quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Reivindicação é legal (texto)

Soube ainda agora do tumulto em São Paulo depois da chuva e 9 mortos. Acompanhei no JN (Jornal Nacional) a forma como os moradores do Grajaú (zona sul de São Paulo) manifestaram a sua indignação: ônibus queimado, violência, revolta, cólera com as observações do prefeiro Gilberto Kassab (DEM) sobre a área atingida e as responsabilidades.
Não sou favorável a nenhum tipo de violência, mas não posso ficar indiferente quando essas situações acontecem e os políticos sobrevoam ou vão até o local para nada (não sei como é a prefeitura de São Paulo, mas não deve ser muito diferente da do resto do país.).
É violenta a indiferença dos políticos com a população. É violenta tb a nossa indiferença diante do descaso dos governantes (devíamos nos organizar mais e protestar mais. Se é que há alguma organização e protesto se comparado à quantidade de desgraça, e indiferença das autoridades, que assola o país.).

Moradores cercam o carro do prefeito Gilberto Kassab em área que sofreu deslizamento de terra (Foto: Paulo Toledo Piza/G1).

Renovando a pele (texto)

Gosto muito de tatuagem (não me refiro apenas à música do Chico). Acho, além de bonito, interessante o ritual de escolher um desenho e reproduzi-lo na pela para se enfeitar. Tenho algumas bem antigas e que estavam, não só por isso, feias. Aí resolvi de duas fazer uma.
Será finalizada em três sessões: duas já se foram. Estou no processo de pintura.
Primeiro o tatuador traçou o desenho (acima), hoje ele fez as sombras e o que deve ficar em preto (abaixo) e na próxima terminamos.
Essas duas sessões foram bastante doloridas, mas como o resultado vai estar de acordo com o desejo, vale à pena sofrer um pouquinho. Não dizem por aí que sem dor não tem aprendizado? Apelei, né?
Eu tinha umas flores bem pequenas no braço e um mago nas costas. Agora terei, no fim desse trabalho, apenas flores.
Já estou gostando do que ando vendo.

A Lapa às traças (texto)

Nem um posto móvel da Polícia Militar nem 2 carros e um micro-ônibus da Guarda Municipal de plantão na Lapa, ontem à noite, foram capazes de inibir a ação de um bando de crianças e adolescentes (mais ou menos 15) que assaltavam ou ameaçavam algumas mulheres que passavam pelos Arcos.
Fui ao posto móvel e pedi que algum policial fizesse o favor de dar uma volta no local. Sequer se levantaram para me atender. Estavam de papo com uma mulher e lá ficaram. As crianças continuaram a atacar.
Os guardas municipais conversavam entre si.
Meia hora e algumas bolsas roubadas liguei para o 190 e pedi uma patrulha. 20 minutos depois eles apareceram, ainda que os Arcos fiquem a 200 metros de um batalhão da PM. Não fiquei para ver o desfecho porque já estava indignado com a indiferença de quem devia manter a ordem pública.
O que fazem esses policias se não podem impedir que um bando de crianças roubem? Qual a função desse posto móvel se não inibe a ação de bandidos na Lapa? Tentei ligar agora para a ouvidoria tanto da Guarda Municipal quanto da PM e não consegui prestar queixa porque a sistema está, naquele, lento, e neste em reparo. Pode? Pode!!!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tamanho e documento (texto)

Faz algum tempo queria postar aqui um pequeno texto sobre o grande problema que é para muitos homens o tamanho do pênis. Não é nenhum texto científico ou baseado em algum estudo do gênero, bem ao contrário, são impressões, bastante pessoais, sobre o tema.
Tamanho não é documento (será clichê?), mas não posso, por isso, negligenciar a dimensão da pulga atrás da orelha quando o assunto gira em torno dele (com vida própria e independente). Nornalmente o homem não se preocupa quando ele é grande (acho), mas se ele desconfia que o próprio pênis não tem o tamanho "ideal" (e isso muitas vezes acontece porque o parâmetro é o pênis do outro ou suas representações), isso pode significar o fracasso de uma vida. Sem exageros.
Mulheres podem (no sentido de ser possível), com a ajuda de um cirurgião plástico, adequar o tamanho dos seios e bumbuns ao gosto pessoal, mas o tamanho do pênis nem milagre, nem com muita oração e reza forte, trabalho em encruzilhada, não resolve. Os tratamentos oferecidos não fazem, segundo médicos, efeitos (existem cirurgias para o aumento do pênis, mas elas têm um efeito muito limitado e podem, no máximo, aumentar uns 2 ou 3 cm.).
O motivo é que o pênis por ser visível e palpável, desencadeia na infância o complicado processo de construção da identidade masculina. E a confusão está, normalmente, porque é o único órgão do corpo que varia de tamanho (de acordo com a fantasia, imaginação, imagens, palavras ou lembranças). O que o torna responsável pelo prestígio viril, oscilando entre a magalomania e a baixa auto-estima.
Diversos livros nos traz a informação de que o tamanho médio do pênis varia entre 13,8 a 17,5 (veja a importância dos milímetros), mas nenhum estudo afirma que a performance tenha alguma relação com o tamanho. O prazer está muito mais relacionadas à cabeça e às emoções que rolam durante a transa. As mulheres (somente impressões) quase nunca referem ao tamanho do pênis como sendo um fator importante na transa, o tamanho é mais significativo para os gays. Achar que não vai satisfazer a parceira ou parceiro porque o pênis não é grande é muito mais uma encanação do que a realidade.

4.5

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Poema (Cazuza/Frejat)

Se minha mãe estivesse por aqui, além de me ligar, por voltas das 10h, me contaria como nasci rápido, como se estivesse com pressa de chegar, como se o mundo não fosse me esperar. Nasci chorando, reclamando já de alguma coisa que não sabia bem o quê.

Quando ouço Poema de Cazuza/Frejat, sobretudo os versos "E o medo era motivo de choro, Desculpa pra um abraço ou consolo", lembro-me sempre dessa história de criança que me foi contada até pouco tempo. É uma boa lembrança.

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás

Quando os opostos não se opõem (texto)

Hoje eu fiquei parte do meu tempo, enquanto caminhava pela cidade, pensando sobre o fim das férias. Segunda quinzena de janeiro, mais alguns dias, estou de volta à universidade. Pensando sobre voltar e recomeçar o ano letivo: turma nova, disciplina antiga (terceira edição), concurso vestibular, aula no mestrado, orientação, publicação, reuniões, concursos públicos, bancas, provas, diários de classe, preparação de aula (é bem possível que eu tenha me esquecido de tantas atribuições ainda). Tudo isso é muito cansativo, sobretudo no segundo semestre, quando a gente não aguenta mais nada.
Prometi a mim que este ano alguma coisa vai mudar: não participo mais de tantas comissões (o que já reduz bastante o número de reuniões) e quero me dedicar mais a produção de textos. Preciso publicar mais e com mais qualidade.
Apesar de tudo isso, trabalho e prazer (em princípio opostos) não se opõem tanto quando a gente faz o que gosta. Gosto de dar aulas. Gosto de preparar as aulas, gosto de chegar em sala de aula e falar sobre o que li e discutir (quando isso acontece) o texto, e responder as perguntas. Gosto tb de orientação, de poder, com o aluno, construir pontos de vista sobre um objeto; gosto um pouco menos de corrigir provas e de preencher diários (mas não dá para gostar de tudo, eu acho).
Não dá mesmo para separar prazer e trabalho, o corpo da mente, recreação e educação, porque se completam.
É claro que sempre torço para uma turma com alunos interessantes e interessados (se não der para ser toda ela que pelo menos seja uma grande parte); torço tb para encontrar textos mais agradáveis (nem sempre isso é possível) sobre a linguística e a análise do discurso.
Além de tudo isso, voltar sempre é bom: tem sempre os bons amigos nos aguardando com um abraço bem apertado e um sorriso largo estampado no rosto. E isso vale por um ano inteiro!!!!

Solidão na velhice...

A solidão na velhice é uma experiência profundamente marcada pela complexidade da existência humana. Com o passar dos anos, os vínculos soci...