sábado, 1 de setembro de 2012

Acabei de fazer um curso de maquiagem: alguém se interessou?










A noiva da cidade (Chico Buarque/Francis Hime)


Tutu-Marambá não venha mais cá
Que a mãe da criança te manda matar''
Tutu-Marambá não venha mais cá
Que a mãe da criança te manda matar''
Ai, como essa moça é descuidada
Com a janela escancarada
Quer dormir impunemente
Ou será que a moça lá no alto
Não escuta o sobressalto
Do coração da gente
Ai, quanto descuido o dessa moça
Que papai tá lá na roça
E mamãe foi passear
E todo marmanjo da cidade
Quer entrar
Nos versos da cantiga de ninar
Pra ser um Tutu-Marambá
Ai, como essa moça é distraída
Sabe lá se está vestida
Ou se dorme transparente
Ela sabe muito bem que quando adormece
Está roubando
O sono de outra gente
Ai, quanta maldade a dessa moça
E, que aqui ninguém nos ouça
Ela sabe enfeitiçar
Pois todo marmanjo da cidade
Quer entrar
Nos sonhos que ela gosta de sonhar
E ser um Tutu-Marambá
Boi, boi, boi, boi da cara preta
Pega essa menina que tem medo de careta''

domingo, 26 de agosto de 2012

Tango pra Teresa (Evaldo Gouveia/Jair Amorim)


Hoje, alguém pôs a rodar Um disco de Gardel 
No apartamento junto ao meu 
Que tristeza me deu
Era todo o passado lindo 

A mocidade vindo 
Na parede a me dizer 
Para eu sofrer
Trago a vida agora calma 

Um tango dentro d'alma 
A velha história de um amor 
Que no tempo ficou
Garçom, põe a cerveja sobre a mesa 

Bandoneon, toque de novo que 
Teresa 
Esta noite vai ser minha e vai dançar
 Para eu sonhar
A luz do cabaré Já se apagou em mim 

O tango na vitrola 
 Também chegou ao fim
Parece me dizer  

Que a noite envelheceu 
Que é hora de lembrar E de chorar

sábado, 25 de agosto de 2012

Quem ama não "mata" (texto)

"Matei por amor". Foi o que disse em sua defesa, o playboy conhecido por Doca Street, quando foi preso depois de matar em Búzios, em 1976, a socialite Ângela Diniz.
Derrubando a reles defesa, as mulheres conseguiram inscrever na história e colocar nas primeiras páginas de todos os jornais da época, a frase: "quem ama não mata." 
Ela ficou famosa, e foi título de minissérie da TV em 1982, peças teatrais, discussões em colunas sentimentais, e até tema de tese de doutorado.
Schopenhauer afirmou que "todo amor que não é compaixão é amor-próprio". Não dá, né (?), para, em nome do amor, justificar as nossas atitudes? Sobretudo se elas são egoístas.
"Eu te bato porque eu te amo", ou ainda, "eu te traí porque eu te amo".
Obrigado, mas não quero um amor desse jeito. Em nome do amor, devíamos pensar antes de agir. Quando a gente ama alguém a gente deveria pensar em como o outro se sentiria diante do que a gente vai fazer.
Não é assim que a gente age quando compra um presente para alguém? A gente se coloca no lugar dela(e) e pensa na felicidade do outro, com a boa surpresa. Isso é amor!
O amor não é imune. Ele não está acima de tudo ou compreende qualquer coisa. O amor não é cego. Aprendi com o Erik (um grande amigo) que a gente não tem todo o tempo do mundo para resolver os nossos conflitos, porque as pessoas não estão a nossa disposição.

Perfume Siamês (Altay Veloso/Paulo Feital)


Perfume Siamês

Mas que prazer te rever, que bom te encontrar
Ah! Nesses anos a vida te fez remoçar
Não, não precisa fingir, nunca foi o teu forte fingir pra agradar
Pra mim o tempo passou, mas vamos sentar e sair da calçada
Sem colarinho e com fé, que é pra gente esquentar
Uma porção de filé e um conhaque do bar
Não, nunca vou me mudar, é a mesma casinha onde fomos morar
vê se vai me visitar, as coisas continuam no mesmo lugar
O salgueiro que você plantou
De chorar quase morreu, resistiu e cresceu
Mas o cão adoeceu, sentiu sua falta demais
E a roseira lá de trás, deu rosa e concebeu, sem espinhos uma flor
que tem seu cheiro e o meu.
Garçom me traga mais dois que é pra comemorar
Traz um traçado depois que é pro santo agradar
Não, não perdi a mania, ainda durmo fumando
Ainda queimo o colchão
Claro que lembro do dia, em que quase morri
E ninguém me acordava.
Nossos retratos de amor, eu não pude rasgar
Quando você se casou, pensei em me matar
Tua loucura foi tanta, casar por vingança só mesmo você
Mas não perdi a esperança
As coisas continuam no mesmo lugar
O salgueiro que você plantou
De chorar quase morreu, resistiu e cresceu
Mas o cão adoeceu, sentiu sua falta demais
E a roseira lá de trás, deu rosa e concebeu, sem espinhos uma flor
que tem seu cheiro e o meu.
Pede a conta, meu amor
E volta pro que é teu.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Mil perdões (Chico Buarque)


Mil Perdões

Te perdoo

Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdoo
Por pedires perdão
Por me amares demais

Te perdoo

Te perdoo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdoo
Por ergueres a mão
Por bateres em mim

Te perdoo

Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti
Te perdoo
Por quereres me ver
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)

Te perdoo

Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Te perdoo
Te perdoo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdoo
Por te trair

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por que eu escrevo?

Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre a novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.
 
Clarice Lispector

Isso também é amor

Nem toda relação termina quando o amor acaba. Às vezes, o que se encerra é a possibilidade de seguir junto, mesmo que algo ainda pulse . E i...