quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

É para lamentar (texto)

É difícil escrever sobre a greve dos policiais na Bahia, por, pelo menos, dois motivos. Primeiro, porque sabemos que a Polícia Militar é fundamental para manter a ordem de um Estado (deixemos de lado quaisquer desordens provocadas pela corporação), ou seja, ela é essencial e por isso a greve de PMs coloca em risco a população de uma forma geral. Segundo, como tb sou funcionário público sei que negociar com o governo nunca é tranquilo, porque as promessas são vazias, há falta de compromisso,os salários são defasados, e, em se tratando da Polícia Militar, a segurança é zero, há risco de vida e nenhum plano de carreira decente.
Ontem no Jornal Nacional (JN), assisti a matéria sobre as gravações de conversas entre os comandos de greve da Bahia: promoção de vandalhismo, acertos com os comandos de outros Estados etc. É claro que não esperamos isso de policiais militares, mas tb não esperamos atitudes como as dos governadores em relação ao tratamento que se dá aos seus funcionários.
Hoje em dia, todas as respostas sobre aumento de salário, plano de carreira etc. vai de encontro à responsabilidade fiscal do Estado, mas a má admistração do dinheiro público, sobretudo, nunca entra na ordem do dia. O Estado arrecada muito dinheiro, todos sabemos, e a distribuição dessa verba está aí para quem quiser ver. Tudo isso nos faz questionar a ilegalidade da greve dos policias.
A matéria do JN colocou, decerto, a população contra a greve dos policias, não a matéria em si, mas a forma de abordagem da matéria: um conluio dos PMs em torno do carnaval de Salvador e do Rio de Janeiro. Interessante como os governadores se preocupam tanto com o carnaval (o dinheiro que gira em torno dele) e tão pouco com a segurança de quem faz a festa.

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