sábado, 15 de fevereiro de 2025

Não se trata de pessimismo




Aos 60 anos, a consciência do tempo ganha uma profundidade diferente. Já não se enxerga a vida como infinita, e isso traz uma clareza sobre o que realmente importa. Cada dia, cada momento, cada conversa começa a carregar um peso maior, porque o tempo, embora incerto, é percebido como limitado. Nessa fase, o desejo de viver com mais intensidade e autenticidade se torna uma prioridade, afastando a necessidade de agradar ou se envolver com situações que não acrescentem algo significativo.

Esse olhar mais apurado para a vida também transforma as relações. As pessoas que não agregam, que drenam energia ou perpetuam conflitos, passam a ocupar cada vez menos espaço. Há um aprendizado em dizer “não” sem culpa, em deixar ir aquilo que não traz crescimento ou afeto genuíno. Aos 60, há menos tolerância para superficialidades, e a busca por conexões mais profundas e verdadeiras se torna um filtro natural para o convívio. É como se a própria vida pedisse mais simplicidade, mais significado e menos desperdício.

Compreender que o tempo é um bem finito não traz apenas angústia, mas também uma enorme liberdade. A liberdade de escolher onde estar, com quem estar e no que investir os momentos que restam. Não se trata de um pessimismo sobre o futuro, mas de uma maturidade que entende que a vida é preciosa demais para ser desperdiçada. Aos 60 anos, o foco está em valorizar o que é essencial e fazer de cada dia uma escolha consciente, deixando para trás aquilo que não acrescenta sentido, alegria ou paz.

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