É patético, eu sei. Enquanto alguns transformam a bagunça em inspiração, eu fico refém de uma organização neurótica. O caos me intimida, ele é, definitivamente, mais inteligente do que eu. Fico pequeno diante dele, incapaz de lutar.
Talvez seja covardia. Talvez seja frescura. Mas o fato é que só consigo escrever quando, ao redor, tudo está domado. A desordem grita mais alto do que qualquer ideia que eu poderia ter. E, convenhamos, competir com ela é batalha perdida.
Então, que me julguem. Eu arrumo, eu limpo, eu organizo. E só depois escrevo. Porque, se o mundo lá fora insiste em ser um pandemônio, ao menos dentro da minha mesa eu quero a ilusão de que mando em alguma coisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário