terça-feira, 18 de junho de 2024

Da Série: Contos Mínimos

Ele ia contar para si que o dia não tinha sido dos melhores: ficou preso a um fato desagradável. Porém, percebeu o tanto de coisas outras que encheram os olhos de alegria.


domingo, 12 de maio de 2024

Porque a gente acredita, mesmo não acreditando muito, que vc está me protegendo


Faz quinze anos que vc nos deixou! Eu já era um homem. Vivia há um longo tempo longe de vc. Tive a sorte de conviver contigo por 44 anos. Um presente. Uma sorte Tê-la como mãe. Éramos bons amigos. Falávamos sempre por telefone: eu arrumava um motivo qualquer para ligar: - Mãe, como eu tempero peixe? - Mãe, e feijão? E vc respondia: - Garoto, já lhe expliquei mil vezes isso. Acho que vc tem algum problema.

Não sinto mais aquela tristeza ao pensar em vc. Sinto saudades. Tenho sonhado contigo nesses dias, mas não lembro do sonho além de saber da sua presença nele.

Não sei se acredito que vamos nos encontrar um dia: eu quero acreditar que sim. Queria ter sido um filho melhor. Sei que a senhora não se envergonharia do que sou hoje: levo comigo os seus princípios de respeitar todas as pessoas. Sou um cara honesto. Vivo a minha vida sem me preocupar com a de ninguém: se não posso ajudar, não atrapalho. Aprendi isso vendo. Mais importante do que qualquer teoria.

Nunca me senti tão sozinho quando vc se foi. Fiquei pensando: agora não tem mais ninguém. Pra quem vou ligar se estiver triste? Com quem vou compartilhar as minhas alegrias? A gente aprende a viver sem a mãe porque lá no fundo a gente ainda acredita que ela está nos protegendo, torcendo, nos guiando.

Feliz dias das mães, D. Heloisa.

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Uma aposta que se perde!

A gente aprende a lidar com a ausência quando só há ausência. Se a presença é escassa, se não há reciprocidade, se é preciso implorar a companhia, se a relação é pautada na mentira, se o outro sabe dividir apenas as vantagens, se vc não é prioridade. E aí vc se dá conta de que havia apenas interesses outros e vc não estava incluído. Em geral está na cara! A gente vai protelando. Finge que não vê. Finge que não ouve. Abre mão do que considera importante para manter o pouco que o outro lhe oferece. Até concorda com algumas regras mesmo não querendo. Por fim se dá conta de que ali não existia absolutamente nada.

Fim de relacionamento nunca é fácil. É uma frustração! É uma aposta que se perde. 



sábado, 20 de abril de 2024

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia gozo nisso. Entre nós havia o rio Estige, uma autoimagem imagem adorável, um mergulho. Um fim.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro. Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurdamente quentes: temperaturas nunca experimentadas por mim em qualquer outra época. Um dia, em especial, achei que minha cabeça ia torrar. 

Caminhei muito. Tentei manter uma regularidade de andanças pela cidade. Andar pela cidade é uma atividade que merece mais do que essa frase acima: vez em quando, na caminhada, a gente se depara com uma galeria, uma loja, um banco que vai refrescando a nossa passagem. Saímos de um calos de 200º para uma tempetura agradável por uns poucos passos.

Além disso, é muito divertido andar pela cidade. Entre uma esquina e outra, entre trabalhadores, entre um automóvel e o VLT, entre um táxi e um carro comum, entre uma bicicleta e um transeunte, a gente encontrar uma mercadoria, um doce, um mate gelado, um sorvete Itália para consumir.

O Rio está bem mais tranquilo do que imaginei, do que vi pela TV um mês antes de viajar. Arrastão em Copacabana, assaltos pelo Centro da Cidade etc. Andei por aqui sem medo.

Bem, amanhã estarei em casa.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Se der, deu, se não der, não deu


Sempre que estou indo embora do Rio, os amigos conseguem tempo para me encontrar. Isso é bom, mas não é facil administrar. Bem, se por um lado é muito bom reencontrá-los, por outro, não dá tempo de ser como eu gostaria e havia proposto. Primeiro, deixam esses encontros para a última hora mesmo eu pedidno para que não seja assim.

Eu sei que esses amigos nao estão, como eu, por aqui de férias e que eles têm compromissos outros. Que agendar um encontro (a maioria mora distante de onde eu fico) não é assim tão simples porque requer que outras coisas fiquem de fora.

Este ano não foi diferente. Querem marcar tudo na sexta-feira. Amanhã e é claro que não vai acontecer. Se por um lado eu preciso entender a vida de cada um, por outro, eles tb precisam ter esse entendimento. Ou marcamos ao longo da semana ou não vamos nos ver.

Antigamente, eu ficava chateado e culpado. Agora, sem uma coisa e nem outra. Deu deu, não deu, não deu. Paciência.

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...