O Brasil, assim como outras partes do mundo, tem se tornado palco de um crescente clima de ódio, agressões e disputas que parecem impregnar as relações sociais e políticas. Essas tensões têm um forte componente ideológico, com a polarização entre a esquerda e a extrema direita servindo como combustível para uma sociedade cada vez mais dividida. O debate político ultrapassa os limites da esfera institucional e invade o cotidiano das pessoas, transformando até mesmo temas humanitários em arenas de embates ferozes. O resultado é um cenário em que nada parece fazer sentido, onde valores são constantemente contraditos por aqueles que os defendem.
Exemplos dessa contradição aparecem na postura de grupos cristãos que, em nome de Deus, praticam a exclusão, defendem a violência e agridem outras religiões, especialmente as de matriz africana. Essa visão deturpada da fé cristã é agravada por discursos que justificam a intolerância como forma de proteção de valores supostamente ameaçados. Nos Estados Unidos, o governo de Donald Trump está marcado por medidas controversas que exacerbaram divisões sociais. Entre elas, destaca-se a decisão de obrigar apenados transgêneros a cumprir suas penas de acordo com o sexo atribuído ao nascimento, uma medida que ignora direitos humanos básicos e reforça a marginalização desse grupo.
Outra política de destaque foi a deportação em massa de imigrantes ilegais, baseada em uma narrativa que associa imigração à criminalidade. Essa associação fortaleceu o preconceito contra comunidades imigrantes, alimentando um ciclo de estigmatização e exclusão social. Nos Estados Unidos, o imigrante passou a ser, cada vez mais, percebido como uma ameaça, o que contribuiu para a disseminação de discursos xenófobos e a criação de barreiras para a integração dessas pessoas. Tais medidas não apenas prejudicam indivíduos e famílias, mas também enfraquecem os laços sociais necessários para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
No Brasil, o quadro não é menos alarmante. A divisão entre os partidários do PL e do PT tem reduzido o debate público a um embate dicotômico, como se todas as questões sociais e políticas girassem em torno dessas duas forças. Essa polarização extrema tem impedido a construção de pontes e diálogos, alimentando um ambiente de hostilidade e desconfiança mútua. Enquanto o ódio e a intolerância se consolidam como linguagem política, o espaço para reflexões mais profundas sobre os problemas do país se torna cada vez mais escasso, deixando um vácuo onde deveriam existir propostas para um futuro mais solidário e democrático.
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