sábado, 17 de outubro de 2009

Que final de semana que nada!!! (texto)

Eu sabia que o meu final de semana não seria nada fácil: trabalhos de duas alunas para ler e provas para terminar de corrigir. É claro que depois do trabalho viria a bonaça: a visita de um amigo que faria (e fez - mas não nos vimos) um concurso aqui em Cascavel e um almoço programado com um outro amigo no sábado, mas heis que uma ligação me tirou completamente dessa avenida... mais trabalho, é claro e aí um cansaço daqueles...fiquei durante os dois últimos dias numa banca de concurso público com uma porção de candidatos.
Acabei de chegar em casa depois de dois dias lendo, ouvindo, perguntando e preenchendo fichas. É claro que nem tudo foi tempestade. Tive a companhia de uma grande amiga nessa banca: Elódia (divertida, viva, inteligente, sensível) e o prazer de reencontrar muitos amigos, ex-alunos, pessoas com as quais convive por muito tempo. Muito bom saber que se pode retornar aos lugares e encontrar por um "prato de comida, um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar".

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Fita-banana (texto)

Drommond tem um poema que se chama Quadrilha (João amava Teresa que amava Raimundo/ que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/ que não amava ninguém./João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,/ Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,/ Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes/ que não tinha entrado na história.). O poema é uma espécie de fita-banana que não teria fim...
Quando pensei neste post, pensei no descontrole, no sentido de não se saber até onde se chega, do que se escreve em determinados becos. O que posto aqui vai parar em lugares nunca antes navegados...
Na Superinteressante deste mês (ela é mensal?), edição 270 de outubro de 2009, na página 86, tem uma matéria sobre blogs, internet, ideias que correm esse oceano impreciso. Segundo a matéria, são 37 mil posts em blogs por hora, 1 milhão de micromensagens no twitter.
E o mais impressionante, eu acho, é a quantidade do que se lê, o volume do que se escreve, ideias que rolam para todos os lados. Se tínhamos, e isso é apenas uma hipótese, um controle sobre a informação, hoje, com toda essa integração virtual, não se pode dizer que exista aquilo que se deve ler. Tenho a impressão que cada vez mais a gente consegue decidir sobre o que quer ler: em quem confiar quando se quer sobre algum assunto.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A órfã (Filme)

O pior do que se dizer roteirista de um filme como A Órfã, é pagar para assisti-lo. A história é tão óbvia (mas tão óbvia) que nos faz pensar que alguma coisa não vai acontecer. Mas o roteirista não perdoou, colocou tudinho lá: a menina meiga num orfanato, a família que perdeu a filha no parto, as maldades da menina; a mãe que começa a desconfiar de que alguma coisa está errada com a criança, mas o seu passado põe o que ela diz em dúvida; o pai que não percebe o que está acontecendo, a menina meiga que se transforma num monstro, os filhos do casal em perigo, mas que, por medo, preferem se calar; a menina-mostro que mata quase todo mundo e que finalmente é morta, mas não pense que o filme acaba aí, tem A Síndrome da Atração Fatal, quando a gente pensa que a menina morreu lá está ela outra vez atrás de mais um vítima.
Ah, e como tem sempre uma pitada de surreal nestes filmes-suspense, a órfã na verdade é uma adulta perigosa que tem nanismo e se passa por criança.
Quero o meu dinheiro de volta!

Um cafezinho (texto)

Bom dia! Acabei de me levantar. É isso mesmo, acordei tarde! Feriado de Nossa Senhora de Aparecida. Dia das crianças. Aniversário de um bando de amigos, a Luciane é um deles. Dia chuvoso em Cascavel. Ouço apenas uns cantos distantes de passarinhos.
Meu dia sempre começa com um café bem forte. Herança da bisavó Carolina (qualquer dia escrevo sobre ela), pelo menos é assim que me lembro. Sem café preto e forte, não acordo.
Queria que o dia hoje fosse de descanso, mas sei que não vai ser. Tenho, para variar, trabalhos dos alunos, provas e um texto meu para revisar. Não estou reclamando é apenas uma conversa com um virtual leitor (talvez a Fátima, a Cris ou o Luiz - ah, vocês aceitam um cafezinho!?).

sábado, 10 de outubro de 2009

PET SHOP BOYS - YES (CD)

Com quase 25 anos de carreira discográfica, seria difícil que, depois de tantos álbuns mornos, o Pet Shop Boys pudesse voltar a realmente emocionar. E eis que "Yes", novo álbum da dupla Tennant/Lowe não só emociona, como já pode ser considerado, facilmente, um de seus melhores trabalhos. "Yes" é o disco mais consistente do Pet Shop Boys desde "Very" (1993) e, já pode estar em pé de igualdade a grandes discos como "Introspective" (1988) e "Behaviour" (1990).
A primeira coisa que chama a atenção em "Yes" é a sua capa. Um "V" colorido no fundo branco dá a pista de que "Yes" é um álbum simples. E, de fato, ele o é. Essa é a prova de que, quando existe talento, não há necessidade de se fazer algo tão diferente. Basta pegar toda a bagagem, dar uma reformulada, de forma que o som não fique datado, e pronto! E foi exatamente isso que o Pet Shop Boys (magistralmente) fez.
"Yes" é aquele tipo de disco com início, meio e fim, com ótimas faixas que se complementam. Do início ao fim, o novo álbum do Pet Shop Boys soa praticamente perfeito. Aliás, em "Yes", Tennant e Lowe contaram com a ajuda da banda eletrônica Xenomania, que além de ter participado do processo de composição de três canções, co-produziu o álbum. Outra participação importante foi a do guitarrista Johnny Marr. O ex-músico do The Smiths tocou guitarra em quatro faixas. Owen Pallett, que já trabalhou com o Arcade Fire e com o The Last Shadow Puppets, arranjou três canções, que ainda tiveram a participação da London Metropolitan Orchestra.
"Yes" é um disco de pop puro, sem maiores invencionices. Através dele, Neil Tennant e Chris Lowe provam que mesmo em cima de uma sonoridade considerada datada, como o synth pop da década de 80, é possível criar coisas novas bacanas. Às vezes, é melhor do que querer fingir o que não é.

Zélia Duncan - Pelo sabor do gesto (CD)

A Zélia Duncan tem um padrão de qualidade em seus trabalhos que dispensa apresentações: em Pelo sabor do gesto, o mais recente CD, aquela máxima continua valendo. Música e letras bem casadas, letras bem elaboradas, voz agradável, interpretação adequada, além do excelente acabamento com este novo álbum. Gosto de todas as músicas, destacaria "Os dentes brancos do Mundo" de Marcos Valle/Paulo Sérgio Valle.

Eu vou banhando só de luz negra
Vendo os dentes brancos do mundo
Ei, sigo madrugada dançando
Vendo a vida em luzes piscando

Meu amor, se eu tiver que me perder
Seja com você, ou pensando em você

Compre seu sonho e vida sorrindo
Veja os dentes brancos do mundo
Ei, eu me aposentei dessa vida
E dirijo empresa de sonhos
Meu amor, seu tiver que me perder
Há de ser alguém parecido com você

Tô apaixonado outra vez pela música e pela poesia, como ela canta em "Duas namoradas".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Prêmio Nobel (texto)

Quando ouço o anúncio de um Prêmio Nobel, por exemplo, o de Medicina, automaticamente, relaciono o ganhador com uma vida total ou parcialmente dedicada à uma pesquisa, à ciência, à uma causa, mas o prêmio não é exatamente pensado dessa forma.
O Prêmio Nobel da Paz já foi dado à Madre Teresa de Calcutá e todos nós sabemos da sua dedicação ao outro, de parte de sua vida doada às crianças, aos doentes, aos famintos etc.
No entanto temos o presidente dos Estados Unidos como o novo ganhador do Prêmio da Paz e pouco ou quase nada sabemos sobre esta causa em sua trajetória política. As explicações são convincentes: o fato dele ter sido o escolhido, ainda que não tenha um histórico de vida para isso, o coloca numa posição mais privilegiada para negociar o início do desarmanento nuclear ao redor do mundo e para a Fundação Nobel isso já seria motivo para a sua escolha.
Preciso pensar um pouco melhor a respeito disso porque ainda acredito na trajetória que justifique a escolha.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...