ossǝʌɐ op: É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER. FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
O SEU PRÓPRIO BAFÔMETRO (texto)
Dirce Migliaccio (texto)
Em 2004, durante a gravação de um especial da TV Globo, ela teve um encontro com a atriz Isabelle Drumond, que na época interpretava a irreverente boneca de pano.
Nascida em São Paulo, em 30 de setembro de 1933, ela é irmã do também ator Flávio Migliaccio. Dirce estreou nos palcos em 1958, com a peça “Eles não usam black tie”. Em 1962, estrelou o filme “O assalto ao trem pagador”, de Roberto Farias. Mais recentemente atuou nos filmes “Buffo & Spallanzani” (2001) e “Xuxa em sonho de menina” (2007).
Na televisão, ganhou destaque ao interpretar a personagem Judicéia Cajazeira na novela “O bem-amado” (1973). Também participou das novelas “A gata comeu” (1985) e “Da cor do pecado” (2004).
Em setembro de 2008, Dirce sofreu um acidente vascular cerebral, que debilitou sua saúde e a colocou em uma cadeira de rodas. Desde então, ela viveu no Retiro dos Artistas, no Rio.
domingo, 20 de setembro de 2009
GORDA (texto)
EGO: Você fala com muita tranquilidade e até doçura a palavra “gorda”. Mas ela já te machucou?
Nunca vivi um momento em que eu tenha sido tratada de forma grosseira por ser gorda. O maior impacto para mim foi quando cheguei e me deparei com o texto. Eu me assustei, chorei e pensei: meu Deus! Isso existe e dói! Pesou muito escutar nomes grosseiros em uma coisa em que eu não me enquadrava. Custou muito digerir isso nos ensaios, mas consegui tirar de letra. Não tenho a pretensão de que as pessoas achem que estou fazendo o melhor papel dramático do mundo. Só quero contar essa história. Estou feliz por poder ousar com outra vertente do trabalho e acho que vai ser um divisor de águas na minha carreira.
Na peça, me toca muito o momento em que o Caco fala para o Tony: “Ela é uma porca.” Fico deprimida. Fico chocada com essa mania das pessoas acharem que quem é gordo é sempre porco. Não é! Então todo branco é azedo?
Você acha que a sociedade está mais cruel hoje com essa coisa da forma física ou sempre foi assim?
Acho que tudo hoje virou uma máquina. É muito fácil você ter o nariz ou a bunda que você quer. Você vai ali compra uma bunda, um peito. É claro que os critérios aumentam. Você começa a ver todo mundo com o corpo mais organizado e vai querer chegar nesse padrão também. Acho que as pessoas estão muito mais preocupadas com a forma física. No Rio de Janeiro, por exemplo, por seu um lugar que tem praia, as pessoas pautam muito sua vida pela forma física e pelo bem-estar. Acho que o gordo é mais discriminado do que o negro no Rio de Janeiro. Os dois tipos de discriminação são péssimos, mas por causa da dinâmica da cidade, o gordo é ainda mais discriminado. As pessoas acham que você é gordo porque quer, porque é sem-vergonha.
Você sempre foi gordinha?
Sempre, desde criança. Teve uma época na minha vida que a vaidade aumentou, na adolescência. Com uns 16 anos, consegui me manter com uns 60kg. Mas depois que tive meus três filhos – tenho uma filha de 12, uma de 11 e um menino de 9 anos - ficou difícil, não tinha como não ficar gordinha, até porque tenho tendência para ganhar peso.
Teve dificuldades para arrumar namorado por causa de sua forma física?
Antes de casar, sempre namorei bastante e sempre tive namorados muito gatinhos. Eu era do tipo que levava os meninos no papo. Quando um rapaz estava me paquerando, eu nunca piscava de volta porque senão tava arriscado ele dizer: “Olha aquela gordinha fazendo careta?” Mas quando alguém me olhava e ía baixando o olhar para dar uma conferida no material, eu sacudia o cabelo e fazia alguma coisa para o olhar subir. Às vezes, ficava com o pescoço duro de tanto balançar cabelo, mas voltava para casa com o telefone do gatinho. Nunca namorei feio. Eu peguei legal (risos).
Já fez muitas dietas?
Já, mas tenho uma coisa que é o fato de eu gostar de me olhar no espelho e ver como eu sou. Sou muito vaidosa. Adoro o meu cabelo, faço unha, adoro a minha pele hidratada. Não adianta você ser magro e mal cuidado. Prefiro ver que minha pele é bem cuidada. Deixo de comer certas coisas porque isso vai se refletir na minha pele, mas não por causa do meu corpo. Minhas duas irmãs, que são gêmeas, fizeram cirurgia de redução de estômago, e eu tenho dez mil pessoas que me ligam todos os dias para oferecer essa cirurgia, como se fosse a salvação da minha vida. Se eu quisesse, já teria feito. Mas é uma questão minha. Não ficaria feliz de me olhar no espelho e não me ver assim, como sou. Seria como se eu estivesse murcha. Agora é claro que eu queria voltar a ter dois dígitos na balança, porque eu estou com três (risos). Mas por questão de saúde mesmo. Mas não faço apologia à gordura, só quero que as pessoas se aceitem como elas são.
O que te deu essa autoestima toda? Foi a sua criação?
Fui criada para ser uma criança feliz à base de elogio. Acho que quando o pai elogia a gente que é mulher, a gente já cresce com mais segurança. Isso dá mais confiança. Acho que posso agradecer muito ao meu pai, o senhor Eliseu (risos).
Beatriz, que tem 12 anos, é magrinha, mas a Laura, de 11, é bem gordinha. É danada, mas é muito feliz como é. Só sai toda arrumadinha, cheirosinha. Mas acho que ela vai ter o momento do estalo da adolescência e vai querer emagrecer um pouquinho.
Minha filha já sofreu “bullying”( termo inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica). Laura não caiu nessa pilha. Mas quando vimos que estava tomando um vulto muito grande, fomos na escola, conversamos e propus uma reunião geral. Não queria só favorecer a minha filha, mas que todo mundo pensasse e fosse respeitado.
Tive que colocar meu humor nos pés, me despir de qualquer arma e começar a buscar o novo, essa atmosfera de dramaturgia que eu ainda não tinha experimentado. A Helena é uma pessoa que você identifica facilmente na rua, não é como no "Zorra" que, por mais que você identifique, é caricato.
A experiência mais dramática que tive foi no filme “A Máquina”. Ali, tentei passar uma verdade através da Nazaré, que era minha personagem. Ela tinha uma coisa muito verdadeira, um olhar puro. A partir dali, comecei a buscar isso e gostei. Mas tenho que fazer um exercício contínuo para ter uma interpretação mais calminha. Se deixar, faço uma brincadeira atrás da outra. Quero sempre rir de alguma coisa.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Pra que conteúdo, se a casca é bacana ? (texto)
O mais importante é a beleza: a mulher é a orelha ou o nariz; um par de pernas, uma bunda, um rosto. Nada mais importante do que a casca. E como diz a letra da música, conteúdo pra quê?
E aí me lembro da tirinha da Mafalda quando ela tenta conversar com Suzanita e esta lhe diz que quando crescer quer ter muitos vestidos enquanto que Mafalda quer cultura. E aí Suzanita diz a Mafalta para ela tentar sair à rua sem vestido para ver o que acontece, mas o mesmo não acontecria se ela saisse sem cultura.
Mafalda é de outro tempo...as meninas no Brazil´s são do tempo das celebridades. O mais importante são os cinco minutos de glória e por eles tudo vale à pena.
É claro que sei que a carreira de modelo internacional produz, além de status, muita grana. Mas sei tb que conteúdo é pra sempre enquanto que...melhor nem continuar.
Gravadoras obtêm decisão inédita contra troca de arquivos no Brasil (texto)
De acordo com a decisão, a empresa Cadari Tecnologia da Informação e outros, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do K-Lite Nitro, estão proibidos de disponibilizar o software P2P, “enquanto nele não forem instalados filtros que evitem que as gravações protegidas por Direito Autoral de titularidade das companhias representadas pela APDIF do Brasil sigam sendo violadas de forma maciça e constante pelos usuários do referido software”.
Ainda segundo a decisão unânime, relatada pelo desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, o K-Lite Nitro tem "intuito de lucro baseado na venda de espaço publicitário, é ilegal e viola a lei de Direito Autoral (Lei 9.610/98) e o Código Penal brasileiro”.
Representante das cinco maiores companhias fonográficas do país (EMI, Som Livre, Sony Music, Universal Music e Warner Music), a Apdif atualmente faz parte da Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM).
Segundo o presidente da Apdif e da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), Paulo Rosa, a decisão inédita no país sobre redes de compartilhamento de arquivos estabelece um precedente na Justiça brasileira “importantíssimo” em relação aos direitos autorais sobre músicas e outros conteúdos protegidos na web.
“Não se trata de uma decisão contra uma determinada tecnologia, mas sim contra um modelo de negócio criado e explorado economicamente, cujo principal atrativo é a violação contínua e em larga escala de Direitos Autorais consagrados em nossa Constituição Federal e em legislação específica”, afirmou Rosa.
“Tecnicamente, essa decisão está muito próxima da perfeição, em pé de igualdade com decisões dos EUA e outros países do mundo. Não se trata de uma decisão contra a tecnologia, nem contra a neutralidade e a liberdade da internet. Mas sim de usar a tecnologia de forma responsável”, avaliou Rosa, acrescentando que as gravadoras vão cobrar para que sejam aplicados os filtros de conteúdo no K-Lite Nitro, para que a ferramenta barre o upload e o download de conteúdo protegido por direito autoral.
Marketing do medo
Segundo Cadari, o sofwtare K-Lite Nitro foi baseado no programa de código aberto KCEasy e não tem o objetivo de infringir direitos autorais, apesar da “potencialidade” de download ilegal. “É como uma faca, que tem a potencialidade de matar. Um carro também tem a potencialidade de matar, em acidentes de trânsito. Por que não são proibidos também?”, questiona.
“Estão colocando a culpa da queda nas vendas da indústria fonográfica em uma empresa de fundo de quintal de Curitiba”, disse Cadari, cuja empresa tem quatro funcionários. “A guerra não é só contra mim; é contra todos os internautas brasileiros, contra a liberdade de expressão”.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Juiz diz que parte da Lei Maria da Penha é 'feminismo exagerado' (texto)
Deu na Globo.com:
O juiz Edilson Rumbelsperger Rodrigues, da comarca de Sete Lagoas (MG), comentou nesta quarta-feira (16) a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de abrir processo administrativo contra ele. Em 2007, ele se envolveu em polêmica após considerar inconstitucional a Lei Maria da Penha, considerada um marco na defesa da mulher contra a violência doméstica.
De acordo com reportagem publicada em outubro de 2007 pelo jornal Folha de S.Paulo, o juiz rejeitou pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas companheiras. Segundo o jornal, o magistrado disse considerar a lei "um conjunto de regras diabólicas".
Rumbelsperger rebateu, em nota, as acusações dizendo que não vai "desigualar homens e mulheres naquilo em que são rigorosamente iguais, ou seja, nas demais espécies de violência que um pratica contra o outro sem qualquer diferença". O juiz afirmou ainda que talvez nenhum homem deseje mais do que ele a igualdade entre homens e mulheres.
Rumbelsperger explicou que, na verdade, não combate as mulheres, mas sim o "feminismo exagerado", presente, segundo ele, em parte da Lei Maria da Penha. Ele disse ainda que algumas disposições da lei têm "caráter vingativo"."Combato, assim, o feminismo exagerado – consubstanciado em parte da Lei Maria da Penha – e que dela se aproveitou para buscar compensar um passivo feminino histórico, com algumas disposições de caráter vingativo", disse o juiz.
"Combato um feminismo exagerado, que negligencia a função paterna, que quer igualdade sim, mas fazendo questão de serem mantidas intactas todas as benesses da feminilidade", completou. O juiz especificou que não defende o homem, mas sim a "função paterna".
O magistrado disse ainda que não volta atrás nos comentários sobre a Lei Maria da Penha, porque seria um ato de covardia. "Se eu voltasse atrás num único pensamento expressado em quaisquer de nossas decisões, eu o estaria fazendo por mera covardia, apenas para tentar me livrar da angústia desse embate".
domingo, 13 de setembro de 2009
Uma carreira de oportunidades (texto)
Nesta entrevista, a atriz faz uma revelação impressionante: "Falar que falta espaço para o negro é até maldade. Eu mesma tive uma carreira de oportunidades."
Sobre este comentário de Taís Araújo eu teria pelo menos dois outros para fazer: 1) Será que atriz acha que a trajetória de todos os negros pode ser comparada com a sua? 2) Em que mundo essa criatura vive? Será que ela anda acompanhando o processo de luta contra o preconceito racial vigente no mundo e em especial no nosso país?
Como é que há muitas oportunidades se apenas em 2009 temos a primeira mulher negra ocupando o lugar de personagem central em uma novela no horário nobre da TV, no maior país de população negra mundial?
Em quase todas as outras novelas (parece até que eu ando medindo o racismo através das histórias contadas nas novelas brasileiras - não que não se possa) os negros ocupam papeis de empregados. Quem é que lembra de uma novela em que um negro, uma família de negros, ocupou um outro espaço nessas tramas? Lembrou? Raras foram as vezes.
Ela mesma protagonizou uma novela, tudo bem que era das 19h, na Rede Globo: mas o título era Da cor do pecado. E se esse título não reforça um sentido sobre as mulheres negras...
Lembro-me, bem, de uma entrevista que a grande atriz e cantora Zezé Motta deu num programa exibido na TV Globo, Mulher 80: ela contou que estava conversando com uma vizinha e lhe disse que estava fazendo escola de teatro e ouviu como resposta: "Eu não sabia que para fazer papel de empregada precisava fazer escola de teatro."
Precisa dizer mais alguma coisa?
Solidão na velhice...
A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...
-
Enquanto a formiga Carrega comida Para o formigueiro, A cigarra canta, Canta o dia inteiro. A formiga é só trabalho. A cigarra é só c...
-
Ontem, último capítulo da novela Caras & Bocas (já postei alguns comentários sobre ela), bastantante satisfatório! Como sempre , casame...
-
(para Helena Quintana) As coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo. Sentimo-las como da primeira vez, sentimo-las fora d...