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É UM ESPAÇO PARA EU ESCREVER SOBRE O QUE GOSTO E NÃO-GOSTO: FILMES, DISCOS, LIVROS, FOTOGRAFIAS, TV, OUTROS BLOGUES, PESSOAS, ASSUNTOS VARIADOS. NENHUM COMPROMISSO QUE NÃO SEJA O PRAZER.
FIQUEM À VONTADE PARA CONCORDAR OU DISCORDAR (SEMPRE COM RESPEITO E COM ASSINATURA), SUGERIR OU OPINAR. A CASA É MINHA, MAS O ESPAÇO É PARA TODOS.
Às vezes, eu preciso estar no fundo do fundo do fundo do poço para pensar em como sair desse buraco. Ontem me senti nesse fundo de uma forma tão profunda. Fazia tempo que eu não me sentia assim. Chorei tanto a ponto de achar que não ia conseguir parar. Chorar é para mim, assim como escrever, uma maneira de exorcizar aquilo que estou sentindo.
Esses últimos meses não têm sido fáceis. Sei que vou sair dessa. Estou trabalhando para isso/nisso. Acontece que o tempo da vontade não é o tempo do desejo. Há uma tensão entre eles: este está ligado ao inconsciente e aquele ao consciente. O desejo, para Freud, é uma força mais primitiva, enquanto a vontade é o esforço de controlar ou orientar esses desejos em direção a um comportamento mais socialmente aceitável ou racional.
O desejo está relacionado ao princípio do prazer, ou seja, à busca da satisfação imediata dos impulsos, independentemente das consequências. No entanto, à medida que o sujeito cresce, ele é forçado a lidar com o princípio da realidade, que impõe restrições e limitações ao que pode ser feito ou desejado. A vontade, nesse contexto, surge como a tentativa consciente de controlar ou canalizar os desejos inconscientes de maneira que seja aceitável na vida social e racional.
A vontade pode ser vista como uma tentativa do ego de domar ou sublimar os desejos inconscientes, direcionando a energia psíquica (libido) para objetivos mais aceitáveis, como o trabalho, a arte ou relações sociais. Esse processo de sublimação é essencial para o desenvolvimento saudável da psique, pois ajuda a reconciliar os desejos inconscientes com a realidade social e cultural.
Minhas sessões de análises acontecem às sextas-feiras, à tarde. Fazer análise nunca é fácil, mas a longo prazo sempre é bom. Semana passada, dia 11 de outubro de 2024, a sessão foi bem barra pesada porque me deparei com questões que, em geral, não são fáceis de encarar. São questões que doem de alguma forma. Fiquei com ressaca daquela sessão por uns bons dias. Faz parte. E isso não é nenhuma novidade: é assim que funciona ou funciona assim.
Segunda passada, no Cartel (grupo de estudos de psicanálise - estamos lendo Psicopatologia da vida cotidiana, Freud, 1901) do qual faço parte, às segundas à noite, conversei com uma companheira desse cartel e fiz algumas perguntas para entender a ressaca da sexta-feira anterior. Não disse nada a ela sobre isso. Não era preciso. Ela me explicou o que eu queria entender. Disse-lhe que tinha passado o fim de semana lendo Freud, mas que sozinho esbarrava em muitas dificuldades para compreender o psicanalista.
Daí em diante, a semana foi mais tranquila.
Hoje, 18 de outubro de 2024, outra vez me deparei com uma questão importante sobre a qual eu talvez não quisesse pensar sobre (veja: isso é comum!). Essa outra questão é na verdade um desdobramento da questão da sessão anterior. Fiquei rodeando aquilo que era central. Sempre há pontos cegos que dificultam enxergar, dizer, compreender quem somos e o que queremos da/na terapia.
Hoje falei muito sobre a minha relação com a minha mãe, falei também sobre a mudança que se deu na minha vida ao vir para o Paraná, falei bastante sobre o meu trabalho e sobre a minha relação com os colegas na instituição. É impressionante como falar de tantos temas é falar de alguma coisa que vai se instalando nessas relações.
Bem não vou contar aqui sobre o que falei, mas vou posso dizer que ando encontrando uma brecha nesses pontos cegos. Uma fresta, talvez. É bem provável que essa fresta me leve a algum outro lugar. Onde certamente haverá outro ponto cego.
Investir na análise é investir na gente. É caro porque o preço que se paga (não é financeiro) é alto.
Que dardos os dados trazem hoje? Tudo é camuflado, sabe? A leiloar no ar Nós e nossa privacidade Tipo o leopardo e o bote O papa-léguas e o coiote No meio de tanto pad A vida pede, enquanto a gente
Notebooks e faces Truques e jeitos "Putz, o tempo passou!" A gente curte e deixa Surte efeito Surge sempre a dor
Além do código binário Algoritmos, pop-ups Tipo presidiários Agora os deuses moram junto dos backups Numa nuvem poluída Carbonos, informações Pense na tormenta ser parida por essas monções de
Notebooks e faces Truques e jeitos "Putz, o tempo passou!" A gente curte e deixa Surte efeito Surge sempre a dor
Snaps e chats, e gadgets bons Tudo é meio Jetsons Snaps e chat, e gadgets bons Tudo é meio Jetsons Snaps e chat, e gadgets bons Tudo é meio Jetsons Enfim, na boa Mas o primeiro touchscreen foi de uma pessoa
E os notebooks e faces (vieram depois) Truques e jeitos (truques e jeitos) "Putz, o tempo passou! " (e fica sempre a mesma sensação) A gente curte e deixa (depois esquece) Surte efeito (é quente) Surge sempre a dor
(Aí, meu parceiro, seguinte...) Diria Lombardi: isso é incrível! O digital desossa o indivisível E se a locomotiva aqui pegamos pro futuro Usar o ódio como combustível O que é o pódio? O que é o próximo nível? Se já estamos em frangalhos, em destroços E agora a inteligência artificial piora tudo E doma sentimentos nossos, tão nossos Em cliques, cliques, cliques Lights, lights, web host Em todo lugar, em lugar nenhum, tipo Ghost O conforto é uma arapuca de Wall Street Onde alguns estão presos em postes Outros em posts de
Notebooks e faces (como condenados) Truques e jeitos (como coitados) "Putz, o tempo passou!" (e no final, o que resta de nós) A gente curte e deixa (extasiados) Surte efeito (anestesiados) Surge sempre a dor
Na imagem, vemos um homem sentado à frente de uma mesa com um teclado de computador à sua frente. Ele está usando uma camiseta cinza com uma estampa que diz "John John", e na parte central da estampa há uma imagem que parece ser de uma caveira. O homem é calvo, tem barba branca aparada, e está usando um smartwatch preto em seu pulso esquerdo. Sua postura é descontraída, com o braço direito apoiado na mesa e a mão no queixo, em uma pose que transmite introspecção ou reflexão. Seu olhar está direcionado ligeiramente acima da câmera, sugerindo que ele está focado em algo à sua frente, talvez um monitor.
O ambiente ao fundo revela um espaço pessoal de trabalho, com estantes que abrigam uma variedade de livros e objetos decorativos. As prateleiras são feitas de madeira e há uma quantidade considerável de livros, indicando que o homem provavelmente aprecia a leitura ou utiliza o espaço como local de estudo ou trabalho intelectual. À esquerda da imagem, há um detalhe decorativo de cor azul, que parece ser um objeto plástico de design moderno, talvez um suporte ou escultura, adicionando um toque de cor ao ambiente.
Na parede ao fundo, há um quadro com uma pintura em tons de azul, verde, preto e amarelo, que representa um cenário natural estilizado, talvez com plantas ou uma paisagem ao entardecer. Notam-se também algumas caixas de arquivo na parte superior de uma das estantes, sugerindo que o espaço é bem organizado e funcional. A iluminação da sala é clara, destacando tanto o homem quanto os objetos ao seu redor, proporcionando um ambiente confortável e propício para o trabalho ou estudo.
Em 15 de março de 1994, o jornalista Cid Moreira leu, durante o "Jornal Nacional", uma carta do ex-governador Leonel Brizola, uma cena que marcou a história política e midiática brasileira. A leitura foi fruto de uma decisão judicial que obrigou a Rede Globo a dar a Brizola o direito de resposta, após o político alegar que havia sido difamado pela emissora.
A carta de Brizola fazia críticas contundentes ao papel da mídia, em especial à Globo, acusando-a de manipulação e de atuar contra seus interesses políticos e os de setores populares. Esse episódio representou uma vitória simbólica de Brizola contra o poderio midiático da época, escancarando as tensões entre a imprensa e o político, que sempre se posicionou como um defensor das causas populares e um crítico das elites e dos monopólios de comunicação. A leitura da carta ao vivo no maior telejornal do país teve grande repercussão, revelando a luta de Brizola por espaço e voz na mídia e seu enfrentamento ao que via como injustiças cometidas contra ele.
Cid Moreira leu, visivelmente constrangido, o texto no qual Brizola fez duras críticas à emissora. O jornalista Nelson de Sá escreveu na época, na Folha de S. Paulo, o seguinte comentário sobre o episódio: “Cid Moreira, a voz do dono, a voz do Grande Irmão, a voz que surgiu do AI-5, voltou-se contra si mesmo. Foi um daqueles momentos simbólicos, um instante da história. Cid Moreira falou, e falou, e falou contra Roberto Marinho. Foram três longos minutos, contra a Globo, no ‘Jornal Nacional’. O redator era Leonel Brizola, que obteve direito de resposta ao ataque que havia recebido do mesmo ‘Jornal Nacional’, que o chamou de senil”.
Aceitação do Incerto: Reconheça que há elementos na vida que estão além do nosso controle e que a incerteza é parte natural dela. Praticar a aceitação pode reduzir o sofrimento, porque resiste-se menos ao que não se pode mudar.
Mindfulness e Presença no Agora: Técnicas de mindfulness ajudam a trazer a atenção para o presente. Concentre-se no momento atual, sem julgar ou se apegar a pensamentos sobre o futuro ou o passado. Isso pode ajudar a reduzir a ansiedade que muitas vezes decorre do medo do desconhecido.
Foco no Controle Interno: Tente redirecionar a sua energia para aquilo que está sob seu controle — suas atitudes, escolhas e a maneira como você reage às situações. Identifique quando você está preocupado com algo fora do seu alcance e, conscientemente, escolha focar no que pode fazer.
Limite a Exposição a Gatilhos: Se certas informações ou ambientes aumentam suas preocupações, limite sua exposição a eles. Por exemplo, se consumir notícias ou redes sociais gera ansiedade sobre o que não pode mudar, tente reduzir o tempo gasto com esses conteúdos.
Rotina de Relaxamento: Práticas como meditação, ioga, ou respiração profunda podem ajudar a acalmar a mente. Quando você está relaxado, as preocupações parecem menos intensas e é mais fácil deixar ir aquilo que não se pode controlar.
Desenvolvimento de Resiliência: Tente olhar para os desafios como oportunidades de crescimento. A resiliência é construída quando você se adapta a circunstâncias adversas, aprendendo a lidar melhor com frustrações e imprevistos.
Mantenha um Diário: Anotar suas preocupações pode ser uma forma poderosa de externalizar seus pensamentos. Ao escrever, você pode observar quais preocupações são realistas e possíveis de enfrentar e quais são especulativas e fora do seu controle.
Trabalhe em Reestruturação Cognitiva: Questionar e desafiar seus próprios pensamentos pode ser eficaz. Pergunte a si mesmo: "Isso é algo que eu posso controlar ou apenas me preocupa?" Se for algo que não pode ser controlado, pratique a ideia de "deixar ir".
Apoio Terapêutico: Um terapeuta pode ajudar a trabalhar em padrões de pensamento e técnicas para lidar com preocupações excessivas, principalmente para trazer novas perspectivas e ajudar na regulação emocional.
Crie um "Plano de Ação" Limitado ao Controle: Quando se preocupa com algo, pergunte-se: "Qual é a minha parte nisso?" Se não há ação concreta que você possa tomar, deixe de lado. Faça um plano apenas para o que está dentro do seu controle, e confie que fez o que pôde.
Dia desses eu li uma reportagem sobre quais são os maiores arrependimentos que as pessoas têm quando sabem que vão morrer.
A lista pode não apenas incentivar as pessoas a refletirem sobre a vida que levam, mas também a pensarem sobre sua própria mortalidade. Os 5 itens abaixo mostram que devemos viver o presente da melhor maneira possível para não termos remorsos no fim.
Refletir sobre nossa própria mortalidade ao longo da vida, não importa se você tem 20, 50, 80 anos, seja qual for, nos permite viver melhor a cada dia, com mais significado e propósito em nossas vidas.
1. Não passar tempo suficiente com as pessoas que amamos
2. Não enfrentar o medo e correr mais riscos
3. Trabalhar demais
4. Não ser corajoso diante do desconhecido
5. Não viver o presente
A reportagem não categorizava os arrependimentos numa escala de hierarquia. Falava que eram esses. Fiquei pensando aqui sobre cada um deles. Primeiro acho que o 2 e o 4 dialogam demais e talvez seja esse também o meu maior medo diante da vida.
O 5 é o que mais me incomoda ainda que seja o mais natural de todos. Viver o presente é o que temos para hoje. O passado não nos define e está lá (mesmo que tenha sido ontem) e o futuro...