sábado, 11 de fevereiro de 2012

Os sons da memória (texto)

Dentre tantos sons que me fazem lembrar a minha infância, a música Madalena, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, gravada por Elis Regina em 1970, é uma delas. Minha mãe cantava sem parar e, por tabela, eu sem saber decerto o que cantava, acompanhava do jeito que eu entendia esta música. Hoje, fiquei em casa ouvindo muitas canções que me fizeram lembrar de amigos, de tempos, de outras canções.
Aí vai música e letra:
Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu.

Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra.

Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide.

Até a lua se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco alegre ou triste.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

É para lamentar (texto)

É difícil escrever sobre a greve dos policiais na Bahia, por, pelo menos, dois motivos. Primeiro, porque sabemos que a Polícia Militar é fundamental para manter a ordem de um Estado (deixemos de lado quaisquer desordens provocadas pela corporação), ou seja, ela é essencial e por isso a greve de PMs coloca em risco a população de uma forma geral. Segundo, como tb sou funcionário público sei que negociar com o governo nunca é tranquilo, porque as promessas são vazias, há falta de compromisso,os salários são defasados, e, em se tratando da Polícia Militar, a segurança é zero, há risco de vida e nenhum plano de carreira decente.
Ontem no Jornal Nacional (JN), assisti a matéria sobre as gravações de conversas entre os comandos de greve da Bahia: promoção de vandalhismo, acertos com os comandos de outros Estados etc. É claro que não esperamos isso de policiais militares, mas tb não esperamos atitudes como as dos governadores em relação ao tratamento que se dá aos seus funcionários.
Hoje em dia, todas as respostas sobre aumento de salário, plano de carreira etc. vai de encontro à responsabilidade fiscal do Estado, mas a má admistração do dinheiro público, sobretudo, nunca entra na ordem do dia. O Estado arrecada muito dinheiro, todos sabemos, e a distribuição dessa verba está aí para quem quiser ver. Tudo isso nos faz questionar a ilegalidade da greve dos policias.
A matéria do JN colocou, decerto, a população contra a greve dos policias, não a matéria em si, mas a forma de abordagem da matéria: um conluio dos PMs em torno do carnaval de Salvador e do Rio de Janeiro. Interessante como os governadores se preocupam tanto com o carnaval (o dinheiro que gira em torno dele) e tão pouco com a segurança de quem faz a festa.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Banheiro LGBT: ah?, pra quêm mesmo?! (texto)

Um adolescente teimoso insiste em correr todas as tardes ao redor do Maracanã, ainda que os seus pais lhe digam que não é muito seguro aquela localização. Não tendo mais o que fazer por conta de toda insistência do filho, os pais resolvem o problema retirando o Estádio de onde está e o transferindo para o quintal de casa.
É mais ou menos isso o que aconteceu em uma escola estadual, Colégio Estadual Vicente Rijo, no interior do Paraná, em Londrina, para não enfrentar o problema da intolerância sexual, na escola, o diretor resolve criar um banheiro para o público LGBT. Bem mais fácil do que educar, né não?
O assunto dividiu opiniões nesta quarta-feira (8), primeiro dia de aula. O colégio destinou um banheiro que era pouco usado e outro, que até então, era exclusivo dos professores, para os alunos LGBTs.
A medida, segundo o diretor Donizetti Brandino, foi adotada porque alunos reclamaram de constrangimento no sanitário masculino e foi aprovada pelo Conselho Escolar.
Um estudante de 17 anos que não quis se identificar afirmou que aprova a medida. “Meninos ficam olhando com cara feia”, afirmou o jovem. Ele contou que em 2011 uma inspetora do colégio o flagrou dentro do banheiro feminino e o encaminhou para a direção do colégio. O rapaz disse também que foi pedido para que ele usasse o banheiro dos professores para evitar constrangimentos para as meninas.
Na avaliação dos professores e da direção da escola, a medida não é discriminatória e não visa isolar os homossexuais, mesmo assim, afirmam que não pretendem estimular que mais alunos utilizem os banheiros já denominados de alternativos. “O nosso objetivo é a educação. É conscientizar para que essas realidades possam ser trabalhadas de forma que todos tenham direitos”, declarou o diretor Donizetti Brandino.
A opinião, entretanto, não é compartilhada por Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (AGLBT). Segundo ele, ainda que tenha sido para beneficiar os homossexuais, a atitude representa uma solução simplista que não se aprofunda na questão do respeito.
Não podemos fazer essa segregação"
Toni Reis, presidente AGLBT
“Nós queremos uma escola inclusiva que respeita a diversidade na biblioteca, na sala de aula e banheiros”, disse o presidente da AGLBT que também é doutor em educação. Toni Reis afirmou ainda que é preciso sensibilizar a comunidade escolar e capacitar os profissionais para que haja o entendimento de respeito a individualidade. “Não podemos fazer essa segregação”.
Flávio Arns, secretário estadual de Educação, disse desconhecer a existência banheiros alternativos para homossexuais nas escolas e vê com cautela a medida. “Consideramos completamente desnecessário. Não é importante, não é necessário. Nós temos, sim, criar na escola um clima de respeito à diversidade”, disse o secretário.
Ainda nesta quarta-feira, a AGLBT vai encaminhar um ofício para a Secretaria Estadual de Educação solicitando uma intervenção na escola londrinense. A ideia, de acordo com Reis, é suspender a medida e evitar que ela seja replicada em outras unidades de ensino. Caso o pedido não seja atendido, a Associação pretende recorrer ao Ministério Público (MP).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Qual o signo de Saussure?

Saussure, pai da linguística moderna, nasceu em Genebra, no 26 de novembro de 1857, portanto ele é do signo de sagitário. Quando alguém te perguntar sobre o signo de Saussure, vc já sabe a resposta correta.
Mas quando alguém se pergunta sobre o signo de Saussure tb pode estar se referindo, claro que é uma questão de segunda ordem, um assunto um pouco menos importante e relevante, já que signo refere-se necessariamente a representação de uma faixa imaginária do firmamento celeste dividida em doze signos zodiacais (Áries ou Carneiro, Touro, Gêmeos, Câncer ou Caranguejo, Leão, Virgem, Libra ou Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes) e cada um é regido por um planeta/astro (Marte, Vênus, Mercúrio, Lua , Sol, Mercúrio, Vênus, Plutão, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, respectivamente), ao signo linguístico que antecipa os princípios da ciência linguística do século XX com sua análise sobre a estrutura da linguagem.
A obra apresenta a teoria do signo linguístico, resultante da combinação entre um significante (o componente sonoro) e um significado (o conceito).
O Signo foi a teoria explicativa criada por Saussure ao tentar responder a questão que havia entre os linguistas, ou seja, a relação que poderia haver entre o "nome dado às coisas existentes" e "a coisa em si". Para o pesquisador, tudo que é existente e conhecido é representado por um signo e este é composto por duas partes, devidamente explicadas acima: significante e significado. 

Filhos, melhor não tê-los (texto)

Alguns vão me achar agressivo demais, no entanto, eu me sinto ultrajado quando leio nos jornais casos como o que ocorreu no Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, na madrugada do dia 03 de fevereiro, deste ano. Cinco adolescentes espancaram um outro adolescente porque este não se conformou com a agressão daqueles contra um morador de rua.
Vamos à notícia: A tentativa de evitar uma covardia contra o morador de rua que estava passando mal e era agredido por cinco jovens quase terminou em tragédia para o estudante de Desenho Industrial Vítor Suarez Cunha. Ao tentar proteger o homem, que estava sendo chutado pelos agressores, na Praça Jerusalém, no bairro Jardim Guanabara, Ilha do Governador, o estudante foi espancado quase até a morte. Ele está internado com diversas fraturas na face em uma clínica particular.
Ao se aproximar de um dos agressores, pedindo que ele parasse, foi hostilizado, dando início à confusão. Vítor contou que, depois disso, começou a levar chutes e socos no rosto, quando caiu no chão. O estudante disse que só não sofreu danos maiores porque Kléber se jogou sobre ele no momento em que era agredido.
— Eu ainda reconheci um deles, e disse que a gente estava sempre por lá. Disse que era uma covardia o que eles estavam fazendo. Ainda tentei defender meu rosto com o braço. Até que acabei desacordando — contou.
Que tipo de educação esses marginais receberam? O que será que passa pela cabeça desses caras quando se acham no direito de bater em alguém seja lá por qual motivo? Como será que os pais desses pervertidos reagem diante de uma situação como essa? Por que será que essas situações são tão recorrentes? Seria apenas a certeza da impunidade?
Se meu filho agredisse dessa forma uma outra pessoa eu acho que seria a maior das minhas frustrações. Não sei se eu me sentiria pior diante de qualquer outro ato de violência. Seria como se todos os meis esforços para educar alguém ruíssem, e nada pior para um homem quando ele se dá conta de que  nada do que ele investiu em termos de preparar alguém para o mundo não deu certo, pior, deu errado.
Hoje, os jornais nos apresentaram o morador de rua que estava sendo agredido pelos rapazes, João, de 47 anos. Ele foi à delegacia , prestar depoimento, acompanhado de uma assistente social. O rosto dele estava muito inchado. Ele também estava com um ferimento na perna. Ele disse não se lembrar de nada.
Vitor passou por uma cirurgia de reconstituição facial, ele teve implantadas oito placas de titânio e 63 parafusos na cabeça.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Castanha da índia (texto)

Escrever sobre medicina popular tem lá seus perigos. Sobretudo por eu não ser especialista em nada que diz respeito às ervas. No entanto, sei que posso escrever sobre a minha experiência. Por isso, ficamos combinados que estou escrevendo sobre minha impressão.
Tive, alguns sabem disso, uma trombose em 2006. Foi barra pesada. Primeiro por conta do susto, depois por ser obrigado a ficar internado durante 8 dias. Nunca havia me internado por nada. A barra foi só piorando desde então.
Preciso usar diarimente aquelas meias que estimulam a circulação, faça frio ou faça calor (e haja calor!). Além de uma dor constante que tem me acompanhado desde 2006. Nunca mais soube o que é não ter dores nas pernas. Exercícios são uma benção. Durante caminhadas, natação etc. (nada de impacto) as dores somem, mas como não posso, não aguentaria, fazer exercícios durante 24h, e nem todos os dias, uma hora ou outra as dores retornam.
Dia desses, estive numa loja, aqui em Cascavel, de produtos naturais para comprar Noz de Macadâmia, porque me indicaram para diminuir as taxas de colesterol (FICAR VELHO É BOM DEMAIS!) e falei com o vendedor sobre as dores nas pernas, ele me indicou Castanha da Índia (em pó) três vezes ao dia. Basta dissolver num meio copo de água uma colherinha do pó da castanha e beber.
Fiz isso. Hoje é o terceiro dia da expeiência. E, acreditem, vocês, em 6 anos é a primeira vez que eu não sinto nenhuma dor nas pernas. Ontem fiquei a maior parte do dia sem as meias (aqui está fazendo um calor infernal) e não senti nenhum incômodo. Nada. Esqueci até que eu tinha pernas, sem exageros. 
Olha, não sei se a castanha fez efeito ou se o efeito placebo cumpriu seu dever. O que sei é que não sinto aquelas dores. Indico.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Helô (versos)

A tua saudade corta
Como o aço de navaia
O coração fica aflito
Bate uma, a otra faia
E os oio se enche d'água
Que até a vista se atrapaia ai.

(Estrofe de Cuitelinho, composição de Paulo Vanzolini / Antônio Xandó  )

Tudo é caminho (inclusive o desvio)

A gente sai de casa com um plano. Café da manhã reforçado, pensamento positivo, destino traçado. Só esquece de combinar com o mundo . Porque...