quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Retrospectiva

Mais um ano está terminando. Já são 59 anos por aqui. Caramba!!!! É isso: quando se vê já é sexta, quando se vê já é o fim de semana, o fim do mês, quando se vê acabou o semestre e quando se vê passaram 60 anos. Quando tudo dá certo... é assim que acontece.

Claro que dá um medinho, mas já foram tantos medinhos ao longo dessa vida que mais um não vai fazer nenhuma diferença.

É tempo de retrospectiva por aqui.

Este ano, diferente do fim do ano passado, não estou apaixonado. Foi um ano turbulento em se tratando de relacionamento. Termina, volta, termina, volta (um ad eternum). Até que, finalmente, depois de tanta dor de cabeça, chateação (e tantas outras coisinhas), o copo transbordou de vez.

Financeiramente estou na mesma. Nem melhor e nem pior. Isso não é uma boa notícia. Ah, mas, como no ano passado, joguei na mega-sena da Virada e, tb como  no ano passado, já estou fazendo os planos caso eu ganhe os 600 milhões (vai ser assim porque eu sequer sei quanto zeros tem esse valor). Acho que são 6 zeros além dos 3 = algo assim: 600.000.000.

Nesta retrospectiva vou registrar aqui o que farei de cara. Pagar todas as dívidas. Reformar os apartamentos do Rio e de Cascavel. Vender os dois. Comprar um ap. para mim, para Nanci e o Erik no mesmo prédio (o bairro decidimos depois). Ah, lagar meu trabalho no fim do ano letivo de 2024 (vou esperar sim fechar o ano letivo. Sei o quanto dá trabalho e é problemático perder um professor no final de um ano letivo.

Profissionalmente não aconteceu nada de novo. Ah, sim...nasceu a filha de uma grande amiga e eu assumi a coordenação da pós-graduação. Já está acabando. Ufa!!!! Não gosto de cargos. Gosto de dar aula, fazer pesquisa, orientar...

A saúde não anda muito boa. Será um sinal? Sinal dos tempos? É bem possível. Uma dor insistente no pé esquerdo e no braço direito. No braço sei que é devido ao excesso de uso do celular e do mouse. Vamos consertando isso aos poucos. Agora do pé esquedo...não faço ideia...tb não foi ver o que é...

Entre mortos e feridos me salvei. Estou na perspectiva de um ano melhor...Sei que o ano muda e a vida segue o seu curso. Sei que o fim de um ano e o início de outro é uma invenção maravilhosa porque nos dá a sensação de que é possível recomeçar...de que será diferente, que é possível dar uma nova direção para qualquer que seja a questão: amor, trabalho, quilos, amizade...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

19 de novembro

Ontem, no dia em que seria o aniversário do meu pai, me peguei pensando no tempo que não vivemos juntos. Ele se foi quando eu tinha 18 anos, e a nossa relação foi marcada pela distância, pela ausência física e emocional. Meus pais se separaram quando eu tinha sete meses. Descobri recentemente a certidão de nascimento dele, uma lembrança tardia, mas significativa, de alguém que, embora ausente, deixou uma marca na minha vida. Os pais sempre deixam marcas na vida dos filhos. O tempo que não compartilhei com ele pesa, mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade de refletir sobre a vida, as escolhas e os caminhos que nos moldam. Hoje, recordo não só o que não foi, mas também o que me ensinou indiretamente. Feliz aniversário, Edenyr.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Comentário Interpretativo Crítico (CIC)

Um comentário interpretativo crítico é uma análise escrita que busca interpretar e avaliar de forma reflexiva e criteriosa um texto, uma obra ou uma ideia. Esse tipo de comentário combina interpretação (análise do significado) com crítica (avaliação fundamentada), partindo de uma leitura aprofundada e considerando o contexto, as intenções do autor e os efeitos produzidos no leitor.

Características de um comentário interpretativo crítico

  1. Base em evidências: Todas as interpretações e críticas são sustentadas por elementos presentes no texto ou obra analisada.
  2. Consciência do contexto: Leva em conta o contexto histórico, social, cultural ou teórico em que o texto foi produzido.
  3. Argumentação clara: Os pontos de vista apresentados são organizados de forma lógica e coerente.
  4. Dialética: Envolve tanto a escuta ao texto (compreensão) quanto a resposta ao texto (crítica), construindo um diálogo reflexivo.
  5. Reflexividade: Inclui questionamentos, comparações e aprofundamento das implicações do que está sendo analisado.
  6. Objetividade e subjetividade equilibradas: Equilibra a objetividade (baseada no texto) com a subjetividade (posição do crítico) para evitar interpretações descontextualizadas.

Etapas para realizar um comentário interpretativo crítico

1. Leitura atenta e contextualização

  • Leia o texto com atenção, buscando entender o tema principal, os argumentos centrais e os recursos expressivos utilizados.
  • Identifique o gênero textual e o contexto em que foi produzido.

2. Identificação de elementos relevantes

  • Estrutura do texto: Como o texto se organiza? Quais são as partes principais?
  • Conteúdo: Qual é a mensagem central ou ideia defendida?
  • Recursos linguísticos e estilísticos: Há metáforas, ironia, repetições ou outras estratégias que enriquecem o sentido?
  • Ponto de vista do autor: De onde o autor fala e para quem ele fala?

3. Interpretação

  • Proponha uma leitura do significado do texto com base nos elementos observados.
  • Pergunte-se: "O que o texto diz e como diz isso? Qual é sua intenção principal?"

4. Crítica

  • Avalie os pontos fortes e fracos do texto: sua coerência, pertinência, originalidade, impacto e possíveis lacunas.
  • Posicione-se de maneira fundamentada: "Concordo ou discordo? Por quê? Que implicações têm essas ideias no contexto atual?"

5. Organização do comentário

  • Introdução: Apresente brevemente o texto ou obra analisada e sua abordagem geral.
  • Desenvolvimento:
    • Parte interpretativa: Explique o significado do texto e os elementos que o sustentam.
    • Parte crítica: Avalie o texto, com argumentos e referências claras.
  • Conclusão: Reafirme sua posição e destaque a relevância do texto e do comentário.

6. Revisão

  • Certifique-se de que sua argumentação está clara e fundamentada, e que não há contradições ou afirmações sem suporte.

Exemplo de estrutura de um comentário interpretativo crítico

Texto analisado: Poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto.

1. Introdução: Apresente o poema, seu autor, contexto (literatura de 2ª fase modernista) e objetivo geral do comentário.

2. Interpretação: Explique a temática central do poema (as agruras do sertanejo) e os recursos expressivos (verso livre, repetição, tom narrativo).

3. Crítica: Avalie a eficácia do texto em retratar a realidade nordestina e seu impacto social. Proponha possíveis reflexões atuais sobre a obra.

4. Conclusão: Resuma os principais pontos do comentário, destacando a relevância estética e social da obra.

Seguindo essas etapas, você poderá produzir um comentário interpretativo crítico consistente e bem fundamentado.

Depois da morte, segundo Chris Langan


Chris Langan, conhecido por seu altíssimo QI e pelo desenvolvimento da "Teoria Cognitiva-Teórica do Universo" (CTMU, na sigla em inglês), aborda a questão da morte e da existência em termos filosóficos e metafísicos. Sua perspectiva é profundamente enraizada em uma visão teórica que combina lógica, metafísica e espiritualidade.

Na CTMU, Langan sugere que o universo é uma espécie de "meta-mente" ou sistema cognitivo autorreferente, no qual consciência e realidade estão intrinsecamente ligadas. Dentro dessa visão, ele propõe que a morte física não significa o fim absoluto da existência, pois a consciência individual seria parte de uma estrutura maior e universal. Em vez de desaparecer completamente, a consciência poderia ser "reintegrada" ao todo universal.

Embora Langan não forneça uma descrição clara ou dogmática do que acontece exatamente após a morte, ele argumenta que o universo opera como uma espécie de "simulação autoconsistente". Nesse contexto, a identidade ou consciência individual pode persistir de alguma forma, seja como um padrão informacional ou como parte do tecido maior do universo.

Essas ideias se alinham mais com uma visão filosófica/metafísica do pós-vida, em oposição a interpretações religiosas específicas. Segundo Langan, a realidade é profundamente interconectada e estruturada, sugerindo que a morte pode ser uma transição para um estado diferente de existência dentro dessa estrutura maior.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Um convite ao acolhimento

Fim de ano. Luzes nas ruas, vitrines decoradas, sorrisos nos cartões de Natal, abraços calorosos em propagandas de televisão. Para muitos, essa é a época de celebrações em família, reencontros e jantares ao redor de uma mesa farta. Mas, para outros, essas mesmas luzes podem parecer distantes, os sorrisos alheios ecoam a ausência de vozes queridas, e a mesa fica vazia. São os que passam o Natal e o Ano Novo sozinhos.

A solidão, quando todas as vozes ao redor gritam festa, pode ser um peso silencioso. Ela sussurra perguntas que tentamos evitar durante o ano: "Quem sou eu sem os outros?", "Por que me sinto tão à parte?", "Será que alguém pensa em mim agora?". Não é fácil estar só em meio ao coro das comemorações.

Mas a solidão não precisa ser uma sentença final, e as festas não precisam ser apenas um lembrete do vazio. Talvez, sejam uma oportunidade de olhar para si com carinho e compaixão. De cuidar de quem está aí, do outro lado do espelho. De acender uma vela, preparar um prato especial para si mesmo, ou até escrever uma carta — para si, para o ano que termina, ou para o que está por vir.

E para aqueles que vivem a alegria do coletivo neste período, o convite é o de olhar ao redor. Existe alguém próximo que pode estar só? Alguém que talvez só precise de um gesto simples: um convite para o café, uma mensagem sincera, um "lembrei de você hoje". Não subestimemos o poder das pequenas gentilezas. Elas aquecem e atravessam paredes de silêncio.

Se você, que lê estas palavras, se sente sozinho nesta época do ano, saiba que sua existência é valiosa. Mesmo que as luzes pareçam mais frias e as canções soem distantes, você importa. Você é alguém que merece cuidado, afeto e acolhimento — de si mesmo e dos outros.

As festas de fim de ano são sobre encontros. Sejam eles com os outros, sejam consigo mesmo. Que possamos, como sociedade, enxergar os invisíveis dessa época e construir laços — mesmo que discretos, mesmo que efêmeros — que transformem a solidão em um espaço de companhia.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Nem centro nem escanteio

Não querer ser o centro da vida de ninguém, mas também não aceitar ser colocado de lado, é um desejo legítimo de equilíbrio nas relações humanas. Ser o centro implica uma posição de demanda constante, onde o outro gira em torno das nossas necessidades e expectativas. Essa posição, embora tentadora, pode ser sufocante tanto para quem ocupa esse lugar quanto para quem está ao redor. O que se busca, então, é uma relação mais saudável, onde o cuidado, o respeito e a atenção se equilibram sem que haja anulação de nenhum dos lados.

Por outro lado, ser colocado no escanteio é a vivência da exclusão e do descaso. É como se a nossa presença não importasse, como se as nossas palavras, sentimentos e gestos não tivessem peso ou lugar na vida do outro. Essa posição fere porque nega o desejo humano fundamental de pertencimento e reconhecimento. Querer ser prioridade, portanto, não é um capricho, mas um pedido para que nossa existência tenha espaço e valor. É reivindicar um lugar significativo na vida de alguém, onde haja tempo, dedicação e acolhimento mútuo.

O equilíbrio entre não ser o centro e não ser escanteado está na reciprocidade. Ser prioridade significa estar em um lugar onde somos ouvidos, cuidados e respeitados, mas sem sobrecarregar o outro com expectativas irrealizáveis. É desejar uma atenção que não venha do exagero, mas do reconhecimento da importância que se tem na vida de quem está ao nosso lado. Essa busca é um convite para relações mais maduras, onde existe espaço para o eu, o outro e o nós, sem perder de vista que toda conexão verdadeira se constrói na medida da atenção compartilhada.


19 de Abril: Dia dos Povos Indígenas e o Silêncio que Persiste

Uma data para lembrar, resistir e denunciar o descaso histórico com os primeiros habitantes do Brasil O Dia dos Povos Indígenas , celebrado...