domingo, 6 de julho de 2025

Com esse Congresso Nacional: o povo que lute!



Enquanto o povo aperta o cinto, o Congresso Nacional folga o paletó. Lá dentro, entre discursos inflamados sobre “liberdade”, “família” e “Deus acima de tudo”, o que se vê é um amor incondicional pelas elites, uma fidelidade canina aos interesses dos super-ricos e um talento quase teatral para encenar proximidade com o cidadão — que, curiosamente, nunca é o desempregado, o morador da periferia ou o servidor público que perdeu direitos.

É impressionante como certos parlamentares falam como se tivessem acabado de sair de um boteco de esquina, com aquele jeitão do tamo junto, meu povo, enquanto apertam o botão do voto para retirar direitos trabalhistas, barrar investimentos sociais e beneficiar banqueiros e empresários. É a mágica do populismo da direita: fazem parecer que estão defendendo a nação, mas a tal da nação nunca mora em favela, nunca pega ônibus lotado e jamais tem o nome barrado no Serasa.

Quando chega a hora de discutir reforma tributária, taxação de grandes fortunas ou corte de privilégios, bate um silêncio que faz eco. Mas se for para isentar iate, helicóptero ou dividendos bilionários, eles viram especialistas em crescimento econômico e iniciativa privada. Parece até que estão jogando um jogo em que o povo é a peça descartável e os empresários, os donos do tabuleiro.

No fim das contas, o Congresso parece aquele amigo que promete dividir a conta no bar, mas some na hora de pagar. Faz discurso bonito, posa com a bandeira no colo e diz que ama o Brasil. Mas, na hora do voto, ama mesmo é o agronegócio, a Faria Lima e os interesses que cabem em contas bancárias bem gordas. O povo que lute. E vote de novo neles, claro.

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