Saí de Pequim às 6h da manhã em direção a Xangai. Problemas
no aeroporto com o nosso voo, que não existia. Já achei que fosse um golpe
daqueles!!! Compramos o serviço pela internet e não havia nada nos esperando.
Não era isso. O voo foi cancelado e nos passaram para outra companhia.
Finalmente desembarcamos em Xangai. Fomos recebidos pelo nosso novo guia: um
chinês de no máximo 25 anos, com boné. Sem boné me pareceu bem mais velho.
Partimos para o hotel. Um super hotel por falar nisso, mas sobre o hotel conto
outra hora. Se der tempo de voltar a esse assunto.
É claro que se saímos às 6h, acordamos às 5h. E nesse
horário não tem café da manhã em lugar nenhum. Estava morto de fome. E quem me
conhece sabe que eu com fome viro um bicho. Uma coisa toma conta de mim a ponto
de eu não me reconhecer. Pior do que sentir fome, só mesmo as reuniões na
universidade. Mas isso é outro capítulo.
Comemos no avião. Mas avião não é restaurante, certo? E
aquela gororoba não era das melhores. Gosto também é uma questão cultural,
porque o chinês que estava do meu lado comeu tudinho, fazendo barulho. Eles
comem fazendo barulho. Já me acostumei. Acho que volto para o Brasil comendo
desse jeito só para irritar quem estiver ao meu lado. Tinha ovo cozido, um
mingau de arroz, vegetais.
Um pequeno parêntese: o café da manhã na China daria uma
novela das 18h. É impressionante como eles, os chineses, indianos,
paquistaneses (os que identifiquei por aqui) comem no café da manhã. Gente, tem
de tudo um pouco, e tudo muito apimentado. Eu adoro pimenta, mas isso aqui é
pra dragão nenhum botar defeito.
Voltando à viagem.
Comi pouco nesse café do avião. Pegamos a van, deixamos as
malas no quarto do hotel e saímos para o tour,
assim, sem descansar. Olha, vou ser bem sincero, odeio esse tipo de viagem sem
descanso. Gosto de acordar com calma, comer com calma, sem pressa, sem
estresse. Hoje, tudo foi de outro jeito.
Visitamos um templo budista. Ma-ra-vi-lho-so. Tenho algumas
fotos, mas só posso postar amanhã (quer dizer, meu amigo do Brasil, só poderá,
se puder, postar amanhã. Aqui continuo sem acesso ao blog, às redes sociais
etc.). E eu com fome. Pensei: depois
desse templo, vamos parar para comer, porque já eram quase 15h. Que nada,
engatamos num templo também maravilhoso, diferente de tudo o que eu tinha visto
até então. Um jardim que parece muito maior do que é por conta da sua
construção, um entra e sai por pontes, um ziguezague (isso tem uma explicação
cultural: os chineses morrem de medo de fantasma e fantasmas, segundo os
chineses, só andam em linha reta e não enfrentam nenhum obstáculo. Tudo aqui é
construído de forma que tenha um degrau, uma descida, uma curva para impedir o
acesso dos fantasmas. É um medo milenar).
Para se chegar a esse jardim passamos por uma ponte chamada Ponte Ziguezague. É fantástica. Não tenho fotos desse lugar
porque nesse momento a minha máquina ficou sem bateria, quem sabe um amigo não
me salve, futuramente. O Templo era fantástico, como eu escrevi, mas pouco
aproveitei porque a fome gritava. Um passeio para umas duas horas, fiz em 30
minutos, mal olhava a construção, mal olhava o jardim porque só pensava em
comer.
Saímos dali para o primeiro restaurante chinês. Não tinha
sequer vontade de pensar em comida. Desisti e fui a um Starbucks comer croissant
acompanhado de milk shake. Ficaram
horrorizados comigo, mas naquela situação nem dei bola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário