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sábado, 21 de março de 2009

Quando o tamanho é documento (texto)

Dia desses ao convidar um amigo em potencial para tomar uma cerveja e me oferecer para pagá-la, já que ele havia me sinalizado estar sem grana, ouvi como resposta a seguinte frase: "Você não está me dando uma cantada não, né?" Depois do primeiro impacto dessa resposta, devolvi afirmando/perguntando se aquele comportamento não traduzia um certo, para ser educado, narcisismo da parte dele. E aí ouvi, prontamente, um outra afirmação que dizia "não acreditar numa amizade sem interesse". Não tive mais o que dizer diante desse retorno, mas fiquei, como sempre, pensando a respeito dessa conversa.
Não sei mais se a primeira frase traduz um narcismo extremo ou se ela aponta para uma inferioridade imensurável. E acho que esta primeira resposta se cola à segunda, porque, apesar de achar que a amizade também é interesse, não consigo compreender que passe primeiramente pela cabeça de alguém que ele, o interesse, tenha, necessariamente, que ser sexual. O que produz como efeito de sentido (emprestando da análise de discurso francesa) um querer dizer que "para oferecer ao outro só se tenha o próprio sexo".
Venho de uma cidade, Rio de Janeiro, onde homens podem pagar cerveja, jantar, almoço, cinema, café para uma outra pessoa (homem/mulher) sem que isso queira dizer interesse sexual apenas (ou necessariamente), mas um outro tipo de aproximação, o da companhia para um papo, uma conversa descontraída, uma noite divertida e agradável. E aí fiquei achando que em cidades menores, como em Cascavel, por exemplo, a amizade não pode se iniciar dessa maneira. Os rituais são outros, e tenho, portanto, que me aculturar.

Embora

Indo embora depois de um mês no Rio de Janeiro . Foi bom estar por aqui: encontrei amigos, descansei,  me diverti um pouco. Vivi dias absurd...