um boa semana a todos (texto)

Tem faltado oportunidade para uma passadinha por aqui. Tem sobrado atividade, mas  tempo que é bom (tcs tcs tcs). Não que eu tenha me ocupado das 24h do dia. Não mesmo. Andei dormindo neste final de semana. Quando muito, respondi e-mails. Trabalhar mesmo, apenas no final da tarde deste domingo. Li uma monografia. Fiz uma prova, mas tomei sorvete, vi um filme (Hancock - 2008), assisti no History Chanel ao documentário sobre o nazismo na Argentina (surpreendente) e, finalmente, pude parar e escrever um pouquinho. Tava faltando autoria por aqui.
Não tenho tido tempo tb para visitar outros blogues. Por isso ando em falta com os amigos. Mais um mês, aproximadamente, e estarei quase de férias. A segunda etapa do vestibular é no dia 11 de dezembro e depois disso a universidade dá um tempo. Um grande abraço em todos que por acaso passarem por aqui. Uma boa semana.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quem está querendo férias levante os braços!

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Enquanto voltava para casa (texto)

Tava pensando enquanto voltava para Cascavel e lia  n'O Globo (o que restou de jornal no Rio de Janeiro) sobre as eleições para presidente e a distribuições dos votos por região: não foi o nordeste que definiu SOZINHO a vitória do PT. Minas Gerais e Rio de Janeiro juntos somaram uma diferença de 3.508.017 para Dilma.
Nos onze Estados onde Serra ganhou (SP, ES, PR, SC, RS, GO, MT, MS, AC, RO e RR) a diferença foi de 3.543.098, ou seja, praticamente anulados pelos votos de MG e RJ.
O Sudeste era considerado estratégico para a oposição. Os aliados de Serra esperavam que,  sobretudo em MG e em SP, ele tivesse uma larga vantagem sobre Dilma e assim os votos da região Nordeste fossem anulados (por essa vantagem), mas a previsão não se confirmou.  Dilma teve vantagem de 3,5 milhões de votos sobre o Serra.
Tá aí a explicação voto a voto para presidente.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Além da miopia (texto)

Sei, com alguma certeza, que cada um fala do lugar que ocupa e que por conta disso o que diz só pode ser disto daquele lugar ocupado. Tudo isso tá dito faz algum tempo, mas não pode justificar a falta de criticidade em relação ao que se diz ou ainda a irresponsabilidade sobre o que se fala.
Li no Facebook, no Messenger, no orkut e no Twitter, além de incitação à violência, do tipo, "Mate um nordestino" (fazendo referência aos votos da região à Dilma), uma desvalorização generalizada da burguesia brasileira em relação aos votos dados à presidente.
Estranho, muito estranho, esquisito, muito esquisito alguém achar que apenas a sua posição política poderia se justificar. Que apenas ela é fruto da consciência, do conhecimento político etc. & tal. Fiquei aqui pensando, feliz da vida, diga-se de passagem com o resultado da eleição, sobre o que significa para o país uma mulher ocupando à Presidência da República e de como isso simbolicamente faz diferença num Brasil dominado 500 e poucos anos por mãos masculinas. Mas isso é para outra postagem.
Tanto Serra quanto Dilma tiveram votos em todas as regiões do país, em todos os estados, pendendo, naturalmente, para um ou para outro, portanto atribuir apenas a uma região é, no mínimo, falta de leitura. Falta de leitura tb seria achar que todas as pessoas dessa região (Ne.) fazem uso dos programas de governo e que por isso teriam votado em Dilma. Só escreve isso quem nunca viajou ao Norte e Nordeste do país. E ainda, achar que em todos os estados do Sul (sudeste) toda a gente é bem formada, educada e desnecessita dos investimentos das ditas "bolsas" alimentação. Pretensão total.
Viva a democracia. Viva a possibilidade de poder ir às urnas para escolher vereadores e presidentes da repúblicas. Viva a possibilidade de se eleger negros, nordestinos, mulheres, sociólogos, sindicalistas, professores. Que a democracia nos seja uma lição e não um peso.
Que a gente consiga enxergar, além da miopia, o valor de todos os votos.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...