terça-feira, 19 de agosto de 2014

A gente ouve e fala de um lugar, não há neutralidade em nenhum desses momentos

Sinto muito, mas quem ainda não entendeu que se ouve tb de um determinado lugar da mesma forma que se fala de um lugar determinado vai ficar a vida inteira discutindo ponto de vista com quem está em uma outra posição.
Acabei de (re)ver a entrevista que a presidenta deu ao JN, ontem à noite, e não acho que os jornalistas da Globo tenham sido mais agressivos com ela do que foram com os outros dois candidatos entrevistados na semana passada.
Acho que as perguntas foram, inclusive, óbvias demais e que qualquer coordenador de campanha poderia prever quais seriam as perguntas dessa entrevista.
Acho tb que tanto Dilma, quanto Aécio e Eduardo Campos se saíram bem em suas respostas. Não vi nenhum deles acuado, não percebi que algum deles ficou sem dar alguma resposta ou que alguma pergunta tenha encontrado a/o candidata(o) despreparada(o).
Quem não sabia que os jornalistas iriam perguntar sobre as denúncias de corrupção envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT)? Quem não sabia que a resposta seria a que a presidenta deu? Bem, não fiquei surpreendido nem por um lado e muito menos pelo outro. Acho que a Dilma deu conta de responder tudo o que lhe foi perguntado de forma clara. 
Claro que haveria muito mais para ser dito, mas, por outro lado, havia uma necessidade de fazer mais perguntas para que a candidata entrasse, ao meu ver (é óbvio tb), por alguma contramão. Mas ela não se apressou e respondeu o que podia da forma como quis. 
Acho mais, acho que ELA deu o tom da entrevista de forma a fazer com que os jornalistas ficassem numa ansiedade, ela não. Ela respondeu como quis, no tempo que acho necessário.
Bem, eu continuo votando em Dilma e isso não quer dizer que eu não tenha minhas queixas em relação ao governo. Tenho muitas, sobretudo em relação às coligações que são feitas com determinados partidos. Tenho tb ressalvas em relação às políticas de inclusão, ao crescimento de uma bancada evangélica dando o tom para discussões que não tem nada a ver com religião. Tenho restrições ao silêncio do governo em relação às provocações da oposição etc.
No entanto, tenho ainda mais ressalvas ao PSDB de Aécio e ao "PSB" de Marina Silva. Um e outro não teriam o meu voto nem que fossem apenas os dois os candidatos à presidência.
Sei o que foram os 8 anos de PSDB com o ex-presidente Fernando Henrique e, no Paraná, com o Jaime Lerner. Lembro-me muito bem como ficaram as universidades Federais durante aquele governo e as estaduais do Paraná durante a gestão deste. E, como disse no início do texto, eu falo/ouço do lugar que eu ocupo.

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