domingo, 6 de julho de 2025

Da Série: Contos Mínimos


O sinal fechou. Um par de passos desacelerou, outro se aproximou. No meio da travessia, os olhos se encontraram — como quem reconhece algo que nunca viu. Um segundo a mais e seria constrangimento; um a menos, desatenção. Mas foi o tempo exato. Nenhum gesto, nenhuma palavra. Só o silêncio entre dois desconhecidos que, por um breve acaso, pareceram saber de tudo. O sinal abriu. Cada um seguiu para um lado. Mas a cidade, por dentro, já não era a mesma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

No excesso, algo pede passagem

Os dias se enfileiram e eu me vejo atravessando cada um com uma espécie de pressa silenciosa . Saio demais, como se a rua pudesse oferecer u...