Como todo mundo já deve saber, nos banheiros modernos, seja no Brasil, seja em qualquer parte do mundo moderno e higiênico, não existe mais papel para secar as mãos. Basta você aproximá-las de um dispositivo com um jato de ar para que em alguns segundos a sua mão fique completamente seca. Isso mesmo! Tão seca que ressecada. E em relação ao ressecamento, você resolve com um creminho qualquer que você carregue, que você empreste, que você, numa loja, no mesmo shopping, use uma pequena amostra grátis.
Bem, o problema da mão
seca será resolvido, em breve. Mas a falta de papel não seria um problema se,
sempre há este se no nosso dia a dia,
mesmo num mundo moderno e tecnológico, você também não precisasse lavar o rosto,
lavar a boca ou escovar os dentes ou se você, assim como eu, cultivasse uma boa
barba.
Aí você entra pra
escovar os dentes e inevitavelmente você molha a sua barba, não toda, mas
aquela parte que se encontra no queixo até o pescoço. Esta mesma parte que, se
molhada, respinga a sua camisa, paletó, casaco, peito, burca ou seja lá o que
você estiver usando ao ir a um banheiro moderno.
Ou se, num calor como o que
faz aqui no Rio de Janeiro em todas as estações do ano, você precisasse também
de lavar rosto para se aliviar um pouco.
E aí, como enfiar a sua
barba, o seu rosto, num desses dispositivos para que o jato de ar dê conta de
lhe secar? Isso é humanamente impossível. Não há alternativa a não ser procurar
no reservado papel higiênico para estes fins. Acontece que ao molhar aquela
parte da barba e sair em busca de um pedaço de papel, mesmo que o reservado esteja
livre, você já respingou a sua camisa, paletó, casaco, peito, burca ou seja lá
o que você estiver usando. Se o reservado estiver reservado, aí sem chances,
melhor mesmo usar logo uma das mãos e secá-las nas calças antes que você saia
como se tivesse tentado tomar um banho no lavabo.
Falar em bom sendo nunca
é uma boa alternativa porque o bom senso para umas pessoas não é para outras e
a lógica do mercado: menos é mais, ou seja, extinguir o uso do papel (o que
também nos remete ao ecologicamente correto) e investir no jato de ar,
significa necessariamente, trocar um pelo outro e não sobrepor alternativas.
O jeito então é o velho
e bom companheiro lenço de papel que se carrega na ausência de outra
alternativa ou simplesmente colocar a barba de molho e seguir a vida.