segunda-feira, 14 de outubro de 2013

É só olhar a bússola...

Faz um mês que desembarquei aqui em Lisboa. Uma coisa era vir a trabalho, ficar uns dias e voltar, logo, para o Brasil. Outra coisa é chegar com uma data apenas definida. Ainda que seja por um ano, pouco tempo, a sensação não é/pode ser a mesma.
Aos poucos começo a ter uma rotina, aos poucos mesmo. As primeiras semanas foram para resolver questões mais práticas: onde morar, número de identificação fiscal (o nosso CPF), cartão para os transportes, conta no banco.
Em seguida, conhecer pessoalmente a supervisora portuguesa na Univ. de Coimbra. Depois dessas etapas superadas, enfim descobrir a outra Lisboa, ou seja, a cidade do dia a dia. Naturalmente, que elas não são as mesmas, ainda que se esbarrem, que se encontrem em alguns momentos e lugares.
E, finalmente, o trabalho para aí sim ter o que se chama "rotina eficiente".
(Vou abrir um pequeno parêntese: Sinto muita falta da minha casa em Cascavel. Muita mesmo. Meus livros, discos e tudo do que preciso à mão e (des)organizado a minha maneira. Aqui, tudo meio provisório, mesmo que não seja essa a proposta, mas, tem data de validade. É um ano e só. Fechando parêntese.)
Estar numa capital tem lá seus encantos. Muitas alternativas para tudo, mas é preciso, primeiro, descobrir aonde tudo está. Além disso, ainda que se fale a mesma língua, o português é outro, os nomes nem sempre batem, os sons nem sempre familiares, e o ritmo do idioma local não ajuda muito. Fiquei/fico algumas vezes sem entender *alguma coisa.
Quando é importante, me desculpo e peço para repetir. Se não for, balanço a cabeça, dou um sorriso e fica por isso.
Descobrir aonde tudo está tem um capítulo maior: nem sempre a direção que eu tomo é a que eu deveria estar. Mas como eu mesmo faço a minha hora, chegar um pouco depois do previsto não é, definitivamente, um grande problema.
Quando me perco, aí o google maps dá uma força. Na verdade, ele dá mais do que uma força, ele me salva mesmo. Difícil é saber, para quem não tem muita direção, aonde fica o sul, o norte, ou pior, o sudeste. Aí acho que é deboche. (Fico sempre pensando no Edézio aqui. Para quem não o conhece, é um grande amigo geógrafo que não sabe chegar sozinho no mesmo lugar. Outro parêntese: um dia desses ele estava indo para Maringá e parou para tomar um café, se confundiu com a direção e estava voltando para Rondon. Isso para vocês terem uma ideia de quão perdido é o sujeito.)
Dizem que é só olhar a bússola porque ela aponta para, para onde mesmo? Vou me perdendo e me encontrando, aos poucos vou descobrindo que aquele lugar não é tão longe daquele outro que é continuação desse e assim vou inscrevendo a cidade na palma da minha mão.
Bem, é isso. Tô feliz por estar aqui. E se fosse só isso, já seria bom demais!

Um comentário:

  1. Compreendo perfeitamente o drama do seu amigo geógrafo! Que sua estada seja maravilhosa em todos os aspectos. Eu e Silvia conversávamos ontem sobre sua nobre pessoa, sobretudo de uma tal sopa que sairia aqui em casa... Mas haverá tempo para tudo. Abraços!

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