quinta-feira, 16 de julho de 2015

Auto-elogio

Resultado de imagem para auto-elogioSe um elogio a alguém pode produzir uma forçação de barra, imagine um auto-elogio. Bem, não vou me elogiar. Tenho senso de ridículo, mas fiquei pensando, depois de uma potagem de uma amiga no Facebook, sobre o que em mim me faz sentir uma certa "alegria" por ter conquistado, por ser. 
Não seria exatamente um elogio, mas um reconhecimento por algum esforço ou dedicação, sorte. Bem, não vou tb ficar me explicando porque isso não vai nem aumentar e nem diminuir qualquer efeito de sentido que posso produzir aqui.
Fiquei pensando muito para finalmente conseguir organizar uma pequena lista. Ela, a lista, não está por ordem de importância, por ordem cronológica, mas por ordem de lembrança:
1. Uma das grandes alegrias foi ser aprovado no vestibular para Letras, UFRJ, Português-Literaturas. Lembro-me da sensação de felicidade ao abrir o jornal e encontrar o número da minha inscrição. Contar pra minha mãe sobre a aprovação, então, nem se fale.
2. Finalizar o doutorado não foi exatamente uma sensação de alegria, mas o "dever" cumprido. Me senti no dia 13 de março de 2006 feliz por isso.
3. Ganhar a bolsa de pós-doutorado (Universidade de Coimbra) para ficar um ano em Portugal. Isso foi uma mistura de gratidão por tanta ajuda que recebi: Isabel Ferin (a orientadora) Vanise, Maria Cláudia, Lucília e, principalmente, Bethania.
4. Ter sido amigo do Sebastian. Foram anos de cumplicidade. Tb brigamos, mas nunca nos decepcionamos, mesmo quando precisamos nos separar. Separação sempre é difícil. Mas nunca traímos a confiança do outro. Não houve mágoa de lado algum. Apenas tristeza.
5. Os meus amigos. Tenho orgulho dos amigos que conquistei durante esses anos. Tenho amigos de 40 e poucos anos. Amigos que sei que posso contar. Tenho amigos recentes. Amigos de todas as idades, cores, orientações. Sei da importância dos amigos de verdade. Sou um amigo que os meus amigos podem contar.
6. Tb sei que sou um cara honesto. Sei tb que isso é obrigação e que sequer deveria constar nessa lista, mas a honestidade a que me refiro é, sobretudo, aquela que quer que todos tenham os mesmos direitos, sem que haja privilégios pra ninguém: nem pra mim e nem pra ninguém. E lutar por isso.
7. Tb nunca me aproximei de ninguém por interesse. Nunca estive com alguém para conseguir alguma coisa. Sou claro quando preciso de algum favor e não tenho vergonha disso.
8. Não quero nada de ninguém. Não invejo nada de ninguém. Sou muito focado naquilo que desejo e trabalho pra isso.
Bem, a lista não é longa, mas pode soar como pretensiosa. Pode tb não soar. E como não controlo o sentido que as palavras têm ou podem produzir. A postagem é essa.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Odeio o frio.

Resultado de imagem para frioEU ODEIO O FRIO. Eu não consigo encontrar um só motivo para gostar dele. Não há roupa que seja suficientemente quente para me proteger do vento. Não há água suficientemente quente que me deixe à vontade para escovar os dentes, lavar o rosto, lavar a louça. Antes que eu me esqueça, você que diz gostar do frio, quem lava a louça da sua casa?
Minha casa não é preparada para o inverno: entra, sei lá por onde, um vento gelado e não há alguém suficientemente bom para descobrir como isso acontece. Venta na sala, nos quartos, na cozinha, venta em todos os lugares.
O meu chuveiro é elétrico. E como TODOS os chuveiros elétricos que eu conheço se cai muita água, ela é fria. Se a água fica muito quente, ela pinga. O vaso sanitário é uma pedra de gelo. O piso do meu apartamento, com exceção dos quartos é frio.
Não existe calefação. Meus pés e mãos ficam o tempo todo gelados.
Eu sou careca. Minha cabeça dói durante à noite.
Não dá pra fazer as coisas de casa enrolado num cobertor: há risco de pegar fogo, há risco de se enroscar em alguma maçaneta. Há risco de sair puxando alguma coisa pela casa. Há risco por todos os lados.
Fiquei meia hora para ter coragem de sair da cama. MEIA HORA dava pra ler quase uma dissertação. Depois mais um bom tempo para tirar a roupa e tomar banho. Depois faltou coragem para sair do banho e colocar outra roupa. Depois de colocar a outra roupa, faltou coragem para sair do banheiro e por aí vai...
Desci as escadas do meu prédio de capacete (isso mesmo, eu não tenho carro, tenho apenas moto. Por que eu não compro um? Melhor eu não dizer aqui por conta do horário e das crianças na sala.). Nunca encontro as pessoas do meu prédio, mas foi descer com o capacete na cabeça para encontrar alguns vizinhos. Eles fingiram que eu não estava daquele jeito. Bem, provavelmente vou ser considerado maluco. Não me importo! Melhor ser maluco do que passar frio. 
O bom do inverno é que é apenas uma estação entre quatro. Ele acaba. Ele vai passar. E eu, espero, vou sobreviver ao frio.


sábado, 4 de julho de 2015

Da Série Músicas que me tocam

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Dia desses, falei aqui sobre um grupo dos anos 1980, o The Cure, cujas músicas conheci ao mesmo tempo em que fazia um novo grupo de amigos, volta de 1985, no Rio de Janeiro.
Tenho ouvido muito, praticamente todos os dias, os discos dessa banda, sucesso total no Brasil durante muito anos. Ontem, me lembrei de uma música deles e fui à caça: A Letter to Elise, faixa de muitos CDs. A banda lançava algumas músicas novas misturadas com músicas antigas num novo CD e assim muitas apareciam repetidas em discos diferentes. Este é uma delas.
A letra não é bonita, sensível ou coisa do gênero, mas a música é linda demais. Tenho ouvido tanto a mesma canção que acho que os vizinhos qualquer dia vão me proibir de ouvi-la mais uma vez.
Essa não me reporta a algum momento ou pessoas especiais, mas fez e ainda faz parte do que gosto de ouvir.
Bem, vale a pena conferir.


sábado, 27 de junho de 2015

Da Série Contos Mínimos

Resultado de imagem para um brancoAcordei atordoado sem saber aonde estava. Não me reconheci no espelho. Não conseguia me lembrar do ano que nasci.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

A Tradicional Família Brasileira

Resultado de imagem para diversidades de famíliaDia desses, postei, no Facebook, uma provocação sobre quem seria, como viveria, aonde mora, o que come essa tal Tradicional Família Brasileira (TFB).
As respostas foram diversas. E não poderia ser diferente. E a partir delas tive a certeza de que se tratava de uma impressão puramente religiosa. Não há outra base que não a religiosa que possa sustentar essa construção.
A minha provocação foi justamente a partir de alguns preceitos religiosos, do tipo, quem pode fazer parte dessa tradicional família? Divorciado pode? separado pode? Quem tem amante pode? Quem teve? Quem manteve relações sexuais antes do casamento pode? Pode também pai ou mãe solteiros? Porque se há alguns princípios religiosos sobre essa construção também deveriam prevalecer outros. 
E fui por esse caminho para pensar nessa construção.
Quase todos os especialistas que me responderam, disseram-me se tratar de uma utopia, já que não haveria uma que pudesse se encaixar em todos os requisitos religiosos necessários para vc pensar num exemplo de Família Tradicional.
Bem, por um lado, é bastante surpreendente ouvir tanto sobre alguma coisa que não pode existir ou que a sua existência é raríssima. Por outro, fala-se tanto em nome dessa Família que a gente tb se surpreende quando se dá conta de que é apenas uma construção discursiva para ser usada em algumas situações epecíficas.
Essa construção surge, sem qualquer dúvida, da boca de conservadores quando querem dizer que a tal família está correndo risco de extinção. Papo furado (!!) porque não pode estar em extinção alguma coisa que nunca existiu.
Além disso, se pudéssemos dizer que algum tipo de família é tradicional a imagem seria a de índios brasileiros e não de um pai, mãe e filhos brancos e engomadinhos comendo Margarina.
A TFB é colocada em pauta toda vez que se fala em casamento entre pessoas do mesmos sexo ou na escola que deseja desconstruir os sentidos de uma educação heteronormativa.
Bem, a provocação ainda está lá produzindo respostas e sendo compartilhada e produzindo mais respostas. Vamos ver até onde essa ideia de TFB vai e por quais caminhos trilham os seus defensores.

domingo, 21 de junho de 2015

Da Série Músicas que me tocam

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Peguei o finalzinho do Esquenta e tive a sorte de ouvir o Fagner cantando Canteiros (letra escrita a partir da poesia de Cecília Meireles). Esta música foi gravada há bastante tempo, acho que no início dos anos 1970. E, posso estar enganado porque me apoio apenas na memória, foi o maior sucesso deste grande cantor cearense (há também Noturno, Borbulhas de Amor, As pedras cantam, Revelação, Jura secreta, Quem me levará sou eu, Fanatismo, Pensamento, Guerreiro menino, Mucuripe, mas nada que tenha superado Canteiros).
Ela fez parte de toda a minha adolescência, porque era o auge, pelo menos, no subúrbio do Rio de Janeiro, dos artistas que com a voz e o violão tocavam nos bares. Eu e os amigos: Vera, Robson, Cátia, Zequinha, Rômulo, Glauco, Gil, Íngrid, dentre tantos outros, éramos arroz de festa às sexta e sábados à noite, na Zona Oeste do Rio.
É uma música que me leva para o ensino médio, antigo científico. Eu estudei no Colégio Estadual Barão do Rio Branco, em Santa Cruz. E, nesse período, a escola ainda era pra mim uma extensão de casa: os amigos eram os colegas da escola e vivíamos juntos (bar, cinema, natação, lanche).
Se o cantor não tocasse Canteiros, Andança (esta de Paulinho Tapajós e gravada por uma infinidade de cantores) e Espanhola (Flávio Venturini) era como se não estivéssemos num barzinho. Isso era o que fazia daquele lugar um bar de voz e violão.
Bem, as músicas são mesmo Máquinas do tempo. Nos levam e nos trazem de lugares tão distantes no tempo e espaço.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...